Autor: Rachel de Queiroz
Editora: Círculo do Livro / José Olympio
Ano: 1930
Páginas: 157
Sinopse: Esta obra discorre sobre a grande seca de 1915, de que Rachel tanto ouviu falar. Ceição convence Mãe Nácia a partir. Vicente quer ficar, salvar o gado. Dona Maroca manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família. Chegará à Amazônia? Não consegue as passagens e vai indo a pé. Um retirante em meio à seca. A fome e o cangaço. Este é um drama da terra.
“Livro no fundo amargo, porque é o livro do amor irrealizado”.
Usando de uma grande honestidade, todos nós sabemos
que muitos clássicos nacionais são penosos de ler e que você precisa lutar com
algumas páginas e, para muitos, não é aquele livro que se pega para descontrair
depois de um dia cansado. O Quinze é
um enorme clássico de leitura obrigatória que faz com que todos esses preceitos
desmoronem.
Uma região assolada pela Grande Seca de 1915, um
povo embrutecido pela labuta diária com o solo árido e a falta de chuva, a luta
milenar do ser humano contra a natureza e a agonia sentida quando se perde o
controle da sobrevivência, quando tanto faz trabalhar no sol a pino, a perspectiva
e o modo de vida não são mais decisões do homem. Esses são alguns dos pontos
abordados no livro de estreia da primeira escritora a integrar a Academia
Brasileira de Letras.
Desde a época que foi lançado até os dias atuais,
Rachel de Queiroz causa um impacto profundo pelo simples fato de ter escrito
algo de uma brutalidade tão simples que chega a ser assustador. Rachel não
fantasia seu texto com inúmeras palavras pomposas, simplesmente escreve o que é
e pronto, sem rodeios ou apresentações. Através dos diálogos mais diretos
possíveis, ela conseguiu transmitir a persistência dos que não abandonaram a
terra e o sofrimento dos que estavam desiludidos demais para esperar um
milagre.
Uma leitura compulsiva que não permite você largar
o livro antes de chegar a ultima página, O
Quinze nos faz ficar surpresos com nós mesmos por nos surpreendermos com
algo tão puramente simples.
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