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A Joia: O início estonteante de uma distopia



Autor: Amy Ewing
Editora: LeYa – Fantasy
Ano: 2015
Páginas: 352

Sinopse: Joias significam riqueza, são sinônimo de encanto. A Joia é a própria realeza. Para garotas como Violet, no entanto, a Joia quer dizer uma vida de servidão. Violet nasceu e cresceu no Pântano, um dos cinco círculos da Cidade Solitária. Por ser fértil, Violet é especial, tendo sido separada de sua família ainda criança para ser treinada durante anos a fim de servir aos membros da realeza. Agora, aos dezesseis anos, ela finalmente partirá para a Joia, onde iniciará sua vida como substituta. Mas, aos poucos, Violet descobrirá a crueldade por trás de toda a beleza reluzente - e terá que lutar por sua própria sobrevivência. Quando uma improvável amizade oferece a Violet uma saída que ela jamais achou ser possível, ela irá se agarrar à esperança de uma vida melhor. Mas uma linda e intensa paixão pode colocar tudo em risco! Em seu livro de estreia, Amy Ewing cria uma rede de intrigas e reviravoltas na qual os ricos e poderosos estão mais envolvidos do que se possa imaginar, e onde o desejo por saber o destino de Violet manterá o leitor envolvido até a última página.

Primeiro volume da série “Cidade Solitária”, a Joia foi um livro que iniciei sem muitas pretensões, não por ele parecer ruim, mas porque distopias não me atraem muito. Decidi aceitar o desafio de ler esse lançamento da LeYa, e logo nas primeiras páginas imaginei que o livro seria bem morno, mas com o passar de cada capítulo fui tomada pela densidade das personalidades de cada personagem do livro.

Na trama, as mulheres da realeza são incapazes de ter filhos, e quando os tem, eles nascem com anomalias ou mortos. Por ironia do destino, as mulheres férteis se encontram justamente na região mais pobre da Cidade Solitária, o Pântano. Essas mulheres (na verdade garotas) também apresentam uma espécie de dom/ poder capaz de modificar a cor, forma e vida. A solução que a realeza encontra é basicamente escravizar essas jovens, para que com sua fertilidade, somada aos seus dons, aqui chamados de Presságios, deem à luz aos seus filhos perfeitos.

Narrado por Violet Lasting, o livro traz nitidamente como seria uma sociedade controlada puramente por mulheres. Os personagens masculinos são, em sua maioria, irrelevantes à trama, exceto por alguns poucos que se envolvem no cotidiano da Violet. A Joia é a divisão central da cidade, é isolada dos demais moradores e extremamente luxuosa, diferente da realidade de todo o resto da cidade.


Dei adeus a Ash mil vezes, mentalmente, como se quanto mais eu repetisse, mais fácil seria aceitar. Ser inseminada quase me matou. Outras substitutas estão morrendo, e talvez eu possa salvá-las. Se Lucien conseguir me tirar daqui, vai poder tirá-las também. Tenho que levar isso a sério, preciso fazer o que Lucien diz. Nada mais de encontros secretos ou beijos no labirinto do jardim. Serei uma substituta modelo. Há muito em jogo.

As substitutas, como são chamadas as barrigas de aluguel, são literalmente tratadas como animais de estimação sendo, inclusive, ornadas com coleiras e desfiladas em eventos como um Yorkshire de madame. As damas da realeza tratam as substitutas com muita humilhação e grosseria, tirando-lhes inclusive a sua dignidade como seres humanos, obrigando-as a esquecerem de suas famílias e amigos, impedindo que interajam com qualquer pessoa além daqueles que elas autorizam. Enquanto isso, o restante da população não-rica é obrigada a trabalhar em fábricas e colheitas que abastecem a Joia, mas dão pouco retorno à população em si, que padece de fome e doenças que até são tratáveis, mas apenas dentro da Joia.

Lasting, desde o princípio, se mostra atormentada pela saudade da família e pela a ideia de gerar um filho que não é seu contra sua vontade, diferente de algumas de suas amigas que sonham com a vida de luxo na Joia, mesmo sem saberem do futuro que as aguarda após gerarem as tão desejadas crianças. Durante o livro Violet descobre que por trás do sistema de substitutas, há uma conspiração para "desumanizar" ainda mais essas garotas, despertando em si mesma o desejo de parar com a onda de tortura e desigualdade.

De quebra, Violet arranja um romance proibido com Ash Lockwood, um acompanhante da realeza (só acompanhante mesmo, porque ele também é pobre de marré-de-si). O romance dos dois é cativante e dificilmente você vai resistir ao charme do Ash, que diga-se de passagem, é l-i-n-d-o (apesar de eu shippar a Violet com outra pessoa que eu já até imagino que nunca vai acontecer, mas tudo bem, shippers frustrados são comigo mesmo). O que mais me agradou na história, foi sem dúvida, a desigualdade social e a visão de uma sociedade puramente matriarcal, com muitas intrigas e jogos psicológicos.

Seria mais fácil esquecer você e as semanas que passamos juntos - diz - Seria mais fácil se eu conseguisse odiar você. Mas a triste verdade é que, provavelmente, vou amar você pelo resto da minha vida.

Outra coisa que gostei muito foi da simplicidade e da sensibilidade da Violet, ela não é aquele tipo de mocinha que vive expondo a pobreza de sua família pra mostrar que veio de um lugar humilde mas cresceu com caráter, ela deixa o recado dela sem precisar disso. Suas ações mostram essa simplicidade de um modo sutil, sem se martirizar. Ela é doce e tem uma ligação forte com os seres vivos (plantas inclusive) e isso a torna muito sensitiva aos problemas sociais da Cidade Solitária, mesmo que ela mesma não se dê conta disso.

A leitura flui fácil, li as 352 páginas em dois dias e sem muitas dificuldades. Para quem gosta de distopias é uma boa pedida. Apesar de eu ter achado a trama um pouco morna, acredito que isso não será um problema, já que esse primeiro volume funciona como uma introdução ao universo da personagem que será abalado nos próximos livros.

Pra quem, assim como eu, também tem sérios problemas em esperar por continuações, sugiro que se prepare. O livro finaliza no meio do clímax da história e o segundo volume da série tem previsão para chegar ao Brasil apenas ano que vem. Vale a pena apostar nessa distopia? Sim, vale. Apesar do começo um pouco parado, pelo final desse primeiro livro, podemos esperar por uma trama intensa e com um forte teor político-social, além da luta contra uma forte ideologia ditatorial elitista camuflada nas páginas. É uma excelente leitura e a capa, como podem ver, é linda de morrer, agora só resta esperar a continuação em 2016.

27 comentários:

  1. Amei a resenha, e amo distopias, mais um livro para minha lista, esse parece ser fantástico, uma pena a continuação só chegar próximo ano aqui!

    Beijos, Maah

    http://bloggrascunhosfemininos.blogspot.com/

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  2. Amei a resenha! Pretendo ler o livro.

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  3. Distopias também não me atraem muito (ainda não tive muita sorte com nenhuma delas), mas a resenha me empolgou, a capa é linda demais e a sinopse parece interessante! /o/ Só é triste ter que esperar até ano que vem para ler a continuação, mas o livro entrou para a minha wishlist. :)

    Beijos :D
    lui-lilymon.blogspot.com.br

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  4. Quando vi esse livro a capa me lembrou de "A Seleção", e como não gostei tanto dessa trilogia, acabei nem me interessando por esse. Mas a proposta do livro parece bastante interessante, apesar do triângulo amoroso.

    Sonhos, Imaginação & Fantasia

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    1. Oi Laís, olha eu vou te dizer que, se não gostou de A Seleção, é capaz que também não goste desse. Eles são bastante semelhantes e um tanto clichês, eu particularmente gostei por causa do jeito que a sociadede matriarcal foi colocada e também da força que as personagens femininas tem aqui. Por enquanto não há triângulo amoroso não, há uma leve insinuação que vai rolar algo com outro personagem (eu deduzi isso sozinha) que eu acredito que será mais explorada no livro seguinte, mas isso é bem sutil NESSE livro em específico.

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  5. Vontade gigantesca de chorar me define... como assim 2016??? Supercuriosa pra saber o desenrolar de todos os personagens, afinal todos ficaram em suspenso e a maior revelação foi feita na ultima pagina... VOU MORRER DOIDA!!!

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    1. NEM ME FALE! Gente do céu, achei muita maldade da autora viu. A autora ainda ta escrevendo o segundo volume da série, deve lançar no final desse ano, por isso que no Brasil só ano que vem ou mais Ç.Ç

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  6. AH! Eu li esse livro faz pouco tempo, ele é ótimo. Entendo quando fala sobre o shipp, confesso, acho que temos o mesmo shipp, quem sabe não se torne verdade nos próximos livros.

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  7. Eu acabei de ler o livro e simplesmente fiquei apx por ele. Eu super concordo com o que você falou sobre o inicio ser meu maçante e você acha que vai ser chato, mas eu comecei a ficar curiosa sobre o que ia acontecer com ela e tudo mais, e sobre o porque tudo aquilo rola, a história por trás da Duquesa, ai acabei de ler muito rápido. Acho que o cara que você shippa é o G. né ? Porque eu simplesmente adoooooro ele, sério. Mas acho que não vai ter sentimentos da parte dela, acho que dele sim. Adorei mesmo sua resenha, só não gostei da parte que fala que o próximo livro só vem em 2016, imagina esperar quase um ano ainda pra poder saber o que vai rolar, e pior que acabou na melhor hora hahahaha. Maaaas enfim né, vamos ter que esperar. :)

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    1. Oi Jakeline! Eu shippo ela com o G. sim! Hahah de certa forma ele meio que me lembra o Maxon de A Seleção, mas de um jeito mais canalha (amo canalhasss). Aí eu espero que tenha sabe, por mais que eu tenha gostado do Ash achei ele muito dramático, se faz muito de coitado, não curti muito. Veja por esse lado: quando eu fiz essa resenha 2016 estava bem mais longe, agora está só a 6 meses de distância. Vamos dar as mãos e esperar juntas!
      Obrigada pelo comentário! Beijos :D

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    2. Meniiiiiiinas! Eu tava achando que era a única que tinha shippado ela com o G.!!! Sério, quero muuuito que aconteça, pois tbm AMO canalhas (kkkk) e eu achei o Ash muito sem sal. Ele tbm me lembrou o Maxon, e desde a primeira vez que eles se viram eu já torci pra acontecer algo. Agora eu tô aqui super ansiosa pra ler o próximo e ver o desenrolar dessa história.

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    3. Meniiiiiiinas! Eu tava achando que era a única que tinha shippado ela com o G.!!! Sério, quero muuuito que aconteça, pois tbm AMO canalhas (kkkk) e eu achei o Ash muito sem sal. Ele tbm me lembrou o Maxon, e desde a primeira vez que eles se viram eu já torci pra acontecer algo. Agora eu tô aqui super ansiosa pra ler o próximo e ver o desenrolar dessa história.

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  8. Quando eu vi esse livro na livraria, pensei: a Kiera Cass lançou um outro livro? Eu li a sinopse e achei bem parecido com a seleção, então resolvi ler só pra conferir. O livro me surpreendeu e me decepcionou ao mesmo tempo. Achei a Violtei e o Ash tontinhos, não são personagens cativantes e são bobos. Eles se conhecem no cap 14 e no cap 29 já estão falando que são a vida um do outro. Esse romance foi forçado. Tbm prefiro o G., Lara. Bom, vou citar algumas semelhanças que percebi entre A Joia e A Seleção: Violet toca violoncelo, vem de uma família pobre, ama a irmã mais nova Hazel, odeia a realeza, se torna amiga da criada... Gostei da trama e da ideia do livro, mas concordo que a trama é morna, Lara. Também gostei da crítica que o livro faz e estou ansiosa pro próximo

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  9. triste essa vida de shippar em casais claramente impossíveis como esse do livro #tmj

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  10. Eu to completamente apaixonada pelo livro, não vou aguentar até 2016 </3
    Além de A Seleção, o livro me lembra Divergente e Jogos Vorazes em alguns pontos. Tipo, Divergente por que só algumas pessoas tem os genes diferentes capazes de ser uma substituta assim como não são todos divergentes. E Jogos Vorazes é mais porque elas são obrigadas a ir e [SPOILER] vão acabar morrendo no final.
    Eu acredito que você shippa ela com a mesma pessoa que eu, mas não consigo deixar de gostar do Ash.
    Todos os personagens são incríveis e eu preciso saber o que acontece com eles.
    Espero que ninguém morra pq essa coisa de personagem morrer é magoante.

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  11. Eu amei esse livro. No começo tive a mesma impressão que a de muitas pessoas, mas acabei me interessando cada vez mais. Não vejo a hora de ler o proximo. Adorei o final. Como assim o Garnet que está falando através da arcana??????

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  12. Eu amei esse livro. No começo tive a mesma impressão que a de muitas pessoas, mas acabei me interessando cada vez mais. Não vejo a hora de ler o proximo. Adorei o final. Como assim o Garnet que está falando através da arcana??????

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  13. Sinceramente ja esta muito cliché essa coisa de uma menina pobre indo mora em uma cidade rica, que e dividida em reino ea personagem e do reino mais pobre, eu comprei o livro mais odiei, e muito chato , sua leitura embora facil e tediosa, não vale a pena comprar

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  14. Amei o livro principalmente pq ė MT parecido com a Seleção,e percebi tbm a mistura de divergente e jogos vorazes rsrsrs.. Meu palpite ė que o Garnet tem um caso com o Lucien ė o Garnet deve ser gay kkkkkk..

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  15. Amei o livro principalmente pq ė MT parecido com a Seleção,e percebi tbm a mistura de divergente e jogos vorazes rsrsrs.. Meu palpite ė que o Garnet tem um caso com o Lucien ė o Garnet deve ser gay kkkkkk..

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  16. alguém saberia me dizer quando ira lançar o próximo livro?

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  17. Amei como descreveu o livro. Estava lendo parei quando vi que teria outros volumes.

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  18. Qual é o segundo livro alguem sabe me dizer?

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  19. Ameeeeeei o livro e espero desde 2015 polo segundo volume😢😢😢😢.... Sabe informar se o próximo já lançou?

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  20. Passei só pra dizer q o livro 2 saiu. É ótimo. E tem um shipp muito melhor para o G. que a Violet.

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  21. Na minha opinião A Joia é um grande clichê, porém um clichê bem feito. O casal principal é na maior parte do tempo irritante fazendo os outros personagens serem mais interessantes mas mesmo meu ship sendo impossível e a narração as vezes mais meio-morta que a Violet valeu um pouco a pena pelo universo da historia e personagens como o Garnet e o Lucien e até mesmo aquele substituta que procurou desesperadamente sua irmã mais nova.

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