Autor: Stephen King
Editora: Objetiva – Suma de Letras
Ano: 1991
Páginas: 526
Sinopse: No terceiro volume da saga "A Torre Negra", Roland, o último Pistoleiro, se aproxima ainda mais da Torre Negra de seus sonhos e pesadelos - atravessando um deserto amaldiçoado em um mundo macabro que é uma imagem distorcida do nosso próprio mundo. Entre mais uma vez no reino de uma das imaginações mais poderosas de nossa época: a do escritor Stephen King.
Alguns minutos após finalizar a leitura do terceiro
volume da Torre Negra, precisei correr para escrever a resenha por que sinto
meus dedinhos fervendo de ansiedade de contar para todo mundo o quanto esse
livro é sensacional!
Já comecei mesmo com adjetivos porque estou super
empolgada, especialmente por que o clímax e o final de “As Terras Devastadas”
me deram um choque de sensações que só livros bons dão na gente.
Dividido em duas partes, “As Terras Devastadas” tem
início com um grande paradoxo causado por uma modificação na história que
Roland provoca ainda no segundo volume da série. O que mais me impressionou foi
a maneira muito interessante com que o autor tratou o paradoxo, uma verdadeira
armadilha pra quem escreve, já que costuma deixar brechas e confundir o leitor.
Mas King contornou a situação com sua criatividade e fez um paradoxo
praticamente inquestionável.
Na primeira parte Roland é profundamente afetado
pelo paradoxo, sendo levado à loucura pela dualidade que há sua mente. É
perturbador mas ao mesmo tempo muito curioso esperar pela solução do problema,
que acaba sendo uma grata surpresa, já que marca o retorno de um personagem
muito querido de “O Pistoleiro”.
O clímax do livro está na segunda parte, em que
Roland e seus companheiros devem encontrar Mono Blaine, um monotrilho vivo que
irá levá-los à Torre Negra. Sim, é um trem, e isso não me surpreende,
especialmente porque Stephen King já tem um histórico de dar vida a máquinas,
como no livro Christine, popularizado pelo filme homônimo, em que um carro
aterroriza pessoas, ou nos vários contos de Sombras da Noite, em que automóveis
e máquinas de lavar provocam revoluções.
O problema é que Mono Blaine ficou muito tempo isolado,
sendo tratado pelos humanos com uma espécie de Deus. Isso sobe à sua cabeça e o
leva a loucura, tornando-o extremamente hostil e um verdadeiro viciado em
adivinhas (o que é, o que é?). Blaine é o ápice do livro, quando aquele trem que
passou anos sem funcionar e que tem um histórico de matar deliberadamente com
rajadas elétricas quem o perturba ergue sua voz para falar com Roland é
simplesmente incrível, juro que fiquei sem ar.
- Isso é maluquice total, Eddie... esquizofrênico, paranóico e provavelmente delusório também.
- Não me diga - ele sussurrou de volta. - O que temos aqui é um monotrilho lunático, gênio, fantasma, e que gosta de adivinhações e anda mais rápido que a velocidade do som. Bem vindo à versão fantástica de Um Estranho no Ninho.
“As Terras Devastadas” ganha em relação aos seus
dois antecessores, especialmente porque a busca pela Torre se tornou realmente
uma busca, uma caminhada, e o cenário se modifica. Vão surgindo personagens e
surpresas que tornam a leitura fluida como deve ser. Não há mais o sentimento
de estar estagnado.
O livro se encerra em um momento crucial da trama,
algo que para quem teve que esperar pelo volume seguinte pode ter sido muito
cruel, mas isso não o deixa incompleto pelo fato da série ser, como eu já disse
antes, um grande livro, em que cada livro da Torre Negra funciona como um
capítulo. King só quis tornar o final de um desses capítulos mais emocionante,
e funcionou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário