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Superman – Entre a Foice e o Martelo: Heroísmo combina com Política e a Guerra Fria?



Nome Original: Superman – Red Son 
Editora: Panini Comics 
Ano de Lançamento: 2003 
Publicação: Minissérie 
Edições: 03 
Nota: 3,5
Sinopse: O que aconteceria se o foguete que trouxe Kal-El de Krypton caísse na União Soviética, nos anos da Guerra Fria?
O Túnel do Tempo (Elseword) são edições especiais da DC nas quais seus heróis são retirados do seu universo habitual e aparecem em cenários incomuns. A proposta dessa trilogia é uma das mais interessantes desses especiais, uma vez que o Homem de Aço sempre foi um dos símbolos do poderio estadunidense durante a Guerra Fria.

No universo tradicional da DC, o Superman pouco se envolve em política, mesmo sendo americano ele sempre foi um herói internacional que tentava ajudar as pessoas de todos os países e frequentemente salvava o planeta inteiro. Nesse mundo paralelo, ele já começa sendo apresentando quase como uma “arma de guerra”, afinal a repressão e doutrinação comunista tem a tendência de querer absorver e utilizar tudo em prol do Partido.

Como todo soviético, o Homem de Aço venera Lenin e acredita na ideologia comunista com fervor (afinal a ideia de que todos podem ser igual é tentadora para alguém com a personalidade dele) e segue o líder sem questionar, só que ele rejeita ser definido como uma arma de guerra, em suas palavras:
Os dois "Homens de Aço" Lenin e Kal-El
Eu fui chamado de soldado, mas isto simplesmente não era verdade!
Eu jamais fui um soldado
Um soldado sempre segue ordens, um soldado conhece e odeia o seu inimigo, um soldado só luta e morre por seu povo...
Eu simplesmente lutava pelo que era certo

Assim, embora seja um símbolo do poderio soviético e esteja sempre protegendo seu amado líder, o Superman não se envolve em conflitos e chega até mesmo a salvar os moradores de uma cidade dos EUA quando um satélite é derrubado sobre ela.

Apesar dessa neutralidade, a simples presença dele assusta os americanos que contratam o cientista mais brilhante do mundo, o Dr. Lex Luthor para encontrar uma forma de neutralizar a ameaça. Luthor sempre foi muito inteligente, mas nessa saga sua genialidade é incrivelmente aumentada, tanto que ele fica entediado com as pessoas comuns e está diuturnamente jogando xadrez com centenas de pessoas.

No primeiro volume a reconstrução histórica está bem fiel, afinal Superman acaba de aparecer e ainda não provocou transformações concretas no mundo como conhecemos, e ainda está claro quem é o herói e quem é o vilão, afinal a essência do kriptoniano e de seu arqui-rival ainda são as mesmas e eles ainda não estão 100% envolvidos com a política. 

Mas é só acabar o primeiro volume que isso começa a mudar, Lenin planejava que Superman o sucedesse na liderança do Partido Comunista, mas o herói nuca quis isso porém no decorrer dos outros volumes isso vai mudando. A participação dele, de Luthor e de outros personagens clássicos da DC na História Mundial vão alterando os fatos conhecidos e criando uma realidade paralela na qual não é bem definido quem é o herói e quem é o vilão, uma perspectiva bem mais realista afinal – ainda mais em um jogo sujo como política no mundo da guerra fria.

É uma história bem inteligente, daquelas que prendem o leitor e não o deixarão largar a obra até chegar no final e quando chega , ainda fica um gostinho de quero mais. SE VOCÊ NÃO GOSTA DE SPOILER PARE DE LER AQUI!

SPOILERS ABAIXO
Só achei que o roteirista errou a mão com o final, não me convenceu que um sociopata tão obcecado como o Lex Luthor pudesse virar um líder mundial bonzinho com o fim do Superman, sua própria esposa sabia que ele só salvou o país da recessão como parte de um plano pra derrotar seu maior inimigo e que estava pouco se lixando pro povo, como é que de repente ele virou o Salvador da Pátria?

Nada que estrague o prazer de ler uma grande história como essa. Leitura obrigatória para quem é fã do Homem de Aço

4 comentários:

  1. Olá Alessandro.
    Em minha juventude eu curtia muito ler histórias em quadrinhos e claro que os Super Heróis eram os meus preferidos.
    Depois de alguns anos acabei deixando de lado, os gostos foram mudando e nunca mais li nada do gênero.
    Gostei do seu post. Uma ótima dica pra quem curte HQ e livros de heróis com muita ação.
    Um abraço.
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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    Respostas
    1. Oi Lia.
      Obrigado pela visita e o comentário, eu acho que algumas coisas não tem idade e animações/HQs são umas dessas coisas.
      Abraço.
      Alessandro Bruno

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  2. Boa tarde
    te nomeei para responder uma tag, caso se interesse da uma passadinha aqui http://palavas-ao-vento.blogspot.com.br/2015/05/tag-das-8.html

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  3. Olá ...
    Não sou de ler quadrinhos, mas adoro os filmes e séries que são baseadas neles.
    Parabéns pelo post e pelo blog.
    Bjs
    Amanda
    http://blog-emcomum.blogspot.com.br/

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