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5 livros em quadrinhos para entender conflitos no Oriente Médio


 O jornalismo contemporâneo busca cada vez mais maneiras de inovar seus métodos, aproveitando-se de novos recursos tecnológicos de captação, edição e veiculação de imagem, áudio e vídeo para dinamizar sua capacidade narrativa, tornando-a atraente para as novas gerações. O chamado "jornalismo em quadrinhos" é um dos mais interessantes expoentes dessa nova vertente. O novo gênero consiste na união entre a prática jornalística e a arte dos quadrinhos e têm sido usado principalmente para contar histórias em zonas de conflito.

 A mistura desses elementos de linguagem está sendo experimentada com sucesso em obras de temática séria, que envolvem questões políticas e sociais. O fato de as histórias em quadrinhos servirem como plataforma para esses relatos chama a atenção para a tendência crescente do uso dessa mídia para registrar, assim como faz o jornalismo, o real, o histórico e o factual. Confira abaixo uma lista com cinco obras indispensáveis que unem essas duas linguagens e que servem para entender conflitos no oriente médio.

Crônicas de Jerusalém


 Nesta obra, o quadrinista canadense Guy Delisle narra suas experiências de viagem na cidade de Jerusalém, atuando sempre como um observador do cotidiano da região, que vive um intenso conflito entre israelenses e palestinos. Em função do seu trabalho como animador o quadrinista relata viagens para zonas de conflito em outras duas obras, Pyongyang – Uma viagem à Coréia do Norte e Shenzhen. Já Crônicas Birmanesas, também de sua autoria, surgiu de uma viagem em companhia de sua mulher, administradora do grupo “Médicos Sem Fronteiras”. Sua obra mais recente é, no entanto, Crônicas de Jerusalém.

Persépolis


 Outro exemplo de publicação em arte sequencial que, embora não se classifique como jornalismo em quadrinhos, contém elementos que remetem ao novo gênero é Persépolis. De autoria da iraniana Marjane Satrapi, o livro publicado em 2000 é um retrato biográfico da autora, que narra os períodos de sua infância à juventude no Irã, durante e após a revolução islâmica. À exemplo de Guy Delisle, Satrapi não usa a linguagem jornalística em sua obra, mas relata acontecimentos históricos vivenciados por ela e sua família com certa precisão de detalhes.

Palestina - Uma Nação Ocupada


 O livro documenta a viagem do jornalista Joe Sacco a Israel em 1991, país que há décadas vive um cenário de intensos conflitos entre israelenses e palestinos por questões  políticas  e religiosas. Durante dois meses em Israel, Sacco coletou informações, visitou escolas, hospitais, casa de refugiados, entrevistou soldados e civis e presenciou conflitos sangrentos.  Após ser publicada, “Palestina” rendeu a Sacco o Prêmio American Books Award em 1996, e o Prêmio HQ MIX de melhor Graphic Novel estrangeira em 2000.  Desde então, o autor tem sido reconhecido mundialmente por estabelecer o uso da arte sequencial como ferramenta midiática e plataforma narrativa para suas grandes reportagens no oriente médio.

O Mundo de Aisha – A Revolução Silenciosa das Mulheres no Iêmen


 Livro de autoria do quadrinista Ugo Bertotti, inspirado pelas imagens e entrevistas da fotojornalista Agnes Montanari. A obra retrata a vida de mulheres anônimas do Iêmen, país da Península Árabe, com quem Montanari conviveu que por vários meses para fazer seus registros. Obrigadas a se casar ainda meninas, escravizadas, violentadas e por vezes assassinadas. Cobertas com o véu negro – o niqab –, as mulheres do Iêmen parecem fantasmas. Contudo, pouco a pouco, com delicadeza, coragem e determinação, elas travam uma batalha corajosa por sua emancipação.

O Fotógrafo


 Por fim, e não menos importante, listamos uma trilogia de livros-reportagem em quadrinhos chamada O Fotógrafo. A história narra as experiências do fotógrafo francês Didier Lefrève, também autor da obra, no Afeganistão, onde esteve em 1986 acompanhando o trabalho de uma equipe dos Médicos Sem Fronteiras no país. Lefrève trabalhou em parceira com o desenhista Emmanuel Guibert, que ilustrou os relatos do fotógrafo. A particularidade do livro está na junção dos quadrinhos de Guibert com as fotografias de Lefrève, que constituem um retrato cru do devastado Afeganistão em momento de Guerra com a então União Soviética.

 Todas as obras listadas estão disponíveis nas principais livrarias online, por preços bem acessíveis. 

2 comentários:

  1. Olá
    Eu gosto bastante de ver retratado em literatura conflitos assim tão sérios. Não gosto dos conflitos, mas encontrar uma forma de falar a respeito, principalmente utilizando da linguagem escrita, é algo que me fascina. Dos livros indicados, conhecia apenas um que está em minha lista de desejados, mas agora os outros também entraram nela.
    Um grande beijo

    Vidas em Preto e Branco 

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  2. Oi Wanderson! Gostei muito do post e da lista, é bom pra quem quer entender melhor os conflitos e a história.
    coisasdeumleitor.blogspot.com

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