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Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi Dois Povos em Guerra, no mesmo Povo




Autor: Hillary Jordan
Editora: Editora Arqueiro
Ano: 2018
Páginas: 272
Nota: 4,5/5

Sinopse: Um amor proibido, uma traição terrível, uma agressão selvagem. Um romance de força impressionante, que nos faz mergulhar nas contradições do Mississippi pós-Segunda Guerra Mundial.

Ao descobrir que o marido, Henry, acaba de comprar uma fazenda de algodão no Sul dos Estados Unidos, Laura McAllan, uma típica mulher da cidade, compreende que nunca mais será feliz. Apesar disso, ela se esforça para criar as filhas num lugar inóspito, sob os olhos vigilantes e cruéis de seu sogro.

Enquanto os McAllans lutam para fazer prosperar uma terra infértil, dois bravos e condecorados soldados retornam do front e alteram para sempre a dinâmica não só da fazenda, mas da própria cidade. Jamie, o jovem e sedutor irmão de Henry, faz Laura de repente renascer para a vida, enquanto Ronsel, filho dos arrendatários negros que trabalham para Henry, demonstra uma altivez que não será aceita facilmente pelos brancos da região.

De fato, quando os jovens ex-combatentes se tornam amigos, sua improvável relação desperta sentimentos violentos nos habitantes e uma nova e impiedosa batalha tem início na vida de todos.

Alternando a narrativa entre vários pontos de vista, este premiado romance oferece ao leitor diferentes versões dos acontecimentos. Os personagens, lutando por sentimentos de amor e honra num lugar e época brutais, se veem dentro de uma tragédia de enormes proporções e encontram redenção onde menos esperam.

Esse livro me lembra muito O Sol é Para Todos (To Kill a Mockingbird de Book by Harper Lee), ambos mostram como a cultura da discriminação racial era tão enraizada no Sul dos EUA no começo do século XX que as pessoas simplesmente não viam os negros como seres humanos, motivo pelo qual tratavam mal os que davam um pouco de dignidade a eles, não importando o quem era ou o que o motivava, os negros eram os inimigos e todos deviam trata–los assim.

A história é simples, direta e cativante – mesmo sendo escrita em vários POVs – não há muita dificuldade de acompanhar os acontecimentos. Mas, não pense que por isso é uma leitura fácil ou divertida.

A autora não poupa detalhes da dura vida dos ex–escravos no Mississipi logo após a Segunda Guerra Mundial, os fazendeiros já tratavam os negros como inferiores quando eram escravos, e tudo piorou depois de ficarem ressentidos e humilhados pela derrota na Guerra da Secessão, décadas antes, esse ressentimento levou à formação de grupos extremistas como a Khu Klux Khan.

Os fatos são contados por narradores, três brancos (Laura, Henry e Jamie) e três negros (Florence, Hap e Ronsel). Não vou dar muitos detalhes pra não dar spoilers, mais importante que as ações são os valores morais distorcidos e os preconceitos da época.

Além dessa questão racial, ainda há vários tipos de preconceitos: afinal os nobres ainda se acham superiores ao povão pobre, e os homens dominam as mulheres e tudo isso é misturado como pólvora em um barril pronto pra explodir por qualquer faísca.

Mas calma leitor, não é um livro panfletário, apesar dessa carga dramática toda ainda é uma história de amor, embora não seja o único tema do Livro o romance ainda é bem desenvolvido e o fator desencadeante de toda ação, e não há apenas o amor romântico, também é uma história sobre amizade.

Por tudo isso, acho um livro necessário, que envolve vários sentimos e nos acertar como um soco no estômago, além de nos levar a questionar sobre como o preconceito é presente e difícil de ser erradico. Tudo isso numa história interessante e bem divertida.



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