Autor:
Stephen
King
Editora: Donald M. Grant, Publisher
Editora
no Brasil: Objetiva – Suma de Letras
Ano:
1982 / 2005
Páginas:
221
Sinopse: Este livro é o primeiro dos sete volumes de série A Torre Negra, obra mais ambiciosa do escritor Stephen King. "O Pistoleiro" apresenta ao leitor o fascinante personagem de Roland Deschain, último descendente do clã de Gilead, e derradeiro representante de uma linhagem de implacáveis pistoleiros desaparecida desde que o Mundo Médio onde viviam "seguiu adiante". Para evitar a completa destruição desse mundo já vazio e moribundo, Roland precisa alcançar a Torre Negra, eixo do qual depende todo o tempo e todo o espaço, e verdadeira obsessão para Roland, seu Cálice Sagrado, sua única razão de viver. O pistoleiro acredita que um misterioso personagem, a quem se refere como o homem de preto, conhece e pode revelar segredos capazes de ajudá- lo em sua busca pela Torre Negra, e por isso o persegue sem descanso. Pelo caminho, encontra pessoas que pertencem a seu ka-tet - ou seja, cujo destino está irremediavelmente ligado ao seu. Entre eles estão Alice, uma mulher que Roland encontra na desolada cidade de Tull, e Jake Chambers, um menino que foi transportado para o mundo de Roland depois de morrer em circunstâncias trágicas na Nova York de 1977. Mas o pistoleiro não conseguirá chegar sozinho ao fim da jornada que lhe foi predestinada. Na verdade, sua aventura se estenderá para outros mundos muito além do Mundo Médio, levando-o a realidades que ele jamais sonhara existir. Inteiramente revista pelo autor, esta primeira edição brasileira de "O Pistoleiro" traz também prefácio e introdução inéditos de King
Tive o prazer de fazer minha iniciação na maior
(em tamanho) obra de um dos meus autores favoritos e grande inspirador: A Torre
Negra, de Stephen King. Quem já leu um pouco da obra de King sabe dos incríveis
abismos de insanidade e genialidade que rodeiam boa parte de suas obras de
fantasia, e a Torre Negra, talvez, seja o maior desses abismos. Nas semanas
seguintes irei trazer para vocês uma série de resenhas de toda a série da Torre
Negra, que possui ao todo sete volumes que foram escritos por King entre os
anos de 1982 e 2003.
Logo no início de O Pistoleiro o leitor pode ter
um contato quase íntimo com o próprio Stephen King através da introdução “Sobre
ter 19 anos (e algumas outras coisas)” em que o autor revela as duas obras que
o inspiraram a construir a trama da Torre Negra, que são “O Senhor dos Anéis”
de J. R. R. Tolkien, e o faroeste “Três Homens em Conflito”, de Sérgio Leone,
bem como seu amadurecimento como autor e como pessoa no decorrer dos anos em
que passou escrevendo a série. Desta forma, King ajuda o leitor a se situar na
obra e naquilo que o aguarda.
Antes de aprofundar a resenha, digo apenas que é
preciso ler para crer. É impossível traduzir em palavras toda a riqueza que há
nessas poucas 221 páginas que contemplam “O Pistoleiro”. Mas não posso deixar
de ao menos tentar trazer a vocês a essência do volume 1 de uma coletânea de
livros cheios de enigmas.
“O Pistoleiro” tem início no meio da trajetória de
Roland Deschain, o último pistoleiro que restou da velha Gilead, em busca do
Homem de Preto. A princípio, as razões de Roland para perseguir o Homem de
Preto parecem confusas, e é preciso ser bem atento ao decorrer da trama para
compreender posteriormente as razões do pistoleiro em desejar tão arduamente a
morte desse homem sem nome, e que pratica feitiçaria. Em contrapartida, o Homem
de Preto também é a chave para que Roland encontre o caminho para a Torre
Negra, tornando o encontro dos dois o clímax decisivo do livro, que cria
enigmas para o leitor daquilo que o espera nos volumes seguintes.
A história tem como ambiente um grande misto de
universos que pode dar um nó na cabeça dos leitores mais desatentos, e por isso
é preciso ter atenção e tentar ler nas entrelinhas. King entrega muito pouco
desses universos, algo que apesar de poder confundir o leitor, pode muito bem
soar como uma carta branca para que você imagine aquele universo como quiser. O
livro funciona como um grande prólogo de toda a saga, tanto que é o livro mais
fino da série, portanto é cheio de brechas que serão desvendadas posteriormente
(ou não).
A figura do Homem de Preto é a chave do caminho
para a Torre Negra, e o Roland o persegue especialmente por almejar alcançar a
Torre e descobrir seus mistérios. Quem encontra a Torre é digno de ser
considerado um Deus, e tem acesso ao conhecimento de todos os infinitos
universos.
Roland, apesar de ser um homem duro e grosseiro,
como se espera que um pistoleiro seja, é um personagem atormentado pelos
fantasmas de seu passado, ao mesmo tempo também se mostra sensível para algumas
pessoas, como Allie, uma bartender de um saloon com a qual Roland tem um caso e
o garoto Jake, que se torna seu companheiro de viagem, e peça chave para a compreensão
de enigmas nos volumes seguintes. Deschain é um protagonista cativante e ao
mesmo tempo duro, do tipo que agrada gregos e troianos.
Mas o melhor do pistoleiro talvez seja toda a
filosofia e disciplina que há por trás da transformação de Roland e seus
companheiros de garotos a pistoleiro. É mais do que apenas atirar, é assumir
uma responsabilidade grande, quase como uma religião ortodoxa. O ato de matar
para os pistoleiros não é algo banal, e sim algo extremamente racional e que
exige do pistoleiro uma grande fidelidade à sua filosofia. A seguir, o
catecismo ensinado pelo mestre aos futuros pistoleiros:
Eu não miro com a minha mão; aquele que mira com a mão esqueceu o rosto de seu pai.
Eu miro com o meu olho.
Eu não disparo com a minha mão; aquele que atira com a mão esqueceu o rosto de seu pai.
Eu disparo com a minha mente.
Eu não mato com a minha arma; aquele que mata com sua arma esqueceu o rosto de seu pai.
Eu mato com o meu coração.
A
TORRE NEGRA: NASCE O PISTOLEIRO
Como complemento da leitura do livro, tive a oportunidade
de ler o primeiro volume da série de Histórias em Quadrinhos
baseada na série da Torre Negra. A HQ intitulada “A Torre Negra: Nasce o Pistoleiro”,
é a parte um de mais sete edições, que posteriormente foi compilada em um único
volume, e conta parte da história de Roland e sua motivação em se tornar um
pistoleiro, algo que no livro é contado em momentos intercalados, por meio de
flashbacks.
A experiência visual é excelente e ajuda a
compreender um dos ambientes que há no livro, especialmente porque King se
preocupa pouco com a descrição de cenários, deixando tudo a cargo do leitor.
Gosto do King mas tenho um pé atras sobre essa obra. Já li que o Stephen pretende fazer uma das maiores séries que se tem notícia, acho que ele já tem mais de 20 anos que escreve essa obra e não chegou ao fim. Não sei se tenho coragem
ResponderExcluirGi, só recomendo se você gostar do gênero, porque como eu disse na resenha, os sete livros (oito se formos contar com o que ele lançou em 2012) são como se fosse um grande e gigantesco livro. Cada volume é um fragmento da história. Mas olha, eu já estou perto de acabar o terceiro livro e estou encantada, porque não é apenas uma obra fantástica sabe, mistura contemporaneidade, humor, drama e uma grande filosofia por trás da busca do Roland pela Torre. Todos os personagens são muito bem construídos e é tudo muito bem escrito, mas como é uma obra muito extensa e que amadurece a cada volume (os livros ficam mais grossos rs), sugiro que só encare se você realmente gostar.
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