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Relatos Selvagens: a imprevisibilidade dos seres humanos




Direção e Roteiro: Damian Szifon

Ano: 2014
Duração: 122 minutos
Gênero: Comédia/ Drama/Thriller
Nota: 5/5
Sinopse: Diante de uma realidade crua e imprevisível, os personagens deste filme caminham sobre a linha tênue que separa a civilização da barbárie. São seis episódios com pessoas vivendo situações-limite e respondendo violenta e inesperadamente a elas: uma traição amorosa, o retorno do passado, uma tragédia ou mesmo a violência de um pequeno detalhe cotidiano são capazes de empurrar estes personagens para um lugar fora de controle.
Os argentinos adoram abordar o cotidiano em suas produções cinematográficas e conseguem transformar narrativas aparentemente simples em filmes soberbos. Relatos Selvagens conseguiu esse fenômeno seis vezes em pouco mais de duas horas de duração. Infelizmente não faturou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, perdendo para o polonês Ida.

O formato audacioso utilizado pelo roteirista e diretor Damián Szrifron assustou alguns telespectadores, pois o filme é uma junção de seis pequenos curtas-metragens. O enredo teve que ser conduzido de maneira atraente em cada relato, sem perder o ritmo da narrativa e da filmagem. E funcionou? Sim. Cada história tem a sua particularidade, mas todas possuem uma característica em comum: a vingança desencadeada por episódios cotidianos e, de certo modo, banais. Somos realmente civilizados ou escondemos nosso lado “selvagem” tão bem que nem percebemos?

O filme inicia com o chocante Parternak, em que coincidentemente todos os passageiros de um avião conhecem o comissário de bordo. Só digo uma coisa: o desfecho é de cair o queixo. A partir de As Ratazanas, as histórias contam com mais minutos de duração e as vinganças são menos “loucas” como a primeira, mas nem por isso deixa de ser ruim. 

A terceira esquete, O mais forte é corriqueira nas grandes cidades. Dois homens acabam se envolvendo em um desentendimento no trânsito em um local deserto e cada um prova ser o mais forte naquela situação, seja destruindo o carro ou tentando atropelar o outro.



Bombinha constrói uma crítica sócio-política muito forte e o ator queridinho da Argentina, Ricardo Darín brilha novamente nas telonas no papel de um engenheiro especialista em implosões. Não convencido com o motivo de uma multa de trânsito, Bombinha (como se torna conhecido) quer se vingar do Estado devido às taxas abusivas cobradas aos trabalhadores. 

A proposta mostra até onde os pais vão para evitar que seu filho seja preso por atropelar uma mulher grávida e a corrupção das pessoas. Até que a morte nos separe fecha o filme com chave de ouro e com a atuação de Érica Rivas, interpretando a impulsiva noiva Romina. A moça descobre na festa de seu casamento que seu noivo a traiu com uma convidada. É o episódio mais engraçado e imprevisível.

Relatos Selvagens não é tão diferente do nosso dia a dia, apenas seus trágicos desfechos. A trama apenas expõe escancaradamente os problemas que enfrentamos todos os dias de forma crua e brusca. Com um enredo bem amarrado e reflexões pertinentes, o filme nos faz imaginar como seria se os humanos sempre agissem por impulso e ódio. Certamente seria um caos.

4 comentários:

  1. Assisti dois desses curtas, "Até que a morte nos separe" e "O mais forte", achei muito interessante esses curtas. O curta "O mais forte" foi o que mais me deixou refletindo, pois os dois personagens tiveram, mais de uma vez, a oportunidade de evitar toda aquela violência, entretanto os dois fizeram as escolhas erradas. Muito bom mesmo, merece nota 5.

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    1. Sullyvan!! Realmente, os dois são ótimos, assim como seus desfechos.
      Pois é, as escolhas deles foram ridículas.. tiveram diversas oportunidades para esquecer aquilo, mas continuaram insistindo no erro... E deu no que deu, né? rssrs
      Enfim, assista o filme inteiro quando tiver oportunidade! Todas as histórias são muito boas.
      Beijos.

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  2. Oi Gabriela!
    Este filme me parece ser muito bom, bem diferente desses blockbusters que a gente está cansado de ver no cinema!
    Adoro quando o diretor opta por histórias separadas que, de alguma maneira, têm um ponto em comum.
    Com certeza vai para a minha lista de filmes a serem assistidos! =)

    Beijos,
    Fernanda
    www.oprazerdaliteratura.com.br

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    1. Oi, Fernanda! Sim, o filme é totalmente diferente dos hollywoodianos que estamos cansados de assistir (isso é ótimo).
      Também acho super interessante, mas nesse filme as histórias não se cruzam em nenhum momento, ao contrário de outros que vemos por aí em que os personagens se "ligam" no decorrer da historia. Abraços.

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