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As Doze Tribos de Hattie: sempre há uma luz no fim do túnel


Autor: Ayana Mathis
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota: 4/5
Sinopse: Em 1923, aos quinze anos, Hattie Shepherd deixa a Geórgia para se estabelecer na Filadélfia, na esperança de uma vida melhor. Mas se casa com um homem que só lhe traz desgosto e observa indefesa quando seu casal de gêmeos sucumbe a uma doença que poderia ter sido evitada com alguns níqueis. Hattie dá à luz outras nove crianças, que cria com coragem e fervor, mas sem a ternura pela qual todos anseiam. Em lugar disso, assume o compromisso de preparar os filhos para as calamitosas dificuldades que certamente enfrentarão e de ensiná-los a encarar um mundo que não os amará nem será gentil. Contadas em doze diferentes narrativas, essas vidas formam a história da coragem monumental de uma mãe e da trajetória de uma família. Belo e inquietante, o primeiro romance de Ayana Mathis é assombroso do início ao fim — épico, angustiante, imprevisível, vibrante e cheio de vida. Uma história envolvente e cativante, um retrato marcante de uma luta tenaz diante de adversidades insuperáveis e uma celebração da resiliência do espírito humano. As doze tribos de Hattie é um romance de estreia de rara maturidade.
Os negros passaram por apartheids, escravidão, inúmeros preconceitos, mas o orgulho da própria cor é algo admirável. Ayana Mathis apresenta essa característica logo nas primeiras páginas através de Hattie, uma mãe adolescente com os dois filhos doentes, tentando o possível e o impossível para tirá-los daquele desespero. Ela é uma protagonista instigante, incerta, marcante e muito orgulhosa. Contudo, o livro não é apenas sobre ela.

Sua relação com o marido August não é nada romântica. Ele a trai e passa a noite em bares, enquanto Hattie passa o dia inteiro cuidando de casa e dos filhos. Cansada da monotonia e da rotina exaustiva, a protagonista decide sair de casa e viver com a filha mais nova, Ruthie, e outra pessoa em determinado momento... Sinto muito dizer isso, mas o restante do enredo nem vale a pena comentar. Você precisa ler e sentir tudo.

O livro é narrado pelos doze filhos da protagonista e uma de suas netas, começando no ano de 1925, com Jubileu e Filadélfia - os primogênitos do casal - e segue até 1980. É interessante observar a perspectiva de cada filho sobre a mãe, considerada por eles como uma pessoa fria e rígida, literalmente uma general. Ela é tudo isso mesmo. Não beijava ou abraçava os filhos, apenas cumpria seu papel de mãe e cuidava deles da melhor forma possível. Apesar disso, poucos conseguem enxergar seu outro lado, aquele feliz e amável. Quando isso ocorre é algo passageiro, já que a máscara da frieza e do orgulho logo voltam ao seu rosto. 



A família vive com pouquíssimos recursos e quase nenhum alimento. Ao ler As Doze Tribos de Hattie pensei em meus avós, bisavós e tataravós e em suas dificuldades ao cuidar de uma penca de crianças. Naquela época as coisas eram conquistadas após anos e anos de luta. Hoje não é tão é diferente, mas são décadas e períodos distintos. Se você queria uma boa casa própria deveria trabalhar por uns vinte anos e juntar todo o dinheiro até conseguir pagar o imóvel.

Como cada capítulo é narrado por pessoas diferentes, finais interessantes e bons personagens são um pouco desperdiçados. Não há uma continuidade, tudo sobre a vida de tal irmão começa e termina ali, apenas uma coisa ou outra mais importante é retomada na trama. Claro que os personagens são citados futuramente, mas é bem superficial, mostrando apenas onde ele está ou o que faz da vida. Isso me desagradou, mas não prejudica tanto a obra com um todo. A história é dinâmica, com bons diálogos e mostra as complexidades das relações familiares e dos seres humanos. 

A Oprah Winfrey adorou o romance de estreia da Ayana e até o indicou para o seu famoso clube do livro:

4 comentários:

  1. Oiii, tudo bem???? Eu não conhecia o livro, mas não tenho certeza se gostaria muito. Como vivemos em um mundo diferente (talvez não tanto, mas enfim), não sei se eu aceitaria muitas coisas, como a frieza da mãe :P
    E criar muitos filhos é terrível mesmo, hehhe, eu criei muitos irmãos, kkk, venho de uma família enoooooorme, kkk
    Um beijão
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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    1. Oi!
      Pois é, o livro se passa nos Estados Unidos e em várias épocas, um universo totalmente diferente do nosso, mas o livro é interessante exatamente por isso. É uma história "real", com pessoas reais. HAHAHHHA Sou filha única então não conheço nada dessa agitação.
      Abraços!

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  2. Oie!!
    Adorei a dica!
    Adoro livros assim, que fazem a gente sentir de verdade
    e outra, me lembrou um pouco a luz através da janela e a garota que voce deixou pra tras em partes...
    vou marcar no skoob :o
    seu blog é muito lindão, viu ?
    Um beijo!
    Pâm - www.interruptedreamer.com

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    1. Oi Pâm!
      É um livro cheio de emoções e com reviravoltas loucas, isso garanto hahaha Ouvi falar do livro da Jojo (ainda não li, então é difícil falar se lembra ou não). Leia As Doze Tribos de Hattie e depois me conte o que achou hahahaahah :) Obrigada! O seu também é lindo, viu? Beijos.

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