Nunca
pensei que um dia eu fosse pensar assim, mas a morte foi um alívio.
Sim,
um alívio, minha única alegria era sentar-me à beira do mar e observar as ondas
no fim do dia. Não tinha mais vontade de fazer as coisas normais que qualquer pessoa
fazia.
A
morte pra mim foi um alívio, um renascer, sinto como se eu tivesse nascido
apenas para encontrá-la no final.
Sempre
tive medo da morte. Nunca falei ou comentei sobre a morte, tinha pavor de
pronunciar e ouvir sobre ela. Nunca fui a enterro algum, mesmo das pessoas mais
queridas na minha vida. Mas a morte nada mais é do que um reencontro, talvez um
renascimento de você com você mesmo. Ela nos mostra o que fizemos na vida, mas
também nos mostra o que deixamos de fazer, o que deixamos para trás.
A
morte talvez seja um estado de espírito, muitos vivem a vida toda assim, como
uma máquina, como se estivessem hipnotizados, e
quando percebem é tarde demais...
Eu passei a minha vida toda achando que ela poderia chegar antes do que um
amor, um casamento, um filho... E ela veio quando eu menos esperava, mas de um
jeito que, talvez, eu nunca tivesse escolhido. Observando o mar que tanto amei
a vida toda, ela me levou. Sem delongas, sem comentários, sem sinal... Apenas
eu e o mar.
Fui
tomada por um alívio imenso dentro do corpo, uma rajada de sentimentos
tranquilos e de paz povoava a minha mente. Sentia agora o verdadeiro
significado do “corpo são, mente sã”, estava em paz comigo e com tudo o que me
rodeava, estava feliz enfim.
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