Daniel estava entediado, olhava para a folha em branco do último capítulo da monografia e não conseguia sair do lugar, recostou-se na cadeira em que estava sentado e fitou sua estante, os diversos livros do Stephen King enfileirados, e acabou decidindo que queria ler algo de terror, mas não algo longo, afinal logo precisaria voltar a escrever sua monografia, então decidiu que daria risada daquelas lendas urbanas idiotas, abriu o primeiro site da lista de pesquisa e começou a procurar algo que parecesse minimamente interessante.
“Garota salta do décimo segundo
andar dois dias após ver vídeo misterioso.”
— Incrivel como esse pessoal sempre
quer explicar uma coisa comum como o suicídio como algo sobre
natural. — Revirou os olhos mas continuou a ler a notícia.
“A estudante Livia Martins de 19 anos
pulou do décimo segundo andar do prédio onde morava com alguns
colegas de faculdade, fontes próximas da vitima revelam que a garota
passou a agir de maneira estranha após assistir um vídeo misterioso
na deep web, intitulado de “snuff games”, o vídeo faz parte de
uma lenda urbana da internet, não se sabe o conteúdo do vídeo,
apenas que é algo perturbador e que todos que o assistem morrem no
máximo três dias após, os colegas de Livia declararam a polícia
que a menina alegava estar sendo perseguida por um suposto assassino,
nossa equipe investigou e descobrimos que os outros casos ligados a
lenda tem as mesmas características.”
— Meu deus esse pessoal é idiota. —
Sussurrou para si mesmo, em seguida fechou a página e voltou a
escrever sua monografia, acabou procurando o tal vídeo na internet e
nada achou, em seguida tentou a deep web e achou um link, fez o
download e foi dormir em seguida, sem assistir o tal vídeo.
Na manhã seguinte caminhou pelos
corredores da faculdade, em seguida sentou com seus amigos e começou
a contar a história da tal lenda, logo sendo interrompido.
— É verdade! Uma garota da minha
cidade morreu por isso. — A menina afirmou fazendo o garoto ao seu
lado dar risada, enquanto ela continuava a tentar convencê-lo da
lenda urbana, ou melhor, tentava o convencer de desistir de testar se
a tal lenda existia mesmo.
— Entenda uma coisa Samanta isso são
só lendas urbanas idiotas, vou procurar por esse vídeo na internet
hoje a noite e amanhã estarei tão inteiro quanto hoje. — Comentou
e seu tom de desdem sobre a menina era óbvio, a garota deu de ombros
irritada com o outro fazendo pouco caso. — Aliás, vamos ver esse
vídeo agora, todos nós.
— Você baixou mesmo isso? —
Perguntou Victor, um outro amigo ali presente, sentando ao lado de
Daniel.
— Baixei, vamos ver logo. — Falou
abrindo a pasta, Samanta se levantou.
— Eu não vou ver isso e se fosse
vocês também não veria. — Comentou pegando sua bolsa e saiu
andando, deixando os amigos rindo dela para trás.
O vídeo começou a mostrar imagens
horrendas de um grupo de assassinos com máscaras de animais
perseguindo uma criança presa dentro de uma casa, horrorizado com o
que via Daniel tentou fechar o vídeo, mas a janela não sumia e as
cenas continuaram demonstrando as mortes mais horrendas possíveis,
os jovens permaneceram estáticos por alguns segundos, quando a frase
você é o próximo apareceu na tela e o computador se desligou
deixando todos os quatro amigos trocando olhares aterrorizados.
—
É
melhor eu ir pra casa. — Daniel falou levantando e jogando o
notebook na mochila, começando seu caminho pra casa, passou por uma
vitrine e teve a impressão que um homem do outro lado da rua o
olhava, começou a caminhar mais rápido, mas a sensação de que
estava sendo seguido não passava. O rapaz começava a ficar cada vez
mais paranóico, ouvia sons estranhos e por vezes pensou em ter visto
uma sombra de um homem com uma cabeça de animal. Daniel começou a
ficar nervoso e a apressar cada vez mais os passos para casa,
tropeçou quando pensou em ter visto a sombra novamente e acabou por
cair no chão. Se levantou rapidamente e saiu correndo em direção a
sua casa.
Quando chegou em casa, Daniel fez questão de olhar para os lados de modo a se certificar de que ninguém o seguiu até ali, pegou as chaves no bolso da calça e abriu a porta, ao erguer a mão e encostar no interruptor para ascender a luz a caixa de força da casa, e das duas caixas elétricas dos postes de luz que haviam em frente ao local explodiram fazendo com que uma forte corrente elétrica percorresse os fios e atingisse o rapaz através do interruptor. O choque foi tão forte que no mesmo instante Daniel teve uma parada cardíaca, não havia chances dele sobreviver, as pontas de seus dedos estavam queimadas, os pelos de seu corpo e cabelo magnetizados, o corpo jovem do rapaz jazia sem vida no chão com os olhos arregalados.
Créditos a Ingrid Reis que me ajudou com o final.
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