Título Original: The Lord Of War
Direção: Andrew Niccol
Roteiro: Andrew Niccol
Ano: 2009
Duração: 123 min.
Gênero: Drama, Ação, Suspense
Nota: 4,5/5
Sinopse: Yuri Orlov (Nicolas Cage) é um traficante de armas que realiza negócios nos mais variados locais do planeta. Estando constantemente em perigosas zonas de guerra, Yuri tenta sempre se manter um passo a frente de Jack Valentine (Ethan Hawke), um agente da Interpol, e também de seus concorrentes e até mesmo clientes, entre os quais estão alguns dos mais famosos ditadores do planeta.
É interessante como o tráfico de drogas tem visibilidade, muitas campanhas e protestos contra esse crime são realizado frequentemente em quase todos os países do planeta, entretanto, outro mercado tão ilícito e pernicioso para a sociedade é relativamente ignorado: o contrabando de armas, neste excelente filme, veremos como e porque isso acontece.
Apesar de ser uma obra de
ficção, os detalhes e datas são baseados em eventos históricos, o
protagonista Yuri Orlov (Nicolas
Cage) é inspirado em várias pessoas reais, assim como vários de
seus clientes, ditadores de países africanos - que embora nenhum
exista de verdade, são inspirados em várias pessoas. Essa precisão
histórica dá verossimilhança e credibilidade ao enredo.
Mas
não espere por um documentário, é uma narrativa tão bem escrita
que o telespectador não vai
notar esse viés didático,
vai curtir um filme de
suspense e ação. A
começar pelas cenas inicias que mostram a trajetória de uma bala de
fuzil, desde a sua fabricação na
Ucrânia até seu destino final, a cabeça de uma criança africana;
sob o som de for For What
it's Worth (Por
que valor, em tradução livre) do Buffalo Springfield – um começo
tão dramático que que
chega a ser poético.
Após esta imponente
introdução, Orlov aparece “Dizem que entre dez pessoas, uma tem
uma arma. Meu trabalho é vender armas para essas outras nove.”
Então ele se apresenta e começa a contar sua história, desde a
década de 1980 até a atualidade e como ele se tornou o principal
contrabandista de armas do mundo, seus clientes vão desde pequenos
criminosos até ditadores e revolucionários, que querem tomar o poder
de países pequenos, que não conseguem comprar armas no mercado
oficial.
A
história gira em torno de Orlov e sua família, até que entra em
cena Jack Valentine (Ethan Hawke), um agente da Interpol que tem uma
obsessão por prendê-lo para combater o tráfico internacional de
armas. Essa caçada lembra um pouco o filme Trama
Internacional (resenha), neste filme um agente da Interpol tenta prender um banqueiro e descobre que os governos do mundo não tem interesse que ele seja preso porque dependem dos bancos; a mesma coisa acontece com Jack, que tenta desesperadamente capturar o traficante de armas, mas Orlov é debochado, faz pouco caso disto e não o teme e explica porque não passaria um dia na prisão:
Mas alguns desses homens são inimigos de seus inimigos. E, embora, o maior vendedor de armas do mundo seja seu chefe, o presidente dos Estados Unidos, que vende mais armas num dia do que eu em um ano, às vezes é constrangedor ter as impressões digitais dele nas armas. Às vezes, ele precisa de um freelancer como eu para suprir forças que ele não pode ser visto suprindo. Por isso você me chama de “um mal”. Mas, infelizmente, para você, eu sou um mal necessário
Mesmo assim, o agente tenta
prendê-lo. Esse jogo de gato e rato gera muitos dos momentos de ação
e até cômicos da obra, como a cena em que Orlov é parado em uma
barreira militar no Norte da África, em pleno deserto do Saara, e
fala para os soldados que está levando um carregamento de
guarda-chuvas: um dos soldados não acredita que sejam realmente
guarda-chuvas no desertos e ele afirma que são guarda-sóis,
enquanto passa uma gorda quantia de suborno na mão do homem que o
libera sem mais perguntas.
Como se vê, é um filme
polêmico que toca na ferida dos Estados Unidos, o maior fabricante e
comerciante de armas do mundo, de uma forma divertida e o mais leve
possível; embora ainda fale de crime e mortes. Se você procura uma
opção de entretenimento divertida e inteligente ao mesmo tempo, O
Senhor das Armas é uma boa escolha.
Olá, Alessandro! Tudo bem?
ResponderExcluirRapaz, eu assisti ao filme e fiquei impressionado com tráfico de armas.
Embora seja um filme muito bom, não consegui me apaixonar por ele, contudo, uma cena me despertou muito a atenção como você mesmo descreve na resenha: a trajetória da bala até o fuzil. Incrível!
Abraços, cara!
Tem sorteio no Irmãos Livreiros. Participe!
Abraços!
http://www.irmaoslivreiros.com/