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Uma lição de Vida: nunca é tarde para aprender


Direção: Justin Chadwick
Roteiro: Ann Peacock
Ano: 2014 (Brasil)
Gênero: Biografia/Drama
Nacionalidade: Inglaterra/ EUA/ Quênia
Nota: 5/5
Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Kimani Maruge (Oliver Litondo), um queniano de 84 anos que está determinado a aproveitar sua última chance de ir à escola. Desta forma, para aprender a ler e escrever, ele terá que se juntar a crianças de seis anos de idade.

Em um país como o nosso, onde o governo oferece vagas e todos incentivos para qualquer pessoa que deseja estudar, pode parecer estranho e difícil de acreditar mas, em muitos lugares do mundo, o simples ato de uma pessoa ir à escola pode ser um sério ato revolucionário, com consequências e perigos tão sérios como qualquer disputa política.

O senhor Kimani Maruge (Oliver Litondo) é um queniano de 84 anos com um sonho: ser alfabetizado para poder ler e entender uma carta que recebeu anos atrás sem ajuda de ninguém. Quando ouve no rádio que o governo está oferecendo escola para todo mundo que quer, não pensa dua vezes: decide se matricular também. O que ele não sabe é que por “todo mundo”, eles estavam se referindo somente às crianças e que a única escola primária de sua região está superlotada e por isso não pode desperdiçar uma vaga preciosa com um ancião, afinal as crianças são o futuro do Quênia e devem estudar.

Mas ele não desiste e, apesar de todas negativas e desculpas, consegue convencer a professora e diretora Jane Obinchu (Naomie Harris) a aceitá-lo e começa a estudar em uma sala com 200 outras crianças – detalhes, só havia 50 cadeiras, de diferentes idades.

Como eu já disse na introdução, estudar em muitos lugares é um ato revolucionário e por isso incomoda muita gente, e a professora Jane e Maruge incomodaram bastante pessoas: pais, comunidades e autoridades, ninguém via com bons olhos a presença de um velho entre os alunos e começaram a hostilizar e ameaçá-los.

O filme se passa em dois tempos: o atual, quando Maruge está na escola e o passado dele, mostrado em flashes curtos quando ele lutou a revolução dos Mau Maus pela independência do Quênia, esse período é determinante para entender a insistência dele em querer aprender, algumas dificuldades que ele encontra devido ao TEPT, falta de mobilidade e baixas audição e visão.

A relação presente-passado é uma constante no filme, tanto no âmbito pessoal de Maruge que para ser bem-sucedido em seu sonho de aprender a ler, precisa enfrentar todos seus traumas e entender que tudo isso ficou para trás, quanto no âmbito nacional, afinal o país precisa entender que não é mais dividido em tribos inimigas: todos são quenianos agora e devem lutar pelo bem de seu país e deixar as diferenças tribais para trás. Todo o ambiente de país do Quênia parece girar em torno da ideia de redenção, como se vê na cena de Jane falando sobre sua tribo e as escolhas que fizeram e condenando a discriminação tribal a própria política educacional inclusiva do país, é uma busca de cura das feridas dos sucessivos confrontos enfrentados no passado.

A história é muito boa, mas confesso que é cheia de clichês já explorados em filmes do gênero: como o político corrupto que faz tudo para atrapalhar, a professora tão boa que parece uma missionária, o protagonista forte que passa por muitas provações mas não desiste… nada novo, mas também como poderia ser diferente? Dramas biográficos são uma fórmula pronta que se encaixam perfeitamente na vida da pessoa retratada. Além do enredo forte, o que mais chamou a atenção no filme foram as atuações brilhantes, principalmente de Litondo e das crianças, a direção do inglês Justin Chadwick e o belo trabalho dos atores mirins convenceu muito e me deixou impressionado. Este é um filme que vale muito a pena ser visto por muito fatores, e com certeza o brilho do elenco é um deles.

PS. No Netflix tem esse filme, com o nome de O Aluno.

8 comentários:

  1. Oi Alessandro, tudo bem?
    Mesmo que seja um clichê em alguns aspectos, para mim nunca chega a ser de fato, pois está falando de um país muito, mas muito diferente do meu. E está falando, como você mesmo disse, de uma realidade muito diferente da nossa. Então, sempre me choco e me envolvo com a história dos personagens. Pelo visto mais um que irá me emocionar!!! Não conhecia mas já irei procurá-lo. Sua crítica ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.

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  2. Olá!! Nossa, parece uma linda historia de superação. Nunca li uma biografia, mas já vi filmes biográficos assim como esse. E confesso que me agrada bastante. Nunca é tarde para se aprender, e a persistência desse homem deveria ser exemplo para todos. Vou procurar assistir a esse filme, obrigada! Beijos!

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  3. Oi, Alessandro!
    Esse filme deve ser daqueles pra se ver com um lenço na mão.
    Apesar dos clichês que você comentou, é sempre bom ver filmes de realidades completamente diferentes da nossa.
    Beijos
    Balaio de Babados
    Porcelana - Financiamento Coletivo

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  4. Gostei muito da sua resenha. Gosto quando vejo coisas diferentes e descubro coisas diferentes, ainda mais quando as parcerias com editoras fazem com que a maioria dos blogs estejam sempre falando sobre os mesmos livros..
    Quanto ao clichê, acredito que realmente os roteiristas e diretores recorram a eles para criar mais empatia do público, mas, nesse caso, como você mesmo disse, como seria diferente?
    Parabéns!!

    Beijos
    www.serleitora.com.br

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  5. Oi Alê!!
    Quem não gosta de um comum não é? Acredito que as histórias comuns ou repetidas são as que mais nos tocam já que podemos nos reconhecer ou reconhecer outros e trazer para a realidade. Já estava me perguntando onde ia encontrar quando li seu Ps, com certeza vou atrás! Amei a dica

    Beijokas

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  6. Oi Alessandro, parece ser um filme muito lindo, ainda aqui em alguns lugares é um desafio estudar, só ir mais ao norte e nordeste vemos crianças enfrentando distâncias e situações degradantes até chegar às vezes a uma escola caindo aos pedaços, fico imaginando então em países como o Quênia que por muito tempo teve sua população oprimida por situações de Guerra e pobreza extrema, e até os dias atuais sofrem com total descaso.
    Deve ser realmente uma biografia muito enriquecedora de se ver e enxergar um pouco a realidade em outros países.
    Vou procurar para ver.
    Abraço.

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  7. Olá... tudo bem??
    Infelizmente o filme não me atraiu... até gosto de assistir filmes assim, mas eles tem que me chamar muito atenção... eu gosto de clichês, mas algo novo é bom também... que bom que gostou do filme, a sua resenha mostrou exatamente o que sentiu quando assistiu.... xero!

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  8. Olá!

    É um clichê, mas só de pensar que essa história realmente aconteceu, os clichês ficam em segundo plano. Não dá pra pensar em coisas novas quando uma história real está sendo contada. Eu não vou ver porque não tenho Netflix, porém, gostei bastante da premissa.

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