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Preconceito por gêneros literários e preferências pessoais: Somos o que lemos?

Créditos: Internet/Google Images

Apesar de não gritarmos para os sete mundos, nós, leitores, temos nossas preferências literárias, seja por aquele autor apaixonante ou aquela obra inesquecível que não te deixou dormir até saber como tudo terminava. De certo modo, essas escolhas pessoais são um espelho de quem nós somos ou gostaríamos de ser.

Vocês já devem ter se deparado com expressões como “Gosto apenas de romances”, “Ah, ficções são demais!” ou “Odeio livros de autoajuda”, em algum momento de sua vida literária. E sem dúvidas, uma das características mais marcantes em todos os leitores é sua identificação com os gêneros literários.

Gosto pessoal não se discute, porém, alguns se prendem a apenas uma categoria e não experimentam outras, talvez por não gostar mesmo, falta de interesse ou simplesmente porque não quer ler nada além do habitual. Contudo, um dos maiores pecados de qualquer leitor é ter um pré-conceito com determinado livro. Pior ainda é se achar melhor que o  coleguinha ao lado apenas porque ele lê um gênero literário diferente. Isso não é nada legal, diga-se de passagem. 

Afinal, o que é gênero literário? É a classificação de obras que possuem abordagens e características em comum, como os romances policiais, que geralmente iniciam com a presença de um crime, após isso o (s) detetive (s) investigam o fato e finalmente há a revelação do criminoso. Pronto, essas são as características principais de todos (ou quase todos) os textos policiais. 

As categorias literárias foram classificadas ainda na Grécia Antiga por alguns filósofos e são divididas em: épico, lírico e dramático. A divisão clássica é a base para o que conhecemos atualmente, mas isso não impediu que outros gêneros fossem criados.

Provavelmente o gênero mais antigo dos três, o lírico é associado à música, mais precisamente ao instrumento musical de cordas “lira”. A característica marcante da categoria é a subjetividade e a presença de sentimentos e emoções do eu lírico, ou seja, do escritor. Poemas e poesias se encaixam nessa categoria.

Cecília Meireles
"O meu amor não tem importância nenhuma. Não tem o peso nem de uma rosa de espuma!Desfolha-se por quem? Para quem se perfuma? O meu amor não tem importância nenhuma."(Inscrição na Areia - Cecília Meireles)

Já o gênero épico ou narrativo é composto por narrativas históricas  feitas em versos.  As obras relatam aventuras e feitos heroicos de personagens aparentemente comuns. Deuses aparecem frequentemente nos textos épicos. As maiores referências do gênero são Ilíada e Odisseia, de Homero e Os Lusíadas, de Luís de Camões.

Bastante associado ao poeta William Shakespeare, o gênero dramático é um dos mais conhecidos e adorados até os dias de hoje. O dramaturgo escrevia tragédias (Hamlet e Romeu e Julieta), peças repletas de "maus bocados" e obstáculos para os personagens principais, e as comédias (Sonho de Uma Noite de Verão e A Megera Domada), feitas para rir e satirizar os problemas da vida. As obras dramáticas foram idealizadas para serem representadas teatralmente, portanto são encenadas por atores. O teatro foi muito influenciado por essa categoria literária.

Representação de "Romeu e Julieta"
Com o passar dos anos e crescimento da literatura, novos gêneros (ou melhor, subgêneros) surgiram e conquistaram o coração dos novos leitores. Romance, aventura, fantasia, policial, infanto-juvenil e terror são os termos utilizados atualmente. 

Uma coisa é certa: todos os amantes da literatura possuem aquele gênero preferido e que faz seu coração palpitar. Portanto, deixem as diferenças de lado e não julguem o livro pelo gênero literário.

6 comentários:

  1. GABRIELAAAAA! ARRASOOOU!
    Sério, esse artigo podia estar na Super Interessante! Muito bom!

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    1. HAHAJHFJHGHAG Obrigadaaaaaaa!! Não exagere, mas obrigada pelo elogio e por ler o texto :D hahahaha

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  2. Discussão muito boa, é um assunto que muito me interessa até pela minha formação (sou licenciado em Letras: Português, Inglês e Literatura). A maioria dos meus colegas de formação são preconceito com literaturas gêneros e autores considerados rasos e torcem o nariz pra obras do tipo Harry Potter, ou até mesmo os livros de Paulo Coelho. Argumentam que os personagens são planos demais, o enredo é simples e óbvio e o tempo muito linear etc e tal. Pra mim isso é um pouco de elitismo e muita chatice mesmo.

    Ora, eu mesmo leio autores considerados de renome, de Machado de Assis a James Joyce e nem por isso dispenso um bom livro de ação ou café com açúcar, que me diverte bem como se fosse um filme de sessão da tarde. Não lemos somente para fazer análises literárias profundas ou defender uma tese - nós lemos também, e deveria ser a primeira razão, para nos entretermos, termos um tempo de lazer e diversão; e Paulo Coelho, J. K. Rowling ou até mesmo Sidney Sheldon nos dão muito disso.

    Portanto, concordo plenamente com a autora do texto: "deixem as diferenças de lado e não julguem o livro pelo gênero literário." O importante é todos lerem e sermos felizes com nossos livros.

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  3. Oi, Alessando! Adorei seu comentário, disse tudo. Concordo plenamente na parte da leitura como entretenimento. A leitura deve ser sempre prazerosa, mas às vezes lemos por obrigação (como na escola ou porque todo mundo lê determinado livro e você se sente "obrigado" a isso - estranho, porém é verdade) ou uma leitura “desajeitada”. Ler é bem mais do que isso. Clássicos são sempre bem vindos, mas devemos nos render aos livros considerados rasos ou de outros gêneros literários, pois podemos nos surpreender positivamente. Essa discussão é bem ampla e também vale para os filmes. Abraços e obrigada pelo comentário.

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  4. Tem muito preconceito de vários lados, gente que acha que só os clássicos são bons, que só eles são literatura de verdade. Do outro tem uma galera que curte fantasia, YA e distopias, que acham que os chamados clássicos são chatos e ultrapassados. E isso é muito comum, a gente tem dificuldade de sair da nossa zona de conforto, daquela leitura que a gente conhece bem, e se arriscar com algo diferente, que fuja das nossas escolhas habituais. Temos medo do novo, do diferente, do desconhecido, e perdemos muito com isso.
    Adorei o post.
    Abraços!

    Fran

    http://corujadequinta.blogspot.com.br/

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  5. Oi, Fran. Exatamente, acredito que muitos consideram clássicos chatos por causa da escola, período em que somos "obrigados" a ler determinados livros para fazer provas ou entrar na universidade, e pensam na leitura como algo desmotivador. Sim.. sair da zona de conforto é bem complicado, mas é necessário para ampliarmos nosso conhecimento. Obrigada pelo comentário. Abraços.

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