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Moby Dick: Uma tragédia em Alto Mar






Título: Moby Dick
Autor: Herman Melville
Ano: 1965 (o original é 1851)
Páginas: 185
Editora: Ediouro
Nota: 4/5


Sinopse: Na cidade de New Bedford, em Massachusetts, o marinheiro Ismael conhece o arpoador Queequeg e, juntos, partem para a ilha de Nantucket em busca de trabalho no mercado de caça às baleias. Lá, eles embarcaram no baleeiro Pequod para uma viagem de três anos aos mares do sul. Entre eles, tripulantes de diversas nacionalidades: os imediatos Starbuck, Stubb e Flask; os arpoadores Tashtego e Daggoo, além de Ahab, o sombrio capitão que ostenta uma enorme cicatriz do rosto ao pescoço e uma perna artificial, feita do osso de cachalote. Obcecado por encontrar a fera responsável por seus ferimentos e que nenhum arpoador jamais conseguiu abater - a temível "Moby Dick" -, o capitão Ahab conduz o baleeiro e toda a sua tripulação por uma rota de perigos e incertezas.
O que obras tão diferentes como o livro brasileiro Um sonho no caroço de abacate e o filme Star Trek: First Contact (no Brasil, Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato) tem em comum? Ambas fazem uma citação direta à Moby Dick, a história da caça à baleia mais famosa do mundo é tão popular que já foi representada direta ou indiretamente em várias formas de textos, desde desenhos animados até trabalhos científicos.





Moby Dick foi escrito em meados do século XIX, quando caçar baleias era uma prática comum e incentivada pelos governos de diversos países, pois de seu óleo se fazia de tudo, até mesmo combustível para os lampiões que iluminavam os postes à noite. Embora Melville não seja ambientalista, esse termo nem existia na época, ele reflete sobre a crueldade dessa matança e se não poderia por levar esses magníficos animais à extinção.

Embora, nos padrões de hoje, a ação demore para acontecer: Ismael, o narrador, conversa bastante com o leitor, divide com ele suas conclusões e pensamentos e detalha, não só o navio, mas toda a vida na atividade baleeira; é um livro emocionante, que deixa os leitor tão aflito, impaciente, nervoso achando que a baleia não vai aparecer nunca; como os tripulantes do navio e o capitão Ahab devem ter se sentidos passando a viagem inteira esperando a baleia aparecer.

É uma história cheia de personagens interessantes, a começar pelo narrador que era um simples professor de colegial que acabou se tornando marinheiro e, no começo do livro, se aventurou em um navio baleeiro sem saber nada da prática; Queequec, um arpoador aborígene que é considerado selvagem pelos companheiros mas ganha o respeito de todos no navio; Starbuck, o primeiro imediato que era o único que percebia a obsessão louca que dominava o capitão; Ahab, o velho lobo do mar que perdeu sua perna em uma luta com a baleia e que desafia Deus e a natureza, perde todos os instrumentos de navegação, forja sua própria bússola e, finalmente, depende apenas de sua própria astúcia e instinto para procurar em todos os cantos do vasto oceano pela única coisa no mundo que o consome: a baleia branca.

Muitas alegorias podem ser encontradas nessa obra: os tripulantes seguiam Ahab cegamente, assim como religiosos fanáticos seguem seus líderes, pensando está lutando contra o mal, quando na verdade estão lutando contra uma ilusão do que pensam ser o mal. A luta de Ahab contra a baleia também pode ser interpretada como a luta do homem contra a natureza, mesmo que essa lute acabe com ele, o homem insiste em travá-la, ou simplesmente como podemos nos tornar animalescos quando nos deixamos levar pelos sentimentos mais bárbaros, como o instinto de vingança.

Não é uma história de mocinhos e vilões, ou pelo menos não é fácil a saber quem é o mocinho. Se Starbuck não quer vingança como Ahab, ele também não age por altruísmo, se confronta o capitão – seu objetivo e apenas ganhar muito dinheiro matando baleias, não se envolver em uma caçada suicida por um único indivíduo da espécie. Moby Dick poderia se considerar o herói, uma vez que ela só agia em legítima defesa ou pra salvar outras baleias porém, o ódio de Ahab contaminou todos, até mesmo ela, que ferida e perseguida parou de agir em legítima defesa e passou a atacar ferozmente o navio de Ahab.

O final é bem verossímil, coerente com o desenrolar dos acontecimentos. È um livro que merece ser lido e debatido, tanto pela sua importância histórica e popularidade quanto sua profundidade de leituras e interpretações.

2 comentários:

  1. Oii, tudo bem? Nunca li a obra acredita? Mas conheço um pouco, por causa dos filmes e desenhos, ahsuahsuahus. Gostei muito da análise que você fez da obra e pelo visto acho que ia curtir bastante. Muitos temas importantes são debatidos e isso é uma coisa que eu curto muito :)
    beijoos
    http://profissao-escritor.blogspot.com.br/

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  2. Olá!

    Moby Dick está na minha lista faz muito tempo, mas nunca tive oportunidade de ler. Espero conseguir logo! Ótima resenha =)

    refugiorustico.com.br

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