Autor: Bram Stoker
Editora: Nova Cultural
Ano: 2002 (original de 1897)
Páginas: 368
Nota: 4/5Sinopse: Publicado originalmente em 1897, com inspiração em relatos do folclore romeno (coletados por Stoker) sobre a ocorrência de nosferatus, ou mortos-vivos, e na infame saga do Príncipe Vlad III Drakulya, o filho do Dragão (ou Serpente[Drac]): Voivoda (warlord) da Valáquia e Transilvânia que lutou contra os Turcos no Século XV. |...| O romance "Drácula" definiu o arquétipo do vampiro moderno como o ser diabólico que se alimenta do sangue de suas vítimas e tem poderes extraordinários.
Os mitos sobre criaturas humanoides que se alimentam de sangue e erram à noite existem em várias culturas desde a pré-história, porém o termo vampiro apenas se tornou popular no início do século XIX, após um influxo de superstições vampíricas na Europa Ocidental, vindas de áreas onde lendas frequentes, como os Balcãs e a Europa Oriental, nesta época que Bram Stoker escreveu esse livro, e mudou para sempre a Literatura Ocidental.
Apesar de o Conde Drácula ser o personagem-título, ele não é o primeiro protagonista e nem o foco narrativo, a história gira em torno do jovem advogado Jonathan Harker, do Dr. Van Helsing – um famoso estudioso e caçador de vampiros, e de Mina - noiva de Harker e melhor amiga de Lucy que é transformada em vampiro pelo Conde e seu noivo Jonathan. Escrita em forma epistolar: com trechos de diários, cartas e relatórios, o livro narra como Van Helsing convence os outros da existência de vampiros e a caça que fazem à criatura.
Embora muitos dos elementos dessa obra são utilizados pela cultura pop até hoje: como os poderes e fraquezas dos vampiros e os personagens Drácula e Van Helsing – esse livro não é uma simples história de vampiros, é muito citada e copiada mas não conheço outra que a supere ou, pelo menos, se iguale em qualidade dramática e narrativa.
Não estou procurando alegria. Já não sou jovem, e meu coração, depois de acostumado com a morte, durante tantos anos, não está afeito à juventude.
Ele parece mesmo acreditar nisso, entretanto, tem uma aparência serena e quem o vê pensa se tratar de um homem normal, meio esquisito mas inofensivo. Em contraste com essa visão de mundo e personalidade apática e inofensiva, a personalidade de Lucy ao se transformar em vampira é o oposto, como jovem e recém-transformada, ser uma vampira é uma novidade e promessa de eterna juventude, porém sua personalidade é monstruosa e aparenta agir por pura maldade e sede de sangue, os dois são assassinos terríveis mas o Conde é mais reflexivo, planeja suas ações, é eloquente e quase humano enquanto Lucy quase não fala uma única frase no livro depois que se transforma, simplesmente mata crianças e se alimenta de seu sangues.
Mais que um detalhe, esse elemento abre espaço para refletir sobre a imortalidade e suas consequências, será se Drácula ou Lucy estão reagindo de modo diferente ao mesmo problema (ainda que internamente), se não houver morte, qual o sentido da vida?
Além dessa questão, há muitos trechos que debatem sobre fé e pensamento crítico, questionamentos filosóficos que enriquecem a obra e tornam os personagens coerentes e interessantes.
Parabéns pela resenha! Fiquei super curiosa pra ler! ;)
ResponderExcluirAlessandro,
ResponderExcluirEu não gosto de livros com vampiros, tenho medo... sou medrosa demais!! Também não ia aceitar ele matar com tanta facilidade e ainda, criança!!
Parabéns pela resenha... beijos
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