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O Garoto no Convés: Uma aventura em Alto-Mar



Título Original: Mutiny on the Bounty
Autor: John Boyne
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2009
Páginas: 496
Nota: 4/5
Sinopse: A história da expedição do navio Bounty é narrada do ponto de vista de John Jacob Turnstile, um garoto de Portsmouth, sul da Inglaterra, que sofre abusos de toda sorte no orfanato do Sr. Lewis e pratica pequenos furtos nas ruas da cidade. Detido pela polícia após roubar um relógio, é salvo pela própria vítima do roubo quando esta lhe faz uma proposta: em vez de ficar encarcerado, embarcaria no HMS Bounty para passar pelo menos dezoito meses como criado particular do respeitado capitão Bligh. Turnstile aceita a barganha, planejando fugir na primeira oportunidade. Mas a rígida disciplina da vida no mar e uma relação cada vez mais leal com o capitão transformarão sua vida para sempre. É pela voz desse adolescente insolente e sagaz, mas ao mesmo tempo frágil e ingênuo, que o leitor acompanhará uma viagem repleta de intrigas, tempestades intransponíveis, cenários exóticos e lições de lealdade, paixão e sobrevivência.

A História é contada pelos vencedores e do ponto de vista dos líderes – ou você já viu algum livro contando o descobrimento das Américas com a versão de quem limpava o chão das caravelas de Colombo? Ou falando sobre a conquista da Gália por quem cuidava dos cavalos dos legionários de César? Nesse livro vemos algo assim. É a História do motim mais famoso da História, contado pelos olhos do membro mais humilde da tripulação.

O começo lembra um pouco Oliver Twist, tal qual o personagem de Dickens, o protagonista é um um adolescente ladrão que vivia de pequenos furtos na Inglaterra vitoriana, seu nome John Jacob Turnstile. Sua vida começa a mudar quando ele é pego tentando roubar um relógio de um fidalgo, o Senhor Zela, o homem é bondoso e tenta salvá-lo mas a polícia não o perdoa e o leva julgamento, onde é condenado a servir durante um ano e meio no navio HMS Bounty da Marinha Inglesa.
O sr. Zela despediu-se de mim no cais, e eu não me envergonho de confessar que quase tive um ataque de nervos quando ergui a vista e examinei aquela que seria a minha morada nos dezoito meses seguintes - dois anos, talvez - da minha vida. A mera ideia já era de soltar o intestino. "O senhor não vai embarcar?", perguntei, cheio de esperança, pois, apesar do pouco que nos conhecíamos, tinha começado a considerá-lo como uma espécie de benfeitor e até amigo, … 
O leitor facilmente sente simpatia pelo garoto, e torce que ele consiga superar as imensas dificuldades que lhe são impostas pelo destino. Além dele, há muitos personagens interessantes, como o capitão William Bligh que é um homem tão complexo e contraditório que provavelmente tinha transtorno bipolar. O livro não diz isso claramente, mas as mudanças drásticas de humor e reações exasperadas me parecem sintomas claro da doença.

Bligh é um personagem real, assim como a maioria da tripulação do navio que realmente existiu, e que sofreu um motim de verdade, que até hoje não foi bem esclarecido. Só que esta obra vai além dos fatos conhecidos. O autor John Boyne, que também escreveu O Menino do Pijama Listrado, escreve muito bem, somos jogados em alto-mar e sofremos junto com os membros que se mantém fiéis ao capitão. É uma leitura intensa, que prende o leitor de modo que ele terá dificuldades de largar o livro antes de terminar.

A história é narrada em primeira pessoa, por isso o narrador não é onisciente. Assim como em O Menino do Pijama Listrado, podemos perceber pela linguagem e pensamentos de Jacob que ele ainda mantém a inocência de uma criança, tem muito medo e vai aprendendo a se virar no navio. Esse é um recurso excelente para manter a surpresa e deixar a leitura mais tensa.
Mas, quando cheguei ao alto da escada e saí, olhei à minha volta, não havia terra visível; já estávamos em pleno mar! Escancarei a boca para gritar a algum dos homens que corriam de um lado para outro, mas a voz não saiu, e o rumor das ondas e a violência da chuva e do vento eram tais que ninguém ia me ouvir.
O livro me encantou em muitos aspectos, a linguagem é fluída, não é prolixa e sem grandes descrições desnecessárias; há abundância de ações empolgantes, evitando que a história caia no marasmo; muitos personagens interessantes (reais ou fictícios). Enfim, é uma leitura mais que recomendada, espero que façam logo um filme dele.

5 comentários:

  1. Oi Alessandro,
    Parece super legal esse livro, já tinha visto antes... mais agora fiquei com vontade de ler :D
    Parabéns, ótima resenha! *--* Gostei muito
    Beijos ♥

    Livros Para o Chá das CincoCurta!

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  2. Oi Ale! Tudo bem?
    Eu tinha até esquecido que queria esse livro, acredita? Eu fiquei mega empolgada quando vi que ele era do mesmo autor do garoto do pijama listrado, e então tinha colocado ele na minha lista, mas esqueci, agora com essa super indicação, vou ir atras dele! OBRIGADA! E bela resenha! Beijos
    Paulinha Juliana - Overdose
    http://overdoselite.blogspot.com.br/2015/06/resenha-herdeira-selecao-4-kiera-cass.html

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  3. Oliver Twist <3
    A sua resenha foi o pontapé- estou correndo marcar esse livro na avon, saiu para proxima campanha e eu queria saber se era bom e caiu que eu vim no seu blog e puf :33

    parece ser uma graça,, John Boyne é muito bom!!!!
    Um beijo!
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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  4. Oiii,
    Do autor eu só li O menino do pijama listrado, e gostei muito. Então tenho certeza que esse eu irei adorar!.
    Parabéns pela resenha! :)
    Bjs
    http://diarioelivros.blogspot.com.br

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  5. Olá Alessandro,
    Não li esse livro, mas pela resenha deu para ver ser bem interessante!
    Eu tenho O menino do pijama listrado vou pegar para ler e depois esse.
    Parabéns
    http://conchegodasletras.blogspot.com.br/

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