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Série Percy Jackson: Ladrão de Raios e um começo não tão eletrizante


Autor: Rick Riordan                                        
Editora: Miramax Books
Editora no Brasil: Intrínseca
Ano: 2005
Páginas:387
Primeiro volume da saga Percy Jackson e os olimpianos, O ladrão de raios esteve entre os primeiros lugares na lista das séries mais vendidas do The New York Times. O autor conjuga lendas da mitologia grega com aventuras no século XXI. Nelas, os deuses do Olimpo continuam vivos, ainda se apaixonam por mortais e geram filhos metade deuses, metade humanos, como os heróis da Grécia antiga. Marcados pelo destino, eles dificilmente passam da adolescência. Poucos conseguem descobrir sua identidade. 
O garoto-problema Percy Jackson é um deles. Tem experiências estranhas em que deuses e monstros mitológicos parecem saltar das páginas dos livros direto para a sua vida. Pior que isso: algumas dessas criaturas estão bastante irritadas. Um artefato precioso foi roubado do Monte Olimpo e Percy é o principal suspeito. Para restaurar a paz, ele e seus amigos - jovens heróis modernos - terão de fazer mais do que capturar o verdadeiro ladrão: precisam elucidar uma traição mais ameaçadora que a fúria dos deuses.

Sempre fui muito aficionada pela mitologia grega. Lembro-me do verão dos meus 16 anos e os muitos livros que li sobre o assunto na biblioteca da minha escola. Por essa razão, quando eu soube da existência de um tal de Percy Jackson, filho de Poseidon, me interessei imediatamente pela leitura. Fui ler anos depois, e quando li não me prendeu nem um pouco da forma como eu havia imaginado. Na época não me perguntei o porquê. Relendo “O Ladrão de Raios” percebi alguns pontos que o meu subconsciente captou naquela época.

O primeiro livro de uma série, pela minha experiência, nunca é o melhor. Isso porque é necessário certo tempo para familiarizar o leitor com a história. Para apresentar personagens e cenários, e toda a mitologia na qual se baseia o roteiro do livro. Esse não é uma exceção à regra. Apesar disso, o autor consegue balancear esse desenvolvimento com cenas de ação, trazendo alguns personagens mais conhecidos da mitologia grega para o cenário, como o Minotauro que aparece antes da página 100.


A adição de um grande clichê literário é outra forma de familiarização utilizada. Praticamente todo livro em série que eu li, principalmente os fantásticos, tem o desinformado e o espertinho que sabe tudo previamente. Nesse caso, o desinformado é uma personificação de nós, leitores, para que entendamos melhor a história. Em “Harry Potter” tinha o Rony e a Hermione, às vezes até o próprio Harry. Em “Ladrão de Raios” é o Percy e a Annabeth, sua companheira de missão, arrogante e orgulhosa; um dos clichês mais desnecessários que eu encontrei durante a leitura. No início, Percy Jackson está tendo aulas sobre mitologia grega, após um ano de estudo intenso ele conhecia alguns fatos importantes, e ele mesmo afirmara que gostava do assunto. A partir do momento que Annabeth surge na história, Percy fica burro. Histórias bobas como o surgimento da Medusa ele não sabe ou não entende. E eu nem vou entrar muito na questão Annabeth porque eu vou citar elementos piores sobre ela durante a série de resenhas.

Dizer que é um livro infantil é redundância. Um livro narrado em primeira pessoa por um menino de 12 anos obviamente não é literatura adulta. Rick Riordan enfatiza essa infantilidade com um tom humorístico, chamando personagens com relevância moderada por nomes simplórios. Literalmente julgando o oponente pela visão de uma criança. Parece um fato isolado, mas esse artificio é utilizado em outros livros da série, mesmo quando Percy está mais crescido. É até engraçado, mas em vista outros momentos, o tom fica muito infantil, o que torna a leitura menos interessante.


Há outro fator irritante que eu pude observar em todos os livros da série: Eles sempre omitem fatos. Tudo que se pode saber é guardado apenas para o final. “Ah, Vanessa, mas ele quer manter o mistério...”. Eu concordo que um mistério maior guardado para o final é algo interessante em uma fantasia, mas, nessa série em especial, é DEMAIS. Eles nunca falam nada de uma vez, como se não confiassem uns nos outros, embora sejam amigos e se adorem.

Por fim, Rick Riordan não apenas situa o universo de Percy Jackson na mitologia grega, ele faz um reboot em que deuses e monstros são muito mais humanos e contemporâneos do que jamais poderiam ser em contos normais. Esse é um dos pontos fortes do livro, embora às vezes seja um tanto quanto forçado.


“O Ladrão de Raios” sem dúvida é o mais fraco dos cinco livros que compõem “Percy Jackson & Os Olimpianos”, mas se você gosta de uma fantasia, esse é um começo difícil pelo qual você será recompensado com os seus sucessores. 

4 comentários:

  1. boa resenha, mas não acho rony e hermione de desinformado e sim o próprio Harry. Até pq conhecemos a mitologia dos bruxos junto com Harry e por mais que Hermione seja "novata" no mundo bruxo ela era autodidata então tinha mais conhecimento do meio dela.

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    1. Tem razão, Harry era desinformado e Hermione a espertinha, o Rony era o bobão. =P
      Acho que Percy se encaixa nessas duas categorias: desinformado e bobão.

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  2. Oi, Vanessa!
    Eu amo, amo, amo, amo (...) amo Percy Jackson. Sempre fui uma leitora, mas quando li essa série, meu mundo se transformou e eu virei uma pré-devoradora! Foi amor à primeira vista. Tinha 12 anos quando comecei, mas acho que mesmo agora, iria amar... Porque quando releio ainda amo. Sou apaixonada por fantasia E por mitologia grega. Meu problema não é PJO, é com Os Heróis do Olimpo. Na minha resenha de A Marca de Atena dá pra você ver. Ficou repetitivo, sabe? Mas quanto ao fato deles sempre esconderem tudo, não percebi, porque lia os livros com algum intervalo de tempo desde A Maldição do Titã. Mas em minha próxima releitura, tentarei observar isso. Enfim, sei o que é não gostar de um livro que todos amam! De qualquer forma, foi uma ótima resenha :)

    Clara
    @clarabsantos
    clarabeatrizsantos.blogspot.com

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    1. Muito obrigada! Eu já estou no "Último Olimpiano" e creio que a melhora da série é gradativa, começa morno e pro final é incrível, vou falar sobre tudo isso nas próximas resenhas.
      Acabei de comprar "O Herói Perdido" (tudo pra abafar a sensação de que não vou poder viver sem o livro quando acabar huahauhhau), e estou empolgada, mas vou ficar atenta nisso que você falou (até pra não ficar muito fangirl e parcial hauhauhu)!

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