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O Cão dos Baskervilles, medo e tensão em uma aventura de Sherlock Holmes

Autor: Sir Arthur Conan Doyle
Editora: Zahar
Ano: 2013 (o original é de 1902)
Páginas: 264
Nota: 5/5

Sinopse: O milionário inglês Sir Charles Baskerville é encontrado morto no pântano e um ataque cardíaco é a causa provável, mas há quem acredite que um cão-fantasma assombra a região, matando há gerações homens da família Baskerville. Sherlock Holmes e seu ajudante Watson são convocados para resolver o mistério.
O Cão dos Baskervilles é um dos livros que você deveria ler antes de morrer, não sei qual seu gosto literário, caro leitor, mas por frequentar esse blog, eu suponho que seja um amante de uma boa ficção, e não há definição melhor pra esse clássico de Conan Doyle que essa: uma excelente ficção.



Quem já leu algum livro, ou assistiu algum filme, de Sherlock Holmes sabe que o detetive britânico é um homem cético, ele possui a visão prática da chamada revolução científica,  essa revolução, que começou no Iluminismo e continuou até meados do século XX, buscava explicar o mundo de uma forma racional e refutar dogmas aceitos sem questionamentos, pela fé. Dessa forma, para Sherlock sempre há uma conclusão lógica e prática que explica qualquer acontecimento e, portanto devem ser descartadas hipóteses sobrenaturais ou fantásticas.

Essa sua capacidade investigativa e visão de mundo são postas à prova com a morte de Sir Charles Baskerville, um lord inglês vítima de ataque cardíaco em circunstâncias suspeitas, perto de um pântano na floresta de sua propriedade. Todos na região acreditam que ele foi morto pelo cão que amaldiçoa sua família há 500 anos e cabe ao célebre investigador descobrir o que realmente aconteceu, contra com todos os fatos que apontam essa causa como a mais provável. Descobrir a verdade não é apenas uma questão jurídica, Sir Henry, o sobrinho e único herdeiro do lord, precisa ir à região para cumprir com  seu papel de proprietário, todos os moradores da localidade dependem disso, porém se a maldição for real ele será a próxima vítima e portanto deve evitar ir à região.


Embora seja um romance policial, o clima de tensão e o medo do sobrenatural lhe confere ares de thriller de suspense, em boa parte dessa aventura o doutor Watson está sozinho, com a missão de escrever relatórios detalhados a Sherlock que precisou ficar em Londres cuidando de outro caso, enquanto o doutor acompanha sir Henry à Mansão Baskerville. Mesmo sendo um médico – e portanto um homem da ciência – Watson é uma pessoa bem mais crédula que seu melhor amigo detetive, e por isso começa a acreditar na superstição do espírito demoníaco em forma de cão, o que torna tudo mais assustador, principalmente quando ele está ouvindo uivos estranhos numa floresta escura à noite.

“E não tenho eu motivos para essa sensação? Considere a longa seqüência de incidentes, apontando todos para alguma influência sinistra que está operando à nossa volta. Há a morte do último ocupante da Mansão, preenchendo com tanta exatidão as condições da lenda da família, e há as repetidas informações dos camponeses sobre o aparecimento de uma estranha criatura na charneca. Duas vezes ouvi com os meus próprios ouvidos o som que parecia o ladrar distante de um cão. É incrível, impossível, que isso esteja realmente fora das leis normais da Natureza. Um cão espectral que deixa pegadas materiais e enche o ar com o seu uivo certamente não é de se imaginar.”
Mesmo com toda essa tensão e dúvidas, o médico não esquece de sua missão que vai além de escrever e mandar relatórios ao detetive londrino, pois ele também investiga os estranhos moradores da  aldeia próxima à Mansão Baskerville e um visitante suspeito que aparece nas redondezas da propriedade. Apesar do destaque merecido que Watson recebe nesse livro, Holmes não é um mero coadjuvante, os dois descobrem o que realmente aconteceu e enfrentam o tenebroso animal juntos, a harmonia com que ambos trabalham em equipe é fundamental para que sobrevivam e consigam ajudar Sir Henry.

Com um enredo envolvente, bem amarrado que consegue ligar acontecimentos estranhos mas aparentemente banais de Londres, com um caso tenebroso que se passa em outra região do país a quilômetros de distância, reviravoltas e surpresas de deixar o leitor de queixo caído; considero essa obra como a melhor aventura de Sherlock Holmes. A maioria de suas histórias são narradas de forma rápida, em que o papel do detetive se resume a solucionar um caso de maneira dedutiva e, portanto, com pouca ação. Nesse livro, não. A ação e o medo fazem com que o leitor não queira parar de ler até chegar o final, o tipo de leitura de tirar o fôlego que certamente merece a nota máxima nessa resenha, e com louvor.


Colaborador Alessandro Bruno

4 comentários:

  1. Alessandro!
    Já li o livro e mais alguns outros de Sir Arthur Conan Doyle e são totalmente envolventes. A mente criativa e detalhista do autor é transportada para Sherlock.
    E ainda acrescenta uma pitada de mistério nesse livro específico, o que nos causa uma ansiedade constante durante a leitura.
    Boa análise!

    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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    1. Olá Rudynalda,

      Eu li a obra completa dele, concordo que são totalmente envolventes, o cara realmente era um gênio.

      Obrigado pelo elogio!
      Abraços

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  2. Adorei sua resenha, Nina. Já li esse livro e é um dos melhores que eu já li do Sherlock, adorei toda essa trama, muito bem feita. O final foi mega surpreendente, mas durante a leitura tirei algumas conclusões que no final acabei estando certa, rs.
    Beijo,
    http://pactoliterario.blogspot.com.br/

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    1. Não foi a Boo Nina que escreveu, eu sou parceiro dela e às vezes escrevo pra ela que publica citando meu nome como colaborador.

      Abraços,
      Alessandro

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