Autor: Thomas Harris
Editora: St. Martin's Press
Editora no Brasil: Record/ Abril/ Best Bolso
Ano: 1988
Páginas: 318
Sinopse: Cinco mulheres são brutalmente assassinadas em diferentes localidades dos Estados Unidos. Para chegar até o sanguinário assassino, uma jovem treinada pelo FBI entrevista o Dr. Hannibal Lecter, um brilhante psiquiatra, cuja mente está perigosamente voltada para o crime. Ao seguir as pistas apontadas por Lecter, a jovem se vê envolvida numa teia mortífera e surpreendente.
Não há como negar o poder de atração que temas
psiquiátricos têm sobre mim. Apesar de não ter nenhuma tendência psicopata, nem
querer cruzar meu caminho com um, o tema sempre chama meu olhar. E se tratando
de psicopatas, eu não poderia ficar alheia ao maior ícone representativo da
classe.
Apesar de ser o segundo volume de uma trilogia
sobre o serial killer mais famoso da ficção, “O Silêncio dos Inocentes” pode
ser lido tranquilamente de forma avulsa. Thomas Harris, autor do volume,
expressa com maestria a vida cotidiana dos típicos agentes do FBI, bem como a
superfície da mente de Hannibal Lecter. Me refiro a superfície pelo simples
fato de Hannibal não ser o foco principal do livro, apesar de roubar
deliberadamente a cena e ser o responsável pelo primeiro clímax do exemplar.
Contado no ponto de vista da estudante da academia
do FBI, Clarice Starling, o foco do livro se divide em quatro personagens
(Clarice, Hannibal, Jack Crawford e Buffalo Bill, o assassino). Essa
descentralização, um tanto semelhante ao sistema de POV’s (Point of View, em
tradução livre, Ponto de Vista), torna o livro fluido e interessante em todos
os momentos.
Na história, Clarice é cotada para participar na investigação
de um Serial Killer, conhecido pelo codinome de Buffalo Bill, que esfola e
assassina suas vítimas com a intenção de criar uma segunda pele feminina. Para
traçar um perfil psicológico do assassino, a jovem é enviada para dialogar com
Hannibal Lecter, assassino canibal que se encontra encarcerado em uma
instituição para loucos.
Os diálogos entre Clarice e Hannibal deixam claro
a extrema inteligência do assassino, que o tempo todo luta para conseguir o
controle das conversas e adentrar na mente de Clarice. Inteligente e sagaz,
Clarice sabe usar este controle de Hannibal ao seu favor, mas ao entregar
fragmentos de sua própria vida ao assassino, põe um pé na sedução psicológica
do canibal. Intrigante, misterioso e extremamente perigoso, as cenas de Hannibal
tornam “O Silêncio dos Inocentes” um livro excitante, mas acima de tudo
cativante.
É impossível não se afeiçoar ao personagem, por
pior e mais sanguinário que Hannibal Lecter seja, sua ajuda para desvendar os
crimes, bem como sua sagacidade, seu ponto de vista e seu lado quase carinhoso
com Starling, me fez querer mais e mais do personagem.
Além dos jogos psicológicos, a figura feminina de
Starling e seu trajeto em busca do assassino Buffalo Bill, evidenciam a visão
preconceituosa dos homens em relação à uma agente feminina. Apesar de ser
estudante, Clarice desde o início mostra seu grande potencial para a carreira,
apesar de constantemente ser subjugada e assediada pelo simples fato de ser uma
mulher em uma profissão típica masculina. Sem se desvencilhar de seus
objetivos, Starling se mostra uma mulher forte, de fibra, e em nenhum momento perde
sua feminilidade ou seu feeling
investigativo.
Outro ponto a destacar, é o assassino Buffalo
Bill. Talvez este tenha sido o personagem menos claro para mim, é difícil
compreender suas reais intenções, e até no final do livro, ele é um personagem
difícil de ser interpretado. A negação de sua masculinidade, bem como seu
desejo de montar uma “fantasia” com peles de mulheres e seus cabelos, se choca
com a sua não homossexualidade. As explicações do comportamento do
personagem em alguns momentos se mostram um tanto confusas, e para mim, em
determinados momentos, me restou deduzir a ligação dos traumas que justificavam
seus crimes com suas reais intenções. Talvez este tenha sido, para mim, o ponto
negativo do livro, as justificativas de Buffalo Bill terem ficado em segundo
plano.
“O Silêncio dos Inocentes” se tornou mundialmente
famoso, após a adaptação cinematográfica estrelada por Anthony Hopkins e Jodie
Foster. Vencedor nas categorias de melhor filme, melhor atriz, melhor ator,
melhor diretor e melhor roteiro adaptado, o filme dirigido por Jonathan Demme
entrou para a história como um dos melhores filmes de terror adaptados.
O personagem Hannibal Lecter, ganhou recentemente
uma série própria pela NBC, com o título “Hannibal”, o seriado ganhou
rapidamente uma legião de fãs pelo globo. A série segue a linha cronológica da
trilogia de livros, seu início antecede à história abordada em “O Silêncio dos
Inocentes”. Hannibal Lecter é interpretado por Mads Mikkelsen, e a série está
em sua segunda temporada.
Olá cara escritora do (Rascunho com Café), sim! Por algum motivo, sua forma de expressar suas opiniões através das palavras, me levam a crer que seja uma mulher. Uma inteligente Mulher. Bem ainda não li o livre ao qual se referiu no texto,mas lhe confesso que suas observações a respeito do mesmo, aguçaram ainda mais o interesse que em mim já se continha. Sou estudante de Psicologia, e gostaria muito de poder dialogar ainda mais co você, não somente a respeito de "O Silêncio dos Inoscentes", mas ainda a respeito de outros temas etc. Aguardo ancioso um E-mail ou mesmo um contato ao Whatsaap,o que e o veiculo secular da nossa sociedade.
ResponderExcluirAtenciosamente, Eduardo.
E-mail: eduardoo_psi@hotmail.com
Whats: (62) 8555-1381
Boa Noite
ResponderExcluirTenho um trabalho para fazer desse filme kkk
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