Imaginem uma garota de 19 anos,
que nunca havia saído do Brasil, sozinha num dos maiores aeroportos do mundo e
onde ninguém fala português. Pois é.
Um mês já se passou, mas lembro
como se fosse ontem. Fazia 0° em Madrid. Sensação térmica abaixo de 0. E ainda não
tinha chegado ao meu destino final, Zaragoza. Quando passei na imigração, o
homem que carimbou meu visto me perguntou onde eu iria estudar. Respondi que
seria em Zaragoza, e ele: “Boa sorte, porque lá está fazendo muito mais frio do
que aqui”.
Imaginem meu desespero: nasci em
uma cidade quente, Recife, e vivo numa cidade mais quente ainda, Palmas.
Mas deixei o pensamento de lado,
porque tinha que chegar na estação Puerta de Atocha, para pegar o trem bala
para Zaragoza. Meu plano inicial era pegar o metrô, mas eram 5:50 da madrugada,
fazia um frio desgraçado, e eu estava morrendo de medo de me perder. Resolvi
pegar um taxi. Gastei 30 euros com o taxi, sendo que se eu tivesse pego o metrô
teria gasto 1,50. E o taxi não passava cartão. Ótimo.
Chegando na estação de trem,
comprei passagem para Zaragoza, que me custou 55 euros (e gastei 30 euros só
numa corridinha de taxi do aeroporto para a estação, vê se pode?). Passava
cartão, mas não o meu cartão pré-pago de câmbio. Havia levado 100 euros em
dinheiro para caso precisasse, que bom que não levei menos, porque só nessa
brincadeirinha de taxi + trem gastei 85 euros.
O trem bala parecia um avião. Aliás,
era até melhor que um avião. Deslizava suavemente, e não tinha aquelas
turbulências que dão calafrios. Nunca havia andado de trem, e esse definitivamente não me decepcionou. O trem chegou a quase 300 km/h, e o percurso de
Madrid a Zaragoza durou uma hora e alguns minutos.
Zia tanto frio que a paisagem na
janela era branca de neve. Tudo branco, como se tivessem jogado um manto.
Lindíssimo. Uma coisa curiosa: praticamente todo mundo no trem se levantou pra tirar foto da neve.
Chegando em Zaragoza, não estava
nevando (raramente neva por aqui), mas fazia um frio pior do que em Madrid.
Sensação térmica de -1°, e pela noite caia para -5º. Para dormir só mesmo com
muitas mantas e edredons.
Estava com um casaco de gola alta e um sobretudo grosso. Saí de casa pensando que não iria ter problemas com o frio, porque o sobretudo era BEM grosso. Porém primeira coisa que me disseram quando cheguei em Zaragoza foi: "seu casaco não abriga nada, você vai passar frio".
Eu tive muita sorte de ter contatado uma igreja antes de vir para cá. Eles me ajudaram bastante, e a mulher do pastor até me emprestou algumas coisas para o frio, e o pastor foi me buscar na estação de trem.
No próximo post vou falar sobre a universidade, e sobre o meu primeiro passeio por Zaragoza. Até breve!
Que sensação louca (e maravilhosa, claro) chegar em um país estranho dessa forma HSAJHGAJGA Estou chocada com o preço do táxi + trem, mas né.. vida que segue. Adorando os posts :)
ResponderExcluirAI QUE SONHO
ResponderExcluirComo eu queria morar em outro país, fazer intercâmbio... Mal vejo a hora do próximo post! Já viajei para fora do Brasil, mas foram menos de 2 semanas. E espero viajar novamente logo, logo <3
Clara
@clarabsantos
clarabeatrizsantos.blogspot.com.br