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Invisível: Um livro sensível sobre solidão



Autor: David Levithan e Andrea Cremer
Editora: Galera Record
Ano: 2014
Páginas: 322
Nota: 3/5
Sinopse: Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth. Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à opção sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê!

Quando comprei esse livro já estava com pretensões de sair com um romance da livraria, apesar de não querer os romances convencionais, nem algo intenso como “Cinquenta Tons de Cinza”. Quando eu achei esse livro, primeiro fiquei encantada pela capa, e depois pela sinopse, que me mostrou ser exatamente o que eu estava procurando. Mas bem, não foi tanto assim.

O livro conta a história de Stephen, um garoto de dezesseis anos que nasceu invisível, nem a própria mãe dele conseguiu vê-lo, e após ser abandonada pelo marido e ter que lidar sozinha com Stephen, sua mãe entra em colapso e morre. Stephen está sozinho e lida de sua maneira para fazer compras e sobreviver. Ele conhece a todos, mas ninguém o conhece, ninguém além da própria família sabe de sua existência e ele não conversa com ninguém.

Contudo, aparece Elizabeth, a nova vizinha do rapaz, que inesperadamente, consegue vê-lo. Elizabeth passou por traumas após ver o irmão, Laurie, ser espancado por ser gay e isso a faz se fechar a todas as pessoas que tenham algum tipo de preconceito pelo irmão. A garota se muda para Nova York com a mãe e Laurie, já que o pai também os abandonou por ter preconceito com o garoto, e ao conhecer Stephen, que ela consegue ver, ela se apaixona.

 - Quando ninguém pode te ver, ninguém te conhece de verdade - diz - A solidão deve ser como uma úlcera que está sempre roendo suas entranhas.

A primeira metade do livro foi a minha favorita, sutil, doce e encantadora, exatamente como o romance de Elizabeth e Stephen se dá, é como se um completasse o que faltava no outro. É um romance bem gostoso de acompanhar, porém da metade para frente, quando a garota descobre que ele é invisível, o livro toma um outro viés que me desagradou bastante. Os autores tentaram justificar a invisibilidade de Stephen, algo que para mim não era tão necessário, e o livro que deveria ser uma metáfora sobre solidão e depressão, de repente se torna uma obra fantástica com magos e bruxaria. O foco sai de Stephen e vai para Elizabeth tentando virar uma maga rastreadora. Isso me deu uma grande desanimada em relação ao livro.

Toda a atmosfera de romance e questionamentos se vai e dá lugar a um livro seco, de uma fantasia um tanto pobre. Daí pra frente o livro se arrasta, com explicações desnecessárias, que se sobrepõem à toda sutileza construída na primeira parte. Uma das coisas que ainda salvaram a segunda parte foi Laurie, porque ele foi o único que se manteve o mesmo, com seu bom humor e compreensão. Mas o final foge do previsível e serviu para que eu fizesse as pazes com esse livro, apesar de não ter ficado 100% satisfeita, já que o desenrolar final me pareceu meio apressado.

Talvez o maior trunfo desse livro seja Stephen e Laurie, diferente de Elizabeth, os dois tem uma boa noção do quanto a vida pode ser cruel e por isso são personagens que renderam boa frases e juntos, renderam um dos melhores diálogos do livro, que transcreverei só em parte porque é muito extenso. Mas e aí? Será que eu recomendo esse livro? Sim, recomendo, pelo fato da primeira parte ser tão tão tão boa, que supera as páginas que fogem do contexto, além da capa ser essa lindeza que cai bem com qualquer estante.

Apoiei um dos pés no parapeito. A certeza ainda estava lá... e então o lampejo se foi. Porque eu pensei comigo: sim, havia uma única pessoa para a qual eu precisaria escrever um bilhete, e era a minha mãe. Sei que parece maluco, mas eu ainda devia isso a ela. E assim que pensei nela, pensei em como ela ficaria triste por me ver fazendo isso. Imaginei meu corpo estirado lá, quebrado na calçada, e ninguém nem mesmo saberia que eu estava sangrando. A ideia de todos pisando em mim durante dias, meses ou anos... era a coisa mais triste na qual eu já havia pensado, e eu sabia que minha mãe nunca, jamais iria querer que eu fizesse aquilo. - Stephen

Jamais quis morrer - diz ele. - Mas sempre soube que isso era uma opção.Sentia que as outras pessoas queriam que eu me matasse, então agi contra isso. Nunca nem mesmo cogitei a ideia. Seria minha grande rebeldia: eu não iria embora. Mesmo quando estava no hospital, mesmo quando foi bem difícil, acho que tive o oposto do seu lampejo. A certeza que eu sentia era esta fundação, a coisa sobre a qual todos os meus outros pensamentos se construíam. Eu enfrentaria a coisa toda. Me curaria. Sairia daquela cidade o mais rápido possível. Eles destruíram meu corpo, mas eu não deixaria que tocassem na minha vida. - Laurie

Um comentário:

  1. Lara!
    Nossa! Pensei que fosse mais interessante o livro.
    O mote de um menino invisível é diferente e causa curiosidade.
    Uma pena que se arrasta no final.
    Agradeço o carinho da visita feita ao blog, amo!
    Volte quando desejar!!
    Um final de semana de amor e paz!
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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