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O Príncipe dos Canalhas: Originalidade imprevista em um romance comum


Autor: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Ano: 2015 
Páginas: 286
Nota: 5/5
Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...
Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade – muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.
“O Príncipe dos Canalhas” como a capa sugere é o romance de época vencedor de prêmios de Loretta Chase que será lançado em maio pela editora Arqueiro. Em primeira mão vamos deixar vocês com ainda mais ansiedade pelo lançamento, já que, sem dúvida, é realmente um dos melhores livros do gênero.

Já devo ter falado algumas vezes que originalidade é um conceito relativo, como muitas coisas já foram criadas é difícil criar algo do zero, então a aposta é escrever um clichê que seja, de alguma forma, diferente e Chase conseguiu o feito com muito sucesso.

Mas o que “Príncipe dos Canalhas” tem de diferente? Vamos começar pela linguagem. O livro é descrito em terceira pessoa, mudando de lado quase ao modo “Crônicas de Gelo e Fogo” para que o leitor fique mais próximo dos dois protagonistas Jessica Trent e Lord “Belzebu” Dain, mas sem se aproximar tanto a ponto de não conseguir ver todos e qualquer lado. Por vezes alguns outros personagens secundários também recebem sua parte descrita, apenas para que você compreenda não apenas suas motivações mas como as situações chegam a se suceder. Chase não se limita a apenas expor os pensamentos de seus personagens, ela escreve com um certo cinismo, como se dissesse “a vida é assim, gostou?”. Assim, instigando você, leitor, a sentir todos os tipos de emoções. Uma das melhores partes para descrever essa sensação é ainda no prólogo, quando a história de vida de Dain é contada, ou seja, logo no começo você não mal aguentará para saber o que se sucedeu e no que o marquês se tornou. 



Outro ponto positivo é a personalidade forte dos personagens e a forma como Chase os utiliza sem se desfazer de qualquer característica. Dentre esses personagens, não tem como não destacar Jessica. Por ser protagonista é natural não inserir certa ênfase ao personagem, mas ser protagonista está longe de ser uma das suas melhores qualidades. Jessica é uma feminista além de sua época, não uma ativista, ela luta pelos seus próprios interesses e se sai bem por escapar não apenas dos padrões da época e sim ir além do esperado, acrescentando diversas vezes o elemento "surpresa" - não querer se casar é apenas uma circunstância. Ao mesmo tempo não tem como não identifica-la como uma mulher "comum", com interesses "comuns" como se apaixonar por alguém aparentemente proibido. Ela me lembra uma certa fala de Harley Quinn no quadrinho de "Injustice" quando ela prossegue uma conversa com Zatanna em que afirma que Constantine era um homem bonito. Zatanna diz que ele é perigoso, o qual Harley responde: "agora ele é mais bonito ainda". 

Mesmo personagens secundários com pouco destaque, como Bertie, irmão grosseiro de Jessica, são bem desenvolvidos por terem um propósito na história, eles não apenas existem. A escrita de Chase é direta e não faz rodeios para levar o leitor aonde ela quer.


Embora haja clichês previstos no gênero, voltamos ao que disse mais acima, Loretta Chase os descreveu como coadjuvantes a uma história tão sedutora quanto o narigão italiano (a la Adrien Brody) de Lord Dain.

Se você gosta de livros de época, não apenas vai gostar de "Príncipe dos Canalhas", você vai suspirar... como eu. 

9 comentários:

  1. Olá Vanessa,
    Com certeza vou ler.. amo livros de época e romance!!! Aguardo ansiosa o lançamento.
    Parabéns pela resenha

    conchegodasletras.blogspot.com

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    1. Obrigada! Foi muito difícil ser imparcial com esse livro, e acho que não fui muito bem sucedida nesse quesito haha! Recomendo, é uma leitura deliciosa!

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  2. Bem legal a resenha. Fiquei curiosa para ler o livro. Essa ideia de conseguir trabalhar os clichês de forma a prender a atenção do leitor e os meio que transformar em novidade me deixou curiosa.

    concegodasletras@blogspot.com.br

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    1. Obrigada!

      Sim, acho que o principal em um romance atualmente é saber escrever de uma forma que saia um pouco do lugar comum, e quando isso acontece admiro o autor imensamente!

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  3. Eu AAAAAMO este livro, já li e reli várias vezes em e-book, e quando o meu exemplar chegar vou ler de novo. Simplesmente irresistível, o melhor romance que já li.
    Bj.

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    1. Que soooooorte de ter conhecido antes! Eu tenho que agradecer sempre a Julia Quinn porque se não fosse por ela eu não estaria aberta para leituras maravilhosas como essa!

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  4. Personagens fortes e marcantes fazem toda a diferença numa obra e, este detalhe junto com a capa maravilhosa, não poderia ter me dixado mais ansiosa pela leitura. Arqueiro não cansa de nos surpreender não é mesmo?!

    Beijo, Vanessa Meiser
    http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

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    1. Pois é! Eu sempre me surpreendo com a qualidade dos livros. As vezes esperamos romances normais e damos de cara com algo bastante além do esperado, como "O Príncipe dos Canalhas", vale a pena a ansiedade!

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  5. Bom dia Vanessa!

    Conheci o blog pelo Skoob (pela resenha em O Príncipe dos Canalhas) e adorei <3
    Terminei de ler O Príncipe dos Canalhas ontem, e estou apaixonada pela forma da Loretta de escrever!

    Sou fã de livros de época *o*

    Me indique mais desse gênero? Péssima para encontrar coisas ;)

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