O Diário de Suzana para Nicolas: romance sensível com um final de tirar o fôlego

Autor: James Patterson

Editora: Arqueiro

Ano: 2011

Páginas: 224

Nota: 3,5/5

Sinopse: Depois de quase um ano juntos, o poeta Matt Harrison acaba de romper com Katie Wilkinson. A jovem editora, que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia, não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente. Mas tudo está prestes a ser explicado. No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”. Ao folhear aquelas páginas, Katie logo descobre que Suzana é uma jovem médica que, depois de sofrer um infarto, decidiu deixar para trás a correria de Boston e se mudar para um chalé na pacata ilha de Martha’s Vineyard. Foi lá que conheceu Matt. E lá nasceu o filho deles, Nicolas. Por que Matt teria lhe deixado aquele diário? Agora, confusa e sofrendo pelo fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie buscará as respostas para sua vida.

Conhecido pelos seus romances policiais e de suspense, James Patterson pisou em um novo território ao contar uma história de amor dramática. Apesar disso, o escritor não deixou de lado aquela pitadinha de mistério. Com um início morno e aparentemente clichê, o livro não mostra realmente ao que veio nas dez primeiras páginas. A reviravolta acontece no momento em que Katie começa a ler o diário enviado pelo seu ex-namorado, Matt, após o dito cujo terminar o relacionamento de aproximadamente um ano do dia para a noite e sem explicações.

O diário é escrito para Nicolas, filho de Matt e Suzana, pois a mãe quer contar parte de sua vida para que o menininho conheça melhor sua história e a dos pais quando estiver crescido. É bem íntimo e pessoal, achei de uma sensibilidade muito grande. E é exatamente por esse motivo que considero o livro complicado de resenhar devido as sensações causadas pelas palavras de Suzana e seus versinhos para o filho.

Nesse primeiro momento ficamos tão confusos quanto Katie. Afinal, o diário é para o Nicolas, certo? Então como ele explicará o motivo do término e por que Matt não contou tudo pessoalmente? A resposta é a seguinte: a vida de Matt, Suzana, Katie e Nicolas é totalmente interligada, portanto Katie deveria conhecer o relacionamento anterior do ex para entender suas razões e, consequentemente, entendê-lo melhor.

Adorei a escrita do diário, mostrando todo o amor que Suzana tinha pelo filho e pelo marido. A história deles é muito bonita, mas achei um pouco perfeita demais, ou quem sabe Suzana queria mostrar apenas as coisas positivas para Nicolas. 

Obrigado Suzana. Obrigado por esta noite, esta dança e, principalmente, por este menininho. O meu mundo inteiro está bem aqui, neste quarto. Se eu não tiver mais nada, já terei tudo.

Patterson construiu bem cada personagem e nos convida a adorá-los instantaneamente. Katie é editora de livros e muito intensa (adora o universo arthuriano, já a adorei por isso). Suzana sofreu um sério ataque cardíaco, e por isso, decidiu mudar de vida e de cidade para ser feliz e conhece o amor de sua vida lá (bem clichezão). Matt é amoroso e entregue aos seus relacionamentos, é o típico "faz tudo" e ainda por cima poeta nas horas vagas. E Nicolas.. é uma criança adorável e com um belo sorriso. Porém, o livro não aprofunda tanto todos os personagens, pois é dividido em três pontos de vista (Diário - Suzana, Katie e Matt). Os pensamentos de Suzana ocupam a maior parte do livro e Matt aparece apenas uma vez contando seus dramas pessoais, no restante do enredo o conhecemos apenas pela descrição das duas mulheres. Kate também ficou "jogada" na trama e aparece bem pouco. A profundidade maior é com o diário mesmo e a adorável Suzana.

O clímax é chocante. O leitor quer devorar as páginas finais para saber como tudo irá terminar. Não foi tão surpreendente para mim pois liguei os pontos durante a leitura e imaginei um desfecho semelhante, mas não tão cruel quanto o real. Ali acontece o fim de uma era e o início de uma nova vida. Confesso que lembrei um pouquinho de Nicholas Sparks em alguns pontos da obra, apesar de ter lido apenas um livro do escritor.

Enquanto escrevia a resenha descobri que existe um filme baseado na trama. É de 2005, mas pelo visto não foi lançado nos cinemas e muito menos há algum link com legendas em português. Só em inglês mesmo pelo youtube.