Anunciado
para estrear em 2017, War of the Planet of the Apes é
o oitavo filme da franquia, que ainda conta com duas séries de
televisão com atores reais e uma animação, livros, histórias
em quadrinhos e uma grande influência sobre muitos filmes, mídia e
arte, bem como a cultura popular e discurso político. Como se
pode ver, é um mundo de informações e referências que vale a pena
ser conhecido e debatido.
Quando
Pierre Boulle escreveu La Planète des Singes (O Planeta dos
Macacos) em 1963, ele provavelmente não esperava que esse romance
tivesse tanta repercussão, afinal a história é uma distopia comum,
aparentemente sem nada de diferente, sobre um futuro apocalíptico
onde a humanidade é escravizada por símios inteligentes que os
tratam de forma similar como tratamos os animais. Mas as aparências
enganam, afinal diferente de outras obras do gênero, há um elemento
político filosófico que a torna única, nesse romance os
orangotangos acreditam que o protagonista, um cientista humano do
século XX que chegou ao planeta em uma nave espacial e aprendeu o
idioma local, finja entendimento da língua, porque a sua filosofia
não permite pensar em humanos inteligentes.
A
analogia é óbvia e expõe a ferida especismo, a forma como tratamos
os seres de outras espécies. Esse enredo, a origem de como os macacos "tomaram o mundo" e as conseqüências dessa visita de um humano falante é basicamente a história
de todos filmes, com algumas mudanças como a existência de
conflitos ou convivência harmoniosa entre as espécies. O único
problema dessa história era a timeline, tanto no livro original como
nas outras obras da franquia, a ação se passa em alguns milhares de
anos no futuro: cerca de 2 até aproximadamente 8 mil anos. Ora, para
que houvesse uma evolução tão grande nos macacos, que
possibilitasse que eles pudessem falar, domesticar animais e usar uma
tecnologia no nosso nível seria preciso pelo menos um milhão de
anos. Além disso, para que uma sociedade tão desenvolvida
tecnologicamente e com uma organização militar tão poderosa como a
humana cair, seria preciso que houvesse um evento apocalíptico,
afinal a Humanidade resistiu à duas eras glaciais, centenas de
guerras e outros desastres e sempre conseguiu se reerguer – somos
bons resolvedores de problemas e isso nos tem mantido no topo da
cadeia alimentar e produtiva por milênios.
Para
resolver esses dois grandes problemas o diretor Rupert Wyatt e os
escritores Amanda Silver e Rick Jaffa fizeram um reboot
da série (recomeçando do zero), com o lançamento, em
2011, de Rise
of the Planet of the Apes,
no Brasil Planeta
dos Macacos: a origem.
Preciso dizer que gostei muito dessa versão, primeiro pela
explicação coerente e bem plausível da evolução dos macacos e do
começo do fim da raça humana, que como sabemos não é extinta mas
se torna escrava
dos símios.
Essa nova versão é cheia de referências ao primeiro filme, de 1968, como a nave Ícaro que aparece nos jornais e na televisão fazendo uma viagem experimental na velocidade da luz - é esse o nome da nave do protagonista do filme original.
Com
o sucesso dessa nova saga, em 2014 é lançado Dawn
of the Planet of the Apes,
no Brasil Planeta
dos Macacos: o confronto,
que continua a história de César (o macaco inteligente protagonista
do anterior) e o porquê de haver uma batalha entre seu povo e os
humanos sobreviventes. Esse foi o filme que mais gostei de toda
franquia, por vários motivos: o principal é a humanidade com que os
personagens são criados, tantos entre os macacos quanto humanos não
há apenas bonzinhos ou malvados, apenas agem pelo que acreditam ser
o certo para si e seus semelhantes, e cometem erros, tem incertezas e
fazem coisas que se arrependem. Por mais que a história seja sobre
os macacos, ele foge do lugar-comum
que seria retratar os homens como seres gananciosos e
maus e os símios como criaturas inocentes que apenas se defendem.
O
filme termina quando a guerra entre as duas espécies está se
anunciando, abrindo espaço para o próximo, quando o confronto
realmente acontece, estou esperando ansiosamente porque a qualidade
dos anteriores deve se manter e como é o último da trilogia, é
certeza de um filmaço.
Ok... Preciso dizer que AMEI ESSE POST! Sou apaixonada por planeta dos macacos. Acredito que já assisti todos e, assim como para o Alessandro, "A Origem" é o meu favorito! Ok, ele não é realmente baseado no livro embora tenha várias analogias a ele, mas para mim, uma pessoa que quer sempre entender como tudo aconteceu e tal, quer achar sentido nas histórias, supriu um enorme buraco.
ResponderExcluirAchei absolutamente brilhante a forma como tudo foi explicado. A ajuda para pegar a colher, o primeiro grito de "não", a cena da ponte... Não sou capaz de selecionar qual delas mais me emocionou.
Ansiosa pelo próximo!
Oi Alessandro,
ResponderExcluirGostei muito da sua postagem. Eu não sou fã dos filmes Planeta dos Macacos, mas assisti todos, porque eles são interessantes. Tenho muita vontade de ler o livro por curiosidade, para ver se há mais detalhes que os filmes não trazem.
Bjos
http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/
Fala, Alessandro! Beleza, cara?
ResponderExcluirRapaz, eu gostei muito do filme com o Mark Alberq lançado à um tempo.
Logo depois assisti A Origem e gostei... daria 05 estrelas, pela explicação sobre a extinção da humanidade onde vi no fim com o Mark.
Este citado na resenha ainda não vi e espero poder assistir em breve.
Excelente resenha! :)
Abraços!
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