Editora: Cia das Letras
Ano: 2008 (O original é de 1945)
Páginas: 147
Nota: 5/5
Cansados da exploração a que são submetidos pelos humanos, os animais da Granja do Solar rebelam-se contra seus donos e tomam posse da fazenda, com o objetivo de instituir um sistema cooperativo e agualitário, sob o slogan "Quatro pernas bom, duas pernas ruim".
Mas não demora muito para que alguns bichos - em mais particular os mais inteligentes, os porcos - voltem a usufruir de privilégios, reinstituindo aos poucos um regime de opressão, agora inspirado no lema "Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros". A história da insurreição libertária dos animais é reescrita de modo a justificar a nova tirania, e os dissidentes desaparecem ou são silenciados a força.
Instrumentalizada na época da Guerra Fria como arma anticomunista. A revolução dos bichos transcende os marcos históricos da ditadura stalinista que a inspirou e resplandece hoje,passados mais de sessenta anos de seu surgimento, como uma das mais extraordinárias fábulas sobre o poder que a literatura já produziu.
O livro aparentemente é fraco:
o enredo linear e simples, os personagens são caricatos, não há
digressões e nem subtramas. Apesar disso, as possibilidades
múltiplas de interpretação e as alegorias fazem d'A Revolução
dos Bichos uma obra de primeira qualidade.
Apesar da fama e de ser escrito
em 1945, é uma leitura muito fácil, quando o li estava achando que
encontraria uma linguagem mais densa, estava me preparando para ter
dificuldade para terminar, e pelo contrário, levei muito pouco tempo
para concluí-lo e foi uma leitura muito prazerosa.
É um livro de comparações,
que conta a história de uma fazenda na qual os animais se revoltaram
e a tomaram do fazendeiro, só que pouco tempo depois as coisas não
deram muito certo porque os porcos que eram os líderes, passaram a
tratar os animais igual o homem fazia. Quantas comparações podemos
fazer.... Qualquer relação de poder pode entrar nesse balaio. Sei
que o livro foi baseado na Revolução Russa, mas podemos incluir aí
(guardadas as devidas proporções) as Igrejas, os sindicatos, aquele
colega de trabalho que vira chefe e que ao ter o poder nas mãos se
corrompe.
O
poder é o problema do livro - não é que o poder em si seja um
problema, mas a influência que ele exerce nas pessoas que os recebe
pode ser maléfica e, dessa influência que vem o mal que contagiou
os porcos, da mesma forma que pode afetar qualquer pessoa no mundo
real.
Além desse problema central,
há várias referências à outras formas de poder que nos afligem.
Como o poder religioso, Quando estava lendo sobre o corvo eu só
lembrava dos fundamentalistas islâmicos que prometem uma vida no
além cheia dos benefícios que não temos na terra. Ou o poder das
massas, representado pelo Garganta que além de ser uma referência à
mídia, representa também a pior especie de eleitor, aquele que
voto, faz campanha em favor de emprego ou para manter seu emprego
comissionado.
Enfim, há várias
representações diversas de tipos humanos que se envolvem em
política, ou outra forma de poder, e que mudam em função disso,
assim como manipulam e invertem as leis em seu favor. Isso se dá não
porque o ser humano é malvado por natureza (embora há quem acredite
nisso) acho que todo mundo quando chega ao poder (ou pelo menos a
maioria, sou otimista) quer o bem comum. Porém há 2 grandes
problemas:
1. O poder é muito tentador,
muitas vezes quem chega nele não quer mais "largar o osso"
e por isso acaba se corrompendo.
2. Chegar ao poder não é
fácil, é preciso de muito dinheiro (para isso tem que ter
financiamento que não vem sem se comprometer) e de aliados poderosos
(que como os financiadores, querem algo em troca do seu apoio).
Além dessa análise política,
pode se também fazer uma reflexão filosófica/psicológica. De
acordo com o Lord Acton (1834-1912): "O poder tende a corromper,
e o poder absoluto corrompe absolutamente, de modo que os grandes
homens são quase sempre homens maus". A obra explícita
fundamentalmente isso; é pouco provável que os porcos quisessem ser
humanos no começo da Revolução. Na verdade, quando planejaram tudo
só queriam se livrar do fazendeiro. O que deu errado? Em minha
humilde opinião, o problema foi dar muitos poderes a eles e,
principalmente, tê-los mantido sempre na liderança. Por isso, um
dos princípios da democracia deve ser a alternância dos governos;
nenhum homem ou grupo político deve ter poder demais e nem por tempo
demais, quando começam a parecer com ditadores é preciso que sejam
trocados, antes que virem tão parecidos que não seja possível
distinguir um do outro.
Bom ,, depois dessa resenha super bem explicada e de entender o poder em partes, acredito que posso l~e-lo sem medo de ser feliz, apesar da minha edição ser uma bem mais antiga que essa hehehe
ResponderExcluiralias tenh oque ver de quando é
confesso que fiquei com vontade de ler agorinha, nesse minuto poxa :3
Um beijo!
Pâm - www.interruptedreamer.com
Sei que esse livro tem mil interpretações e gera mil reflexões, mas ainda não senti aquela vontade de ler, sabe? Não descarto ler um dia, mas tenho mais curiosidade por 1984.
ResponderExcluirBeijos,
alemdacontracapa.blogspot.com