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Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida: A Saga de Eduardo Spohr


Autor: Eduardo Spohr 
Editora: Verus 
Ano: 2011
Páginas: 476
Nota: 4/5
Sinopse: Há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante. Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda vida humana na terra. Ao lado de Denyel, um ex-espião em busca de anistia, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio – o reino perdido de Atlântida.
Oito meses após minha resenha de A Batalha do Apocalipse, do brasileiro Eduardo Spohr, aqui estou eu mais uma vez trazendo a literatura fantástica do autor ao Rascunho com Café. Após terminar a leitura de ABDA (vou abreviar mesmo, sorry I'm not sorry) choveram recomendações para que eu desse início à saga que se passa no mesmo universo do primeiro. E como podem ver, eu não resisti e fui atrás dos Filhos do Éden para ver se era aquela coca-cola toda que estavam me falando.

O livro inicia com a busca dos anjos Levih e Urakin por sua líder, uma arconte perdida chamada Kaira que se encontra sem memória, acreditando ser uma humana, estudante da universidade de Santa Helena, no Rio de Janeiro. As primeiras páginas em que Levih e Urakin tentam convencer a desmemoriada a se lembrar que é um anjo e o drama interno de Kaira (que acha que se chama Rachel) achando que está ficando maluca/sendo assediada são extremamente enfadonhos. Nas 100 primeiras páginas eu estava tão desanimada com esse livro, que estava cogitando abandonar.

Mas, para alegria gral da nação, o livro logo melhora com o aparecimento do anjo exilado Denyel, que novamente, para alegria geral da nação, tem uma personalidade completamente diferente do "Sr. Honestidade" Ablon, de ABDA. Materialista, alcoólatra e completamente mundano, Denyel é esperto, ágil, charmosíssimo e pragmático. Apesar de ter seu caráter frequentemente julgado por Urakin, que é outro Ablon da vida, Denyel esconde um passado complexo, e diferente dos outros anjos que se mostram alheios à humanidade, Danyel faz amigos na terra e sofre por eles.
Você me julga errado garota. Fiz algumas escolhas questionáveis, admito, e não me orgulho disso. Mas entre o céu e a terra somos todos imperfeitos. Arcanjos, anjos, deuses, humanos, demônios... Não há quem possa me condenar.
Kaira era para ser uma personagem feminina badass, com espírito de liderança e poderes extraordinários, mas dá para perceber que o tiro saiu pela culatra, especialmente porque ela não se lembra da metade do seus poderes e ninguém dá muita importância para sua liderança, já que ela nem se lembra da missão a qual foi encarregada. Então ela acaba sendo desperdiçada, tendo que ser protegida sempre e soando meio boba quando tenta liderar.

Fiquei muito feliz pelo fato de alguns problemas que eu apontei na resenha anterior terem sido solucionados, como é o caso dos flashbacks, que na Batalha eram enooooormes, coloquem aí mais de 100 páginas, e em Herdeiros de Atlântida eles não apenas são em tamanhos normais, como funcionam de uma forma diferente, dando pistas do enredo e atiçando a curiosidade do leitor. Outro ponto que melhorou neste livro foi a personalidade dos personagens, que aqui é melhor explorada, acredito que pelo fato da trama não se centralizar demasiado em apenas um personagem.

A trama se passa enquanto há a guerra entre os arcanjos Miguel e Gabriel, evento contemporâneo à ABDA, sendo que Miguel está contra a humanidade e Gabriel a favor. Uma das coisas que mais me agradou nesse livro foi poder saber um pouco dos outros arcanjos, apesar de ainda ser muito pouco levando em consideração à importância desses personagens para a trama, mas pelo que dá para prever ainda vamos ter mais dos arcanjos nos volumes seguintes da série.



Outro ponto positivíssimo, não apenas desse livro, quanto de ABDA, são as cenas de ação que eu simplesmente a-d-o-r-o. Amo cenas de porrada, especialmente desses anjos maravilhosos do Spohr que metem uma porrada como ninguém e de vez em quando ainda empunham uma espada. Eu faria um filme só com essas cenas, sem falar que sempre encaixam com a música que ouço enquanto leio, então pra mim essas cenas são quase mágica.

Fazendo um balanço entre prós e contras, eu gostei muito desse livro, achei a trama um pouquinho a desejar, mas a premissa da sequência me soa melhor. Acredito que esse livro serviu mais para introduzir os personagens do que qualquer outra coisa, alguns mistérios ficaram em aberto e confesso que estou empolgada para continuar. O livro 2 dos Filhos do Éden é o Anjos da Morte (o nome parece bem badass né?) e podem esperar que logo mais conto minha opinião sobre. Enquanto isso, confiram a sinopse do livro:
Quando o século XX raiou, o tecido da realidade, a barreira mística que separa os mundos físico e espiritual, adensou-se. Os novos meios de transporte, as ferrovias e os barcos a vapor levaram o progresso aos cantos mais distantes do globo, pervertendo os nódulos mágicos, apagando o poder dos velhos santuários, afastando os mortais da natureza divina. Isolados no Sexto Céu, incapazes de enxergar a terra justamente pelo agravamento do tecido, a casta dos malakins, cuja função é estudar e catalogar os movimentos do cosmo, solicitou ao arcanjo Miguel a criação de uma brigada que descesse à Haled para pesquisar os avanços da civilização. O príncipe ofereceu o serviço dos exilados, que há milênios atuavam na sociedade terrestre, alheios às batalhas que se desenrolavam no paraíso. Destacados, então, para servir sob as ordens dos malakins, esses exilados foram reorganizados sob a forma de um esquadrão de combate. Sua tarefa, a partir de agora, seria participar das guerras humanas, disfarçados de meros recrutas, para anotar as façanhas militares, as decisões de campanha, e depois relatá-las aos seus superiores celestes. Esse esquadrão tomou parte em todos os conflitos do século XX, das sangrentas praias da Normandia ao colapso da União Soviética. Embora muitos não desejassem matar, era exatamente isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente acabaram fazendo. Em paralelo às aventuras de Denyel, que se desenrolam cronologicamente de 1944 a 1989, acompanhamos também, no tempo presente, a jornada de Kaira e Urakin em busca do amigo perdido, que caíra nas águas douradas do rio Oceanus, durante a destruição da ilha-fortaleza de Athea em Herdeiros de Atlântida.

2 comentários:

  1. Oie!!

    Adorei sua resenha e confesso que já tinha lido este livro, porém não fiz a resenha ainda, mas irei postar em breve.
    Eu me apaixonei por ABDA (como você diz! Hahahaha) e gostei muito de Filhos do Éden. Mas já adianto (não é spolier) Anjos da Morte é muuuuuuuuuito louco, muito melhor! \o/

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    Irmãos Livreiros

    Beijos!

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    Respostas
    1. Em questão de trama, achei ABDA melhor, acho que talvez por ser um livro fechado, mas estou com as expectativas altas para anjos da morte, pelo que ja folheei dele me pareceu mais interessante, você só me deixou mais ansiosa pra ler hauehueh.
      Obrigada Daniel, abraços :D

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