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O Bicho da Seda: Uma trama rica com um protagonista cativante


Autor: Robert Galbraith
Editora: Rocco
Ano: 2014 
Páginas: 464
Nota: 4,5/5
SinopseO detetive Cormoran Strike, protagonista de O chamado do Cuco , está de volta, ao lado de sua fiel assistente Robin Ellacott, no segundo livro de Robert Galbraith, pseudônimo de J.K. Rowling . Dessa vez, o veterano de guerra terá que solucionar o brutal assassinato de um escritor.
Iniciei O Bicho da Seda completamente livre de pretensões. Acredito que vez ou outra é interessante embarcar às cegas em um livro, sem ler resenhas ou sinopses, para tirar as próprias impressões, livre de pré-julgamentos. O Bicho da Seda é a sequência da série de romances policiais que têm o detetive Cormoran Strike como protagonistas, sendo "O Chamado do Cuco" o primeiro deles. Escrito por J.K. Rowling sob o pseudônimo de Robert Galbraith, o livro é o que eu costumo ver como uma prova do autor de que pode ser muito mais do que seu best-seller.


Cormoran é o típico estereótipo de detetive: alto, de sobretudo, fumante, rabugento, genioso, com dificuldades financeiras, um escritório com seu nome na porta e etc. Mas apesar dos clichês típicos de romances policiais, Cormoran é um personagem envolvente, bem construído e extremamente cativante. Em alguns momentos achei o detetive um tanto romantizado, especialmente porque algumas de suas preocupações pessoais tomavam sua mente durante a investigação, mas ao mesmo tempo isso o tornava extremamente humano.

Contratado por Leonora Quine para investigar o desaparecimento de seu marido escritor, Owen Quine, Strike se depara com um assassinato grotesco e uma rede de suspeitos excêntricos e geniosos. O livro é um pouco extenso e em alguns momentos a grande quantidade de suspeitos e detalhes se embaralham, tornando a leitura um pouco maçante e complexa. Contudo a trama é muito bem construída e repleta de referências inteligentes.



Um dos pontos divertidos da história é a "rixa" que existe entre a polícia metropolitana londrina Scotland Yard e o detetive particular. Cormoran frequentemente se irrita com a pouca criatividade e tendência ao óbvio da polícia, em contrapartida os policiais encarregados do caso detestam Strike por se meter em seus assuntos. A história é rica em detalhes e bem ambientada, permitindo que você visualize muito bem o trajeto percorrido pelos personagens.

O desfecho é surpreendente, mas eu achei muito rápido, algo que para mim foi um pouco decepcionante, especialmente pelo fato de que durante todo o livro são perdidas páginas e páginas com depoimentos e investigações e no final tudo foi muito veloz e seco, inclusive o que deveria ser o clímax. Gostaria de que tivesse tido um pouco mais de ação, mas acredito que isso seja uma preferência pessoal e não prejudique a qualidade do livro. 

No geral gostei muito da experiência com Strike, me encantei pelo personagem e fiquei muito feliz em experimentar a escrita de Rowling em um romance policial. Não é necessário ter lido o primeiro livro da série para compreender, mas afirmo que com certeza a leitura irá despertar sua curiosidade pelo volume anterior e pelos seguintes que devem vir futuramente.
Não havia predadores furiosos e indiscriminados entre os suspeitos do crime. Nenhum deles tinha histórico conhecido de violência. Não havia, como costuma acontecer quando surgem corpos, um rastro de delitos do passado levando á porta de um suspeito, nenhum passado manchado de sangue arrastando-se atrás deles como um saco de carniça para cães famintos. O Assassino era uma fera mais rara e mais estranha: daquela que esconde sua verdadeira natureza até ser suficientemente perturbada. Owen Quine, como Dave Polworth, provocara temerariamente um assassino à espera, desencadeando o horror sobre si mesmo.

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