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HQs para iniciantes #1: Persépolis




Olá! Tomando por inspiração o post mais recente da Gabriela, sobre Filmes inspirados em Histórias em Quadrinhos, eu, Lara, resolvi compartilhar com vocês o início da minha trajetória acompanhando a nona arte e tentar despertar nem que seja uma pequena fagulha a respeito da mesma em você, caro leitor (a).

Antes de entrar em detalhes, eu sempre gostei muito de assistir cartoons de super heróis, e desde cedo acompanhei desenhos como Super Amigos (aquele dos super gêmeos ativar), X-Men, X-Men Evolution, Thundercats, O Espetacular Homem Aranha, Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites, mas tudo sem jamais me atentar ao fato de que a maioria desses personagens já fazia fama em outro veículo, nesse caso feito de tinta e papel.

Antes de fazer meu primeiro contato com uma história em quadrinhos de super herói, ainda vi muitos filmes no cinema (alguns eu pirateei, confesso), sem jamais me interessar em procurá-los nas bancas, até por que eu nem fazia ideia de como comprar uma HQ (não gente, não é só pagar, tem todo um processo).

Mas como nunca é tarde para conhecer coisas novas, pouco tempo atrás fiz meu primeiro contato com o universo de papel. Minha primeira HQ foi um presente inesperado de alguém especial (meu namoradinho cof cof), e que é totalmente apaixonado pelo universo. Persépolis, minha primeira quadrinho, foi perfeita para me introduzir devagar nesse universo fantástico que é a nona arte.

Decidi fazer uma série de 5 posts a respeito do assunto, mesclando as HQ’s que li, com dicas para quem tem curiosidade para ler quadrinhos, mas também não sabe nem por onde começar. Antes de ir de cara nos Super Heróis, vou falar da minha primeira HQ, que foi uma HQ Literária, ideal para mim, que era viciada em livros e queria começar variar na leitura.

Persépolis (Cia das Letras), de Marjane Satrapi, é baseada na história da própria Marjane, e se passa no Irã, durante o início do regime Xiita no país. Para quem não sabe, ou não se lembra do que aprendeu nas aulas de história, o Irã é um país instável por causa dos conflitos religiosos que tiveram início há muito tempo, por volta do século VIII.



A religião Islâmica se dividiu em dois, sendo que de um lado, estão os Sunitas, que se consideram descendentes diretos do profeta Maomé, e do outro, os Xiitas, que consideram como verdadeiro descendente do profeta, Ali, genro de Maomé. Parece bobo, mas isso é só uma definição bem resumida, é complicado compreender a religião alheia, então por ora, apenas respeitemos. De fato, os Xiitas são os mais extremistas, e acabaram dando a má fama mundial à religião islâmica, mas muito mais do que isso, essa vertente da religião é a responsável pela maioria dos conflitos internos do Irã, e consequentemente, da população local.

Persépolis conta de forma simples e completa a respeito do estopim desses conflitos no Irã, e no meio deles está Marjane, uma criança educada na religião islâmica, mas muito bem inteirada a respeito do universo além do seu país. A história acompanha os passos de Marjane, desde o Irã ao período que passou no exterior, enviado pelos seus pais para escapar dos perigos do conflito, além de sua trajetória, suas mudanças de personalidade e seu próprio amadurecimento.




Pronto, já que obra já foi resumida, agora vamos aos benefícios dessa leitura. Para quem nunca leu nenhuma história em quadrinho além das da Turma da Mônica, vale a pena ter seu primeiro momento com uma HQ Literária. Você já leu a Turma da Mônica né? Você sabe bem como é gostoso sentar em um lugar fresquinho e rir das piadas, e com as outras HQ’s não é diferente. O prazer o mesmo, a leveza é mesma. Você lê tranquilamente e absorve as imagens como se fosse um mini filme diante dos seus olhos. Sua imaginação ganha um extra: as gravuras.

“Ai Lara, mas eu não conheço nenhuma hq, como posso saber se é mesmo legal? Não quero dar meu dinheiro em coisa ruim, olha lá hein?”

Em resolução a isso, listei algumas HQ’s literárias para você começar, entre elas estão algumas Graphic Novels, que na tradução direta é um Romance Gráfico, sem exatamente ser o romance romântico que talvez você esteja pensando. Vamos aos títulos:

1 – Persépolis (Marjane Satrapi)


Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita, apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.

2 – Maus: A História de um Sobrevivente (Art Spiegelman)


Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, Maus ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica.

Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.

3 – Azul é a Cor Mais Quente (Julie Maroh):


(te peguei nessa hein?)

O livro conta a história de Clementine, uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. A novela gráfica foi lançada na França em 2010, já tem diversas versões, incluindo para o inglês, espanhol, alemão, italiano e holandês, e ganhou, em 2011, o Prêmio de Público do Festival Internacional de Angoulême. Em tempos de luta por direitos e de novas questões políticas, AZUL é a COR MAIS QUENTE surge para mostrar o lado poético e universal do amor, sem apontar regras ou gêneros.

4 – Daytripper (Fábio Moon e Gabriel Bá):


Brás de Oliva Domingos tem só mais um dia de vida. Pode ser o dia em que ele conhece seu grande amor. Pode ser durante sua grande viagem da adolescência. Pode ser o dia em que ele começou a entender a família. Pode ser quando ele decidiu ajudar seu melhor amigo. Pode ser na velhice. 

Os grandes momentos da vida, a família de onde você vem e a família que você constrói, ser filho e ser pai, ter amor e ser amado. No trabalho de maior sucesso dos brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá, toda uma existência é contada em dez capítulos – dez dias – sob a sombra constante (e mágica) da morte. 

A minissérie ganhou os prêmios Eisner e Eagle, além de ter sido indicada ao Harvey e ao Shel Dorf Awards e ficado duas semanas na lista de coletâneas em quadrinhos mais vendidas do The New York Times. É a HQ brasileira de maior sucesso que já se viu no exterior.

5 – Retalhos (Craig Thompson):


Uma das graphic novels mais premiadas dos últimos tempos, Retalhos é um relato autobiográfico da vida no Meio Oeste americano. Thompson retrata sua própria história, da infância até o início da vida adulta, numa cidadezinha de Wisconsin, no centro dos Estados Unidos, que parece estar sempre coberta pela neve. Seu crescimento é marcado pelo temor a Deus — transmitido por sua família, seu colégio, seu pastor e as trágicas passagens bíblicas que lê —, que se interpõe contra seus desejos, como o de se expressar pelo desenho.

Ao mesmo tempo Thompson descreve a relação com o irmão mais novo, com quem ele dividiu a cama durante toda a infância. Conforme amadurecem, os irmãos se distanciam, episódio narrado com rara sensibilidade pelo autor.

Com a adolescência, seus desejos se expandem e acabam tomando forma em Raina — uma garota vivaz, de alma poética e impulsiva, quase o oposto total de Thompson — com quem começa a relação que mudará a visão que ele tem da família, de Deus, do futuro e, enfim, do próprio amor. Retalhos traz as dores e as paixões dos melhores romances de formação — mas dentro de uma linguagem gráfica própria e extremamente original.

Você deve estar pensando “Poxa, são tão caras, e são só quadrinhos, será que vale a pena eu gastar meu dinheirinho com isso?”.

Vou dizer uma coisa pra você: Vale. Aliás, vale em dobro. Não apenas porque você está lendo, mas porque você está vendo. Você vê a arte em cada página em dobro. A arte das palavras e a arte dos desenhos. No caso de Persépolis, que foi a que eu li, foi um sentimento tão grande poder olhar os olhos da Marjane, ver suas expressões, sua imaginação ali diante dos meus olhos, que me cativou de um jeito único.

Então se está achando caro, pense que está levando arte em dobro para casa, além de que será uma experiência incrível para você, variar é sempre uma delícia.

Antes de encerrar o post, vou compartilhar o filme de Persépolis com vocês, que assim como o livro, foi proibido em muitos países do oriente médio. O filme é uma animação extremamente fiel ao livro e é uma coisa linda de ver. Arranje um tempinho e o baixe ou o veja no YouTube mesmo, vale a pena, além de também ser super engraçado e rico em conhecimento.



Voltarei na semana que vem com a introdução aos super heróis e dicas para ir na banca e não comprar hq’s do jeito errado! Acredite se quiser, mas tem jeito de comprar.


Até breve.

2 comentários:

  1. Morro de vontade de ler Persépolis, um tempo atrás vi o livro a venda na FNAC mas estava super caro, e infelizmente ainda não consegui comprá-lo.

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    1. Esse é um dos problemas do comércio de HQ's por aqui, acaba saindo caro. Aquelas dos Sandman do Neil Gaiman por exemplo, um órgão negociado no mercado negro para cada exemplar D: Vira e mexe tem umas promoções boas, além dos sebos, mas é como eu disse ali em cima, em alguns casos compensa pelo material que você leva. O Persépolis ainda nem é tão superfaturado quanto outros, vi ele esses dias no Submarino de 30 e poucos, dependendo de onde você morar pode ser que saia razoável.

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