Esse conto é fruto da Oficina
Literária, projeto que propõe a criação de 1 conto por semana seguindo
critérios sorteados. “Despedida” seguiu os tópicos: “Drama de narrador
onisciente e com a descrição de uma praia”.
Despedida
Ela estendeu a toalha no chão e
sentou-se com a dificuldade que alguém em seu estágio estaria. Descalça, em
contato direto com a areia que estava fria a essa hora do dia, contemplou o
horizonte – era o momento do ocaso e no Tocantins o pôr do Sol era quase fogo, avermelhado.
A beleza das cores e seu peso a deixaram ofegante, ela estava diante de um
duplo espetáculo da natureza.
Olhou em sua volta e percebeu que
estava sozinha. “Não tão sozinha”, pensou melhor. A praia estava deserta com
exceção de um barco atracado no píer. Não havia ondas e o silêncio era
sepulcral, foi em busca desse silêncio que foi parar ali, para pensar, para se
despedir. Deixou um punhado de areia escorrer pelas suas mãos e se sentiu como
um grão: insignificante diante de toda areia da praia, “posso ser para você,
mas para mim você não é”.
Era seu último momento, seu tempo de
despedida “foi bom o período que estivemos juntos, tempo que a aprendi a te
amar. Agora não tem volta, amanhã será o fim.”
Quando foi para casa, fechou os olhos
para dormir e o sono chegou inquieto, incômodo. Não conseguia descansar, pois
no dia seguinte sua situação seria diferente.
*
Deitou na mesa de cirurgia, era chegado
o momento. Nenhum parente estava a sua volta, como aconteceria em uma situação
normal. Apenas os médicos, o anestesista e ele, a pessoa que levaria embora o
que foi parte de si durante os últimos meses.
Vinte minutos depois escutou o choro,
agudo, forte. Ele nasceu, mas diferente do normal, não levaram a ela,
entregaram ao Homem, aquele que estava lá, não por ela, mas pelo bebê.
“Sim, você foi meu por 9 meses, espero
que seja feliz com eles”.
Que aconteceu? Ela vendeu o filho?
ResponderExcluirEu acho que ela era barriga de aluguel
ResponderExcluirpode ser barriga de aluguel ou que mandou para adoção, de qualquer maneira prefiro pensar que foi o primeiro caso
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