Resenha: Simplesmente o Paraíso - Quarteto Smythe-Smith #1 Resenha: Uma Lição de Vida Resenha: Era uma Vez no Outono Resenha: Secrets and Lies
1

As memórias de Cleópatra: Um épico em forma de livros


Autor: Margaret George
Ano: A Filha de Ísis, Sob o Signo de Afrodite, O Beijo da Serpente (2001)
Páginas: 485, 393, 414
Nota: 4,5/5


A Filha de Ísis -Sinopse: O romance histórico reconstitui o Egito antigo e o Império Romano. As memórias de Cleópatra são narradas por ela mesma. Conhecemos sua infância, sua trajetória rumo ao poder e todo o esplendor da Alexandria e Roma antiga.

A história de Cleópatra é tão sensacional que nem parece real. Sua vida, repleta poder, intrigas e amores polêmicos parece novela de televisão, porém os documentos e testemunhos históricos confirmam tudo. Rainha, deusa, mãe e amante, foi uma mulher moderna que viveu há mais de 2.000  anos.


Tenho interesse pela História Antiga desde que era adolescente, principalmente a História do Império e República Romana, por isso eu já sabia alguma coisa sobre a vida de Cleópatra e Júlio César quando comecei a ler A Filha de Ísis, o primeiro volume da triologia As Memórias de Cleópatra escrita por Margareth George. Mesmo assim, não estava preparado para uma história tão envolvente e grandiosa! As descrições, a reconstituição histórica e o enredo são tão épicos que mais parecem uma grande produção de Hollywood que um simples livro.

Narradas em primeira pessoa, os livros acompanham a vida da Rainha desde que sua mãe morreu (quando ela tinha apenas 5 anos) até o seu suicídio quando o Egito cai nas mãos de seu inimigo político Caio Otávio,que viria a se tornar Augusto César o primeiro Imperador de Roma. É interessante que a autora conseguiu escrever com a simplicidade de uma criança nos primeiros capítulos e notamos seu amadurecimento ao longo dos anos.

Cleópatra não era a herdeira do trono do Egito e seu país vivia na sombra de Roma, que só não o conquistou porque Ptolomeu, seu pai, sabaia que não podia enfrentar os romanos e era subalterno a eles. Essa política submissa manteve a independência do país, mas desagradava ao povo que via o rei como um homem fraco. Essa insatisfação permitiu que as filhas mais velhas dele dessem um golpe e assumissem o trono, o que fez com que o Rei fugisse e procurasse auxílio com seus aliados, em Roma.

O pai voltou com ajuda do Exército Romano, que era a força militar mais poderosa do mundo na época, e destronou suas filhas – aumentando ainda mais o desgosto do povo com ele e sua dependência de forças estrangeiras pra se manter no poder. Foi o primeiro de uma série de conflitos que a então Princesa vivenciou e, como seu pai, ela precisou da ajuda de Júlio César para se tornar rainha – de quem convenientemente se tornou amante, a autora é simpática à Cleópatra e na sua versão ela se apaixonou de verdade por Júlio, embora ele seja 30 anos mais velho.

A vida dos dois é envolta em intrigas políticas e guerras,tanto em Roma quanto no Egito há quem não goste da união e há quem os adore como deuses, Cleópatra e Júlio são aliados pela vida inteira e até mesmo depois da morte dele, nas palavras da própria Rainha, no diálogo quando eles se conheceram:

Vai descobrir que minha lealdade é absoluta.
Uma mercadoria muito rara. E ainda mais rara entre os Ptolomeu.
Agora ele parecia ter trocado de personalidade. Sua maneira abrupta tinha suavizado, mas seus olhos castanhos continuavam vigilantes. Relaxou na cadeira com a mão bem longe da espada. Queria poder acreditar em você – ele continuou com toda sinceridade. - Eu, por mim, sempre mantenho a minha palavra, mas até agora não encontrei outro como eu.
— Você verá – assegurei-lhe.Mantive minha promessa. Fui leal a ele muito tempo depois de sua morte.(A Filha de Ísis, p. 134)
 
Assim como a lealdade, a proximidade de Cleópatra com Roma se manteve muito tempo depois da morte de Júlio. A delicada situação do Egito, o fato de seu filho ser herdeiro de César e o envolvimento dela com Marco Antônio (jovem como ela mas também muito conveniente, por ser um Cônsul romano influente) mantiveram o Destino do Egito e da República ligados por toda a vida da Rainha, e foram explorados nos dois livros seguintes:  Sob o Signo da Afrodite e O Beijo da Serpente.

É uma obra fascinante, digna da grandiosidade que foi a vida de Cleópatra e muito bem escrita que deixará o leitor tenso a cada momento até o final da triologia, super recomendado. Nota 4,5

Sob o Signo de Afrodite -Sinopse:Numa magistral reconstituição do antigo Egito e da Roma dos césares, Margaret George conta - pela voz da própria Cleópatra - uma história épica e hipnotizante. Reis, rainhas, tribunos, senadores, gladiadores, eunucos, escravos e guerreiros movem-se numa saga luxuosa, que traz de volta à vida o reluzente reinado de Cleópatra, a rainha do Nilo. Cleópatra, no auge de sua beleza e poder, descreve seu tórrido romance com outro general romano, Marco Antônio, e seus planos para construírem um novo império.
O Beijo da Serpente -Sinopse:Em um esforço heroico para manter seu amor e seu império intacto, Marco Antônio e Cleópatra levantam um exército e uma marinha de proporções imensas contra o inimigo romano, Octávio. Depois da crítica batalha de Accio e a derrota humilhante, os dois retornam ao Egito. Lá, vivem seus últimos dias e ganham uma vitória pessoal sobre Octávio, não permitindo a ele a conquista absoluta que tanto ansiou. Nesse terceiro e último volume de As Memórias de Cleópatra, Margaret George completa a saga da rainha e mostra como ela conquistou a fama eterna e seu lugar na história. 
Colaborador: Alessandro Bruno


Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...