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Meu Nome é Número 4: juventude amargurada pela Revolução Cultural Chinesa


Autor: Ting-Xing Ye
Editora no Brasil: Casa da Palavra
Ano: 2008
Páginas: 224
Sinopse: Uma história pessoal de sobrevivência e coragem no período mais perturbador da história recente da China. Quando nasceu, o destino de Ting-Xing Ye estava marcado: a quarta filha nascida no ano do dragão teria uma vida difícil. Número 4 veio ao mundo logo após Mao Tsé-Tung assumir o poder e sua juventude coincidiu com os anos furiosos da Revolução Cultural, em que 1 bilhão de chineses em convulsão queimaram escolas, fábricas, pessoas. Estigmatizada como "ideologicamente incorreta" por conta de seus pais pequenos comerciantes, Ting-Xing foi despachada para uma remota fazenda penal onde enfrentaria frio, violência e fome até conseguir agarrar-se a uma única chance e sair dali como estudante da Universidade de Pequim.

Minha experiência com Meu Nome é Número 4 foi chocante e interessantíssima, ainda mais porque li quando era bem nova e a história marcou bastante. Não é todo dia que nos deparamos com uma biografia tão intensa, pesada e sincera. É um misto de sensações e emoções que nos faz pensar em como um país e uma população são peças manipuláveis por um sistema maior.

A história de Ting-Xing Ye começa em 1952 - ano de seu nascimento -, em Xangai, na China, sendo a quarta de cinco filhos e cuidada pela tia-avó, que passa a tomar conta da família após a morte de seus pais. Percebemos logo de cara que a vida da escritora não foi nada fácil, assim como dos outros chineses que vivenciaram a Revolução Cultural que durou dez anos, de 1966 até 1976, ano do falecimento do líder comunista Mao-Tsé Tung.


Autora do livro
Momento extremamente caótico da história chinesa em que a população passava fome e a Guarda Vermelha impunha os ensinamentos do governo à força e atacava aqueles que não seguiam o regime ou o líder chinês. A revolução foi sentida na pele por Ting-Xing, na medida em que o governo alegava que sua família tinha “sangue ruim”, pois seus pais possuíam uma fábrica e eram considerados burgueses, ou seja, ia contra aos ideais do regime.

Ye foi exilada para a zona rural em uma fazenda onde passou frio, fome, perseguições, torturas e foi obrigada a seguir os ideais do governo. Estudos e famílias? De forma alguma. Cada membro de sua família estava em um local e ela não teve o direito de estudar, assim como muitos outros.

Pelo fato do livro ser escrito em primeira pessoa, a leitura é bem fluída e fácil compreensão e ainda há a presença de diálogos, não é apenas “corrido”. No entanto, as falas podem não ser frequentes em várias páginas, e, por isso, a leitura pode se tornar um pouco cansativa para quem não gosta de livros com poucos diálogos. A narrativa é bem interessante e a forma como Ting-Xing conta a história é bem convincente e possibilita a reflexão dos leitores acerca do tema.

Meu Nome é Número 4 é um livro sobre obstáculos e como superá-los, sobre a história de uma China devastada por um regime autoritário e as consequências da Revolução Cultural comentados por uma pessoa que viveu aquele período. Nos deparamos com um país que sofreu muito e pensamos como as pessoas conseguem passar por isso. Ting-Xing Ye foi uma das que superou todas as barreiras e seguiu com a vida, sendo que conseguiu frequentar a Universidade de Pequim e se formar em Inglês e Literatura. Atualmente, a escritora vive no Canadá e escreve livros.

Um comentário:

  1. Gente eu li esse livro..nossa muito forte a história, ao mesmo tempo que é dramática...é uma história de coragem e luta...pra quem gosta...é interessante.

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