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O Sol é para todos – Reflexões sobre o racismo

Autor: Harper Lee
Editora: Record
Páginas: 364
Nota: 5/5
Sinopse: Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O Sol é Para Todos é um dos livros mais lidos nos Estados Unidos e Atticus Finch, um dos personagens, é considerado um herói por lá. O engraçado é que o livro é uma grande crítica aos americanos.

A história é narrada pela Scout, erroneamente eu comecei lendo o livro achando que a narradora era uma criança, pois bem, Scout narra quando adulta, acontecimentos do período em que era uma menina, no Alabama em 1930, época e local altamente influenciados por uma cultura racista.

No começo, eu notei semelhança com livros de peraltices infantis, estilo "As Aventuras de Tom Sawyer” porque Scout, seu irmão Jem e Dill, seu amigo, são muito levados e divertidos. Ficava, portanto, imaginando quando o assunto pesado e central ia entrar na história. Brilhantemente foi tudo muito bem ministrado, a conta-gotas, e acabou se tornando o tema central e ao mesmo tempo coadjuvante da história.

Quando Atticcus, pai de Scout, vai defender um homem negro acusado de estupro a vida das crianças começa a mudar e elas se veem no meio de um grande carrossel de preconceito e injustiça.

Com seus olhares inocentes e ao mesmo tempo aguçados, as crianças conseguem enxergar toda a hipocrisia da sociedade em que elas viviam, e trazem a melhor parte do livro, pois as reflexões das crianças, acompanhado do discurso de Atticus, são realmente maravilhosos e nos levam a reflexão. Como podemos ver no trecho abaixo:

“As testemunhas de acusação, com exceção do xerife do condado, se apresentaram diante dos senhores e deste tribunal com a cínica segurança de que seus depoimentos não seriam postos em dúvida, certos de que os senhores aceitariam a tese deles, a diabólica tese de que todos os negros mentem, todos os negros são, por princípio, imorais, que nenhum deles deve ser deixado perto de nossas mulheres, tese que podemos associar com mentes do calibre da deles. Sabemos, senhores, que se trata de uma mentira tão negra quanto a pele de Tom Robinson, uma mentira que não preciso explicar aos senhores. Os senhores sabem a verdade: alguns negros mentem, alguns negros são imorais, alguns negros não merecem a confiança de ficar perto das mulheres, sejam elas brancas ou negras. Mas essa verdade se aplica à raça humana, sem distinção. Não existe ninguém neste tribunal que nunca tenha mentido, que nunca tenha feito algo imoral, não existe um homem vivo que nunca tenha olhado para uma mulher com desejo.”
Um livro nota 5 sem dúvida nenhuma.

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