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Invictus – A união de esporte e política


Título Original: Invictus
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Anthony Peckham
Ano: 2009
Duração: 2h14min
Gênero: Drama
Nota: 4,5/5

Sinopse: Recentemente eleito presidente, Nelson Mandela (Morgan Freeman) tinha consciência que a África do Sul continuava sendo um país racista e economicamente dividido, em decorrência do apartheid. A proximidade da Copa do Mundo de Rúgbi, pela primeira vez realizada no país, fez com que Mandela resolvesse usar o esporte para unir a população. Para tanto chama para uma reunião Francois Pienaar (Matt Damon), capitão da equipe sul-africana, e o incentiva para que a seleção nacional seja campeã.

Desde a Roma Antiga é de conhecimento dos governantes em geral que o esporte tem capacidade unir e apaziguar os ânimos do povo, o escritor Millor Fernandes chegou a afirmar que “O Futebol é o ópio do Povo e o narcotráfico da Mídia”, adaptando uma célebre afirmação de Marx sobre a religião ser a droga usada para manipular a sociedade. Em Invictus Nelson Mandela faz um bom uso desse fascínio que o esporte exerce nas massas – bom, mas não menos controverso por isso.


Apesar dessa relação próxima, não é comum filmes sobre esportes tratarem de política – o usual é que o contexto onde o time joga seja abordado apenas de forma superficial, no máximo mostrando as dificuldades que os atletas precisam superar para que cheguem ao torneio e brilhem, como é o caso de Jamaica abaixo de zero (Cool runnings, 1993).

Invictus não segue essa tradição. A história, baseada no livro de John Carlin "Conquistando o Inimigo" ( Playing the Enemy: Nelson Mandela), mostra como aconteceu o difícil governo do presidente sul-africano. Recém saído da cadeia no tempo do Apartheid, ele precisa governar tanto para os negros que o elegeram, como para os brancos que nasceram e cresceram aprendendo que são superiores e que devem evitar o contato com os negros.

O país é uma caixa de pólvora, basta uma pequena faísca para que ele exploda em uma guerra sangrenta que duraria por tempo indefinido, pois mesmo os negros sendo a maioria e detentores do poder político, afinal elegeram um presidente, eles não possuíam a força necessária para derrotar os brancos, que por décadas se mantiveram no poder e concentraram riquezas e conhecimento suficiente para continuarem sendo a elite dominante do país.

Os astros Morgan Freeman (Nelson Mandela) e Matt Damon (François Pienaar, o capitão da equipe de rugby union sul africano) fazem um trabalho convincente, é fácil entender seus medos e suas motivações, ambos querem o melhor para o país devem trabalhar juntos para isso, por isso precisam confiar um no outro e passar essa confiança à suas equipes, mesmo que não tenham nenhuma garantia de que a outra parte merece essa confiança.

Baseado em fatos reais, acontecidos durante Copa do Mundo de Rugby Union de 1995, realizada na África do Sul, o filme mostra bem como o esporte pode ser usado para controlar a população, o time de Pienaar é o azarão do campeonato, porém a cada vitória vai conquistando mais fãs de ambos os lados e unindo o povo, é uma boa causa entretanto leva o telespectador à reflexão: a paixão pelo esporte serve aos governos para alienar o povo? Até que ponto um governante pode se beneficiar disso? Quem define se uma causa é justa ou não?

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