Autor: Ariel Dorfman
Editora: Record
Ano: 1999
Páginas: 173
Nota: 4,8/5
Sinopse: No início, tudo é um grande mistério. Uma mulher acaba de entrar em um quarto de hotel. O telefone toca. Uma voz masculina surge do outro lado da linha, e descreve até mesmo a roupa que a moça está vestindo. Alguém a está observando. Konfidenz, de Ariel Dorfman, revela-se uma tensa alegoria política. Mas também uma comovente e insólita história de amor entre pessoas que jamais se viram. Em jogo, conceitos como o de lealdade e traição em um mundo a um passo de uma guerra. O escritor retoma um tema já explorado em obras anteriores como 'A morte e a donzela', refletindo mais uma vez sobre o papel opressor do Estado.
Uns detestam, alguns militam
fervorosamente e outros não se interessam por política, mas querendo ou não, ela estará presente na sua vida em muitos e muitos momentos. Talvez as pessoas precisem apenas de um empurrãozinho para achar o assunto mais interessante, e por que não através dos livros?
Ariel Dorfman conseguiu o feito e mesclou o clima de romance entre duas pessoas que nunca se viram e o ar político do período nazi fascista na Europa dos anos 30. O mistério é um elemento recorrente em quase todo o livro e isso tornou a trama ainda mais instigante e sem engessamento.
O livro é separado por três acontecimentos principais, digamos assim. O primeiro é a ida de Bárbara a Paris para encontrar o namorado Martim e o motivo do desaparecimento repentino dele. O segundo é a conversa dela com um amigo de Martim, Leon (ou Max) por telefone durante nove horas, compondo a maior parte da história. Leon não dá detalhes precisos sobre o desaparecimento, mas está sempre afirmando que o casal está em perigo e sem grandes explicações. A relação de confiança entre os dois é posta a prova e chegamos até a pensar se os dois estão sendo sinceros ou se um está traindo o outro.
A política aparece quando Leon e Bárbara começam a falar sobre sua cidade natal e o contexto político em que o mundo está passando naquele momento, porém tudo é retratado bem levemente, não há qualquer exaltação ou exagero. Já o terceiro acontecimento é o mais crítico e aquele em que o clima político está presente a todo o instante, mas prefiro não comentar sobre essa parte pois os acontecimentos são decisivos e importantes para o clímax final.
Neste mundo, a vida privada é uma ilusão, Bárbara. Quando se tortura alguém, não resta vida privada para ninguém.
O diálogo é um recurso muito utilizado pelo autor, portanto quase não vemos descrições acerca de locais ou pessoas, apenas a fala dos personagens. Em algumas páginas também conhecemos o possível narrador do livro, uma pessoa desconhecida que acompanha todos os passos de Leon e Bárbara sem razões aparentes. Gostei da inserção dessa personagem, apesar de não sabermos nada a respeito dela.
Konfidenz é um ótimo livro, só não dei nota máxima por pequenas confusões na narrativa. É uma obra bem crítica e nos faz lembrar e vivenciar uma época tão conturbada, regada de mortes e injustiças causadas por guerras e mais guerras.
Nossa, o livro é antigo. Gosto de ler resenhas sobre livros que não estejam na moda, é meio cansativo ler sempre as mesmas resenhas nos blogs!
ResponderExcluirBeijos
www.serleitora.com.br
Parece incrível o livro, só pelo quotes que você marcou na resenha.
ResponderExcluirComo você bem pontuou poucas pessoas curtem política e eu infelizmente me enquadro nessa maioria e como diria meu professor de filosofia gosto de tudo mastigado.
Mas ler resenhas como a sua fazem crescer em mim o desejo por me abrir a novas oportunidades, então obrigada pelas palavras de incentivo :)
Abraço,
Biblioteca do Coração❤
Eu não gosto de politica
ResponderExcluiracho que até em livro esse assunto me irritaria rsrsrs
Mil beijocas
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participe do concurso que está rolando lá no blog
Oi, Gabriela!
ResponderExcluirEmbora não seja apaixonado por política, acho muito bom para a construção do nosso intelecto, ler obras que relatam momentos políticos, pois é muito importante.
Gostei de sua resenha; achei bem interessante e com certeza, leria este livro.
Gabriela, marquei vocês em uma TAG, veja aí:
Irmãos Livreiros
Beijos!