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O Apanhador no Campo de Centeio:Retrato de uma juventude descontente

Autor: J.D. Salinger
Editora: Editora do Autor
Ano: 1999
Páginas: 208
Nota: 2,5/5
O Apanhador no Campo de Centeio narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventude e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.
O Apanhador no Campo de centeio foi escrito pelo recluso J.D. Salinger e publicado em 1946 nos EUA, numa época em que não existia livros para adolescentes escritos numa linguagem própria. Apesar do autor ter uns 30 anos quando finalizou a obra, escreveu um livro em primeira pessoa com direito a gírias da época o que fez com que esse público se identificasse.

Quando se propõe a ler e, principalmente, comentar qualquer obra, é preciso entender o contexto em que foi escrita. Há exemplos de filmes e livros que fizeram muito sucesso e foram considerados inovadores no passado e que, vistos por um leitor e telespectador de hoje, são considerados fracos e que não merece a fama.


Esse é o caso de Apanhador no Campo de Centeio, um clássico que representou toda uma geração de adolescentes necessitada de personagens literários que o representassem. Para esses jovens, foi um livro célebre que conta a jornada ocorrida em um fim de semana de Holder Caulfield. A obra foi tão impactante na época, que tem fama de levar muitos a se suicidar.

Apesar disso tudo um leitor de hoje pode achar o livro maçante, afinal o que não falta é personagem que os jovens possam se identificar. Como não sou da geração que estava carente de representação quando ele fui publicado, e também não sou mais adolescente, não tive muita paciência com o Holder, o protagonista, ele é inquieto, reclamão demais e precisa de terapia urgente.

Também não ajudou a tradução das gírias, esse tipo de tradução é complicada e foi preciso muito esforço para entrar no clima dos personagens principais, conforme demonstrado nesta reportagem.

Então, por mais que eu conheça a importância do livro, e entenda que deva considerar a época e o contexto em que foi escrito, não foi uma leitura agradável. Além disso, supostamente o livro foi inspiração para alguns criminosos,como o assassino de John Lennon e o atirador que tentou matar Ronald Reagan, e talvez seja pela profunda insatisfação que o protagonista sente por tudo. Muito bem retratado no diálogo de sua irmã Phoebe com ele: 

"-Você não gosta de nada que está acontecendo." 
Afinal, nada era bom o suficiente para o Holder. 
Nota:2,5/5

Um comentário:

  1. Oi Nina, eu já ouvi falar muito deste livro, mas nunca me interessei em ler.
    Pela sinopse e por sua resenha creio que eu também não irei gostar.
    Ótima resenha como sempre.
    Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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