Até você ser minha: A obsessão pela maternidade

Autora: Samantha Hayes
Editora: Intríseca
Ano de Publicação: 2015
Páginas: 315
Nota: 3/5

Sinopse: A assistente social Claudia Morgan-Brown está prestes a realizar o sonho de sua vida: vai dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é oficial da Marinha e fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas.
Porém, as diversas tarefas de Claudia, além da responsabilidade de cuidar dos gêmeos Oscar e Noah, filhos do primeiro casamento de James, deixam o casal preocupado. A próxima partida de James se aproxima, e eles decidem contratar uma babá.Zoe Harper quer muito o emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista os gêmeos e se muda para o lar do casal. Mas Claudia logo percebe que a mulher tem outros motivos para se aproximar da família.
As suspeitas de Claudia se transformam em verdadeiro terror quando começa a ocorrer uma série de ataques brutais a mulheres grávidas na cidade. Imersos em problemas familiares, os investigadores Lorraine Fisher e Adam Scott são forçados a deixar suas questões de lado e correr contra o tempo para encontrar o assassino antes que ele cometa mais um crime.
Uma narrativa repleta de reviravoltas, Até você ser minha traz os desejos humanos mais intensos e mostra quão longe alguém pode chegar para conseguir o que quer.

 Um spoiler quase matou minha leitura e nem era um spoiler tão forte assim, portanto serei a mais concisa possível nessa resenha.

A maternidade em algumas civilizações é considerada uma força divina, visto pelo lado bíblico é o dom de Deus na perpetuação da espécie, na nossa cultura é um rito social. Para aquelas mulheres do livro: Claudia, Cecile e Zoe era obsessão.

Esse é mote da obra, o fato de gerar uma vida e a obsessão daquelas mulheres que não estavam preocupadas em criar, mas em parir, de ter um ser em seu ventre.

Essa fixação já citada dá um toque de insanidade na história, afinal não deixa de ser um assassino louco aquele que ataca mulheres grávidas para retirar de seu ventre os bebês, porque não adotar? A pessoa que atacava as vítimas, além de cometer um ato insano e cruel, não queria admitir que a fertilidade lhe houvesse sido negada.

Booktrailer:

O desenrolar dos fatos foi meio lento, principalmente o núcleo da investigadora Lorraine, sobretudo porque não consegui me convencer com a conexão com a história principal, talvez a autora quisera mostrar a dificuldade de criar filhos, mas ainda assim, achei forçado, esse não era o centro da história ou talvez tenha sido um recurso da autora para distrair os leitores do foco, eu não gostei, achei desnecessário, queria terminar logo e eliminar de vez aquela parte.

A investigação é chefiada por Adam, mas acompanhamos pelo ponto de vista de Lorraine, mesmo ela não estando por dentro de toda investigação, uma vez que Adam (que também é seu marido) gostava de guardar segredos. Ainda assim, os homens da trama são coadjuvantes no livro, nós encontramos apenas 2 relevantes: James e Adam, os outros são apenas citados ou aparecem em pouquíssimos trechos. Eles não fazem a “roda girar”, são apenas relegados ao “dono dos espermas”.

Portanto é um livro sobre mulheres fortes ou fracas, loucas ou sãs, aptas ou inaptas a serem mães e sobre até que ponto algumas delas podem chegar para conseguir o que querem.

Apesar do ritmo lento, alguns núcleos desnecessários e principalmente algumas perguntas sem respostas e algumas respostas esdrúxulas, é uma obra instigante e interessante de acompanhar mesmo que somente para discutir e debater, deste modo dou nota 3.