Objetos Cortantes: Palavras que ferem na própria carne

Autor: Gillian Flynn

Editora: Intrínseca

Ano: 2015

Páginas: 256

Nota: 4/5

Sinopse: Uma narrativa tensa e cheia de reviravoltas. Um livro viciante, assombroso e inesquecível. Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida. Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma desconhecida. Mas, sem recursos para se hospedar na cidade, é obrigada a ficar na casa da família e lidar com todas as reminiscências de seu passado. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados afim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.

É o segundo livro de Gilian que leio, a primeira obra, Garota Exemplar, definitivamente me deixou boquiaberta, agora com a leitura de Objetos Cortantes eu pude comprovar que Gilian é uma das minhas autoras prediletas.
Objetos é o seu primeiro trabalho, podemos verificar que a escrita ainda não está amadurecida, ficamos um pouco perdidos com tanto personagem surreal, por vezes eu achava que aquela cidade parecia um hospício a céu aberto. Dá para perceber que assim como Maine está para Stephen King, Missouri está para Gillian e dessa vez ela pesou a mão em gente maluca, só salvando o detetive Richard Willis que não é de Wind Gap e sim do Kansas.

Camille é uma jornalista que viaja para a cidade onde nasceu e cresceu, no interior dos EUA, em busca de um furo. Algo que seu editor pensou que faria bem a todos: um descanso para a repórter e uma matéria que poderia gerar prêmios e lucro ao Jornal. Porém, as feridas da sua vida tentam retornar a todo custo. Evidentemente uma pessoa com sérios transtornos como Camille, só poderia ter a origem de seus distúrbios no seu passado.

Automutilação é definida como uma agressão intencional ao próprio corpo sem intenção de morte, como uma interrupção da dor emocional pela dor física. Camille ao contrário, tem necessidade de lembrar-se, de se nomear ao se expor em palavras, “de fazer a pele gritar” como a mesma pensa. Suas palavras queimam em seu corpo, sempre para fazê-la recordar o que é ou o que as pessoas acham que ela é.  

Somos levados a acompanhar o desenrolar da investigação sobre o assassinato de duas meninas, pelos olhos de Camille e não da lei com o detetive Richard. Esse subterfúgio permite ao leitor ter as mesmas dúvidas que ela e chegar as mesmas conclusões.

Podemos destacar além da protagonista, três personagens   impactantes: Adora, a mãe de Camille, seu padrasto Alan e sua meia irmã Amma.

Enfim, um ótimo thriller psicológico que merece a nota 4.