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Anjos do Sol – Precisamos falar da exploração sexual infantil




Direção e Roteiro: Rudi Lagemann
Ano: 2006
Duração: 92 min.
Gênero: Drama
País: Brasil
Nota: 4/5

Sinopse: Maria (Fernanda Carvalho) é uma jovem de 12 anos, que mora no interior do nordeste brasileiro. No verão de 2002 ela é vendida por sua família a um recrutador de prostitutas. Após ser comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada a um prostíbulo localizado perto de um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos, ela consegue fugir e passa a cruzar o Brasil através de viagens de caminhão. Mas, ao chegar no Rio de Janeiro, a prostituição volta a cruzar seu caminho.



Quando se fala de venda de tráfico humano, imagina-se mulheres de países árabes ou africanos que são raptadas ou enganadas e que vão parar em algum país europeu onde serão presas por dívidas e obrigadas a se prostituírem. Como esse filme nacional denuncia, essa é apenas uma modalidade de tráfico e exploração sexual, isso acontece bem debaixo de nossos narizes e com muito mais crueldade. 


A menina retratada neste drama se chama simplesmente Maria, não tem sobrenome e, apesar de ser a protagonista, quase não fala. É uma menina simples de uns 12 anos que vive no interior de alguma cidadezinha do nordeste, que também não é nomeada, junto com seus pais e inúmeros irmãos.

Como se pode perceber, é apenas mais uma boca para alimentar, uma pessoa que passa despercebida em qualquer lugar: sem rosto, sem voz, sem valor. Por isso é vendida pelos seus pais, pois os mesmos não teriam condições financeiras de bancar uma família extensa. Sua virgindade é leiloada sem o seu consentimento, aliás nada lhe é solicitado ou avisado, a menina acaba sendo levada para trabalhar como prostituta em um garimpo na Amazônia sem saber direito o que está acontecendo.

Baseado em relatos reais, o filme narra a vida neste lugar que ela detesta e seu sonho de fugir – entretanto, se fugir ela não tem outra perspectiva de vida, ninguém se importa com ela ou quer ajudá-la, o único valor que possui é o dinheiro que seu “trabalho” pode render.

Apesar dessa dura realidade, Maria é uma heroína forte e tenta moldar seu destino. Bate de frente com o cafetão que administra o bordel e até mesmo com seu dono, um deputado que não tem escrúpulos de ganhar dinheiro com essa prática desumana. Ela está sozinha nesta luta, pois suas colegas de “trabalho” parecem tão conformadas com a vida de servidão que não lhes passa pela cabeça que são exploradas.

É um filme pesado, daqueles que incomodam o telespectador porque sabe que aquilo é real e que, aparentemente, não há muito que ele pode fazer. Assim como a heroína dessa história, quantas marias não existem ao longo deste país imenso, cheio de garimpos, sertões, povoados… locais onde o poder público mal chega e quando chega, não tem força suficiente para lutar contra os barões que mandam no lugar?

Precisamos falar sobre essa realidade sim, precisamos abrir nossos olhos para o sofrimento dessas meninas, e buscar saber quem são e onde estão para que mais ONGs possam ajudá-las, mais agentes públicos possam resgatá-las e, principalmente, aqueles que lucram com a venda de seus corpos possam pagar pelos seus crimes.

3 comentários:

  1. Olá Alessandro, tudo bem?
    Eu não conhecia o filme, e sinceramente sou coração mole para este tipo de história. São histórias fortes, dramáticas e revoltantes, justamente por sabermos que isto é uma infeliz realidade que povo este País. Crimes contra as crianças e adolescentes, principalmente do sexo feminino é o que mais temos aqui neste Brasil. Infelizmente muito pouco ou nada é feito para ajudar as vítimas e fazer os culpados por estes crimes nojentos pagarem. Uma realidade triste demais, que infelizmente não vejo solução a curto prazo. Ótima resenha. Abraço.
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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  2. Oi, tudo bom?

    Não sabia nada sobre esse filme e nunca tinha ouvido falar. Bem, não gosto de ver esse tipo de filme porque não sei como conseguiria ajudar essas pessoas, mas sempre me forço a assistir. Afinal, é uma realidade pertinho de todos nós, embora algumas pessoas ignorem isso. Ótima resenha, vou ver o filme o quanto antes. Parabéns pelo blog!
    Beijos, myliteraryparadise.blogspot.com.br

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  3. Olá!

    Eu acho filmes assim muito forte, eu tenho certeza que meus olhos ficariam um poço de água, porque costumo chorar muito nesses filmes. Essa é um tipo de realidade que está ao nosso lado, eu acho bem importante assistirmos filmes assim, para termos mas noção desse tipo de coisa. Adorei sua resenha, apesar de ser um tema muito forte, Gostaria de assistir sim!

    http://garotinhaadolescentea.blogspot.com.br/

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