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Especial Dia Nacional do Livro: Lara Franco

Essa estante costumava ser minha "Meta de Leitura", mas a falta de espaço a transformou nisso aí
No segundo post do Especial Dia Nacional do Livro eu, Lara Franco, resolvi trazer pra vocês não só a minha estante, mas também muito da literatura infanto-juvenil responsável por despertar o gosto da leitura em mim. Além disso, também vou comentar brevemente as “fases” literárias que eu passei na minha jornada até aqui, que não foram poucas e duvido que estejam perto de acabar.

Desde que comecei a ler sempre fui muito entusiasmada em relação aos livros, ainda no ensino fundamental tive meu primeiro contato pra valer com literatura infanto-juvenil, e o laço que formei com certos autores e livros foi tão forte, que tenho certeza de que, caso cruzasse novamente com alguma de suas obras, mesmo com quase 20 anos na cara, ainda pararia por um tempo para lê-las. Dentre os autores que acredito terem sido fundamentais para meu gosto pelos livros estão o maravilhoso Pedro Bandeira, Ziraldo, Maurício de Sousa e o austríaco Thomas Brezina.

A série de detetives juvenis “De Olho no Lance” trazia uma literatura interativa e dinâmica, estimulando o leitor a participar da investigação dos casos. A série teve duas subséries que eu praticamente devorei durante a infância, a da “Turma dos Tigres” e a subsérie “Psiuu! É segredo”, essa segunda um pouco mais voltada para meninas.

Essas séries me fazem acreditar na importância de uma literatura juvenil de qualidade, do tipo que estimule as crianças e adolescentes a pensar, a interagir com o livro, e obviamente gostar de ler. Já cansei de protagonizar discussões com colegas já na fase adulta que abominam a leitura, acham perda de tempo e chatice, algo que eu acredito que poderia facilmente ter sido sanado na mente dessas pessoas se, durante a infância, tivessem tido contato com uma boa leitura juvenil.

Não me refiro a histórias bobas que nem sequer dão a oportunidade do leitor pensar sobre o que está lendo, e sim livros juvenis de escrita simples, mas bem edificada, com uma boa fundamentação que eduque e estimule os jovens a argumentar, se comunicar e trocar ideias com os amigos sobre assuntos que vão além dos Playstations e dos One Directions da vida.

Outras séries de livros que, caso eu topasse hoje, eu daria todo o meu salário para levá-los para casa são os volumes inesquecíveis da coleção Vagalume e as crônicas maravilhosas da coleção Para Gostar de Ler, onde tive a oportunidade de ter contato com os textos de Mark Twain, Domingos Pellegrini, Paulo Coelho, Graciliano Ramos, entre outros.



Logo que iniciei o ensino médio larguei mão dos livros best sellers do momento (Dan Brown, Markus Zusak e Khaled Hosseini) por um tempo para me dedicar aos clássicos, meus favoritos eram José de Alencar, não por Iracema, mas por suas demais obras como Senhora (plagiado 275489275825782 vezes pelas novelas da Globo) e A Viuvinha, além de, é claro, o rei da literatura brasileira, Machado de Assis, com Helena e o hilário Memórias Póstumas de Brás Cubas, que foi o livro que enfiou na minha cabeça que o pessoal mais antigo também tinha bom humor.

Atualmente estou um tanto na onda das modinhas (“nossa Lara, você segue modinhas”, às vezes a gente nem segue, mas é arrastado, embolado e engolido por elas) do momento: fantasia. E ah, como ela é boa, especialmente porque acompanho, com satisfação, autores nacionais que se arriscaram nesse gênero, que é uma praia já bem explorada pelos gringos geniais J. R.R. Tolkien e George R.R. Martin (esse é fanboy e nem disfarça).

O recado que eu realmente gostaria de deixar ao terminar a minha estante e saga literária, é que a literatura deve ser incentivada desde cedo. Seja através de um livro interativo com aquelas coisas que saltam das páginas, ou até mesmo com quadrinhos, ler é uma contribuição tão necessária para uma criança quanto tocar Beethoven perto da barriga durante a gestação, ou quanto cantar as músicas da Galinha Pintadinha pro neném aprender a contar até dez. Fazendo isso, você poupa filhos, sobrinhos, enteados, irmãos e primos de se tornarem pessoas ignorantes, e contribui para um futuro com pessoas mais conscientes e humanas.

Minha estante dividida entre guarda roupa (esq.) e sapateira (sim eu mudei o scooby doo de lugar) (dir.)


Diariamente eu me deparo com a escrita de alguns jovens entre 13 e 15 anos que escrevem com uma gramática absurda, quase analfabeta, como se transcrevesse o que foi ouvido da forma que ouvido. São tantos “concertezas”, “mais” no lugar de “mas”, “pra min” e etc, que realmente entristece, e não é culpa da educação escolar não senhor, as professoras dão o estímulo que podem e que os recursos da escola lhe permitem, mas infelizmente, a maior parte dessa geração Y (que eu faço parte, inclusive), prefere ferramentas como os corretores automáticos dos seus respectivos smartphones, do que pegar um livro ou um fucking dicionário e ir descobrir a grafia correta, a gramática e a própria língua em si.


Isso é uma responsabilidade não apenas das famílias ou dos pais, mas de toda a sociedade. A leitura forma bons cidadãos, com discernimento o suficiente para reivindicar direitos de forma civilizada e eficiente ou até mesmo votar sem ficar xingando o coleguinha que pensa diferente e sabendo ser humano, algo que ultimamente parece estar faltando nas pessoas. Cabe a todos incentivar a leitura da maneira correta, e englobar a tecnologia que a geração Y carrega a tiracolo para conquistar esse público. Não que seja algo fácil, mas a leitura é a base para construir bons cidadãos, e disso o Brasil precisa, e muito.

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