Rocky Balboa “Não se trata de quanto você é forte, mas de quanto consegue aguentar”

Título Original: Rocky Balboa

Direção e Roteiro: Silvester Stallone

Ano: 2006

Duração: 101 min.

Gênero: Drama

Nota: 4/5

Sinopse: A glória faz parte do passado para Rocky Balboa (Sylvester Stallone). Dono do restaurante Adrian's, batizado em homenagem à sua falecida esposa, Rocky passa as noites contando aos clientes histórias de sua época de lutador. Rocky Jr. (Milo Ventimiglia), seu filho, não dá muita atenção ao pai, preferindo cuidar de sua própria vida. Sua vida muda após uma simulação de computador colocar Mason Dixon (Antonio Tarver), o atual campeão mundial dos pesos pesados, enfrentando Rocky em seu auge. Dixon fez fama pela facilidade com a qual conseguiu o título, mas como nunca encarou um oponente que realmente o desafiasse é considerado por muita gente como um lutador muito técnico, mas sem alma. A simulação faz com que o agente de Dixon resolva realizar a luta, oferecendo a Rocky uma nova chance de voltar aos ringues.

Está prestes a estrear “Creed - Nascido Para Lutar”, um spin off da franquia Rocky que conta a história do filho de Apollo Creed que é treinado pelo já aposentado Rocky Balboa. É um projeto interessante, mas desnecessário uma vez que a franquia já foi muito bem concluída em 2006 com esse excelente filme.

O personagem Rocky Balboa foi a maior criação de Silvester Stallone, nascido após o autor assistir uma luta entre o então desconhecido Chuck Wepner e o campeão dos pesos pesados Muhammad Ali, o lutador tem muito em comum com seu criador: ambos vieram de baixo, eram desconhecidos e desacreditados mas conseguiram respeito com muito esforço e dedicação, hoje não precisam provar mais nada a ninguém, são ídolos absolutos e referência em suas áreas.

Mesmo sem precisar provar nada, tanto Rocky quando Stallone desafiam o tempo e surpreendem os fãs com novos desafios (se bem que não é tão surpresa assim, Hollywood adora uma sequência de obras lucrativas, Star Wars que o diga). E em 2006, 16 anos depois do último filme, nos testemunhamos mais uma grande luta do eterno “Garanhão Italiano”

O primeiro filme da franquia é Rocky um lutador, de 1977, e a triologia estava aparentemente encerrada em 1990 com Rocky 5, porém este último estava aquém dos outros e era uma conclusão vexatória para um ótimo personagem: uma história fraca com personagens caricatos e um final previsível com uma briga de rua sem nenhum sentido.

Por este motivo, Rocky Balboa foi muito bem recebido pelo público e a crítica, a história é bem mais madura que o filme anterior e o envelhecimento do pugilista é bem explorado, sua motivação é coerente e o telespectador consegue entender o porquê dele querer lutar após tantos anos.

E não é só isso, é um filme que fala de sentimentos, autoaceitação e, principalmente, superação. Assim como Rocky precisa superar a idade e as limitações físicas, seu filho Robert Júnior (Milo Ventimiglia) também precisa aprender a superar a “sombra” de seu pai e se realizar pessoal e profissionalmente pelos seus próprios atos.

É para ele que Rocky faz um dos discursos mais bonitos e emocionantes do filme, no qual ele deixa claro que para ter sucesso é preciso aprender que “ninguém vai bater mais que a vida mas não se trata de quanto você é forte, mas de quanto consegue aguentar”

Um filme lindo, com cheio de sentimento e reflexão e que termina com uma excelente luta na qual dois grandes campeões precisam provar a si mesmos e aos outros que merecem este título e que não são farsas. Um filme que agrada tanto pelo drama quanto pela luta.