Porque sua filha deve assistir os Filmes da Barbie

Os produtos da franquia Barbie geralmente são acusados de serem má influência para as meninas, por incentivarem o consumismo e a busca por um padrão de beleza inatingível, que gera frustração, e de ser o estereótipo de uma pessoa de valores vulgares, sem preocupações sociais que vão além do guarda-roupa. Mas, será que tudo isso é verdade hoje em dia? E os produtos de outras franquias concorrentes, são melhores nesse quesito? Hoje vamos discutir mais um assunto polêmico e tentar desfazer outro mito. 

Vamos começar a discussão analisando a família dela, como mostrado no seriado Life in The DreamHouse, a Barbie mora com suas irmãs menores em uma casa, as três dividem sozinhas uma mansão chamada "Casa dos Sonhos". Ou seja, ela é a chefe de uma família só de mulheres, elas não precisam de um homem para sustentá-las e muito menos de uma figura masculina para as proteger, ou para qualquer outra coisa. Além disso, todos os personagens masculinos são secundários e correm atrás dela, em nenhum momento isso é visto como estranho ou diferente, ou seja, no seriado é normal uma mulher sozinha ser chefe de família e ser determinada e autossuficiente, se isso não é empoderamento feminino (o famoso girl power) eu não sei o que é.

Outra coisa interessante, mostrado tanto nesse seriado como nos filmes, é a total ausência de romances: ela tem um namorado o boneco Ken, mas a sua vida não gira em torno disso, ela não “corre atrás” dele, não demonstra ter ciúmes e nem deixa de fazer nada por causa disso e essa relação não é determinante para coisa alguma na história. Em nenhum dos filmes que eu conheço, assisti a muitos mas não a todos, ela não se apaixona por ninguém, as relações entre os homens e mulheres são sempre pautada na amizade e respeito mútuo e é bom para as crianças de ambos os sexos aprenderem isso: que homens e mulheres podem ser amigos sem segundas intenções, com ambos se respeitando e se dando bem.

Sobre a aparência, é verdade que ela é retratada como um ideal de beleza irreal, assim como a Polly Pocket, as Princesas da Disney e qualquer outra personagem feita para ser boneca. Afinal, elas foram feitas para serem vendidas, e as pessoas compram que consideram bonitas. Então, em vez de atacar o produto (a Barbie), é preciso educar a sociedade a mudar essa mentalidade. Hoje já existem bonecas da Barbie representando várias diferenças: negras, gordinhas e até com síndrome de down, só que é preciso que elas sejam vendidas para que o investimento dê retorno e haja mais investimentos tanto na produção quanto em publicidade, e aí entram os filmes.

Sobre as roupas, uma coisa que sempre me chamou a atenção é que ela não é tão sexualizada como a maioria das personagens femininas de desenhos animados voltadas ao público feminino. A título de comparação, vamos analisar as roupas das personagens do núcleo dela e do Clube das Winx, outra franquia famosa que as meninas assistem:

Observe como as roupas das personagens da Barbie são mais “comportadas”, não andam com a barriguinha de fora, não tem “tomara que caia” e as saias e shorts embora sejam curtos não são tão “sexies” quanto as das Wingx. E todas as personagens da Barbie são modelos, falam que essas roupas são bonitas e estão super na moda.

Além de todos esses aspectos, outra coisa que chama muito a minha atenção e a sororidade entre ela e as amigas, elas são competitivas quando é necessário: estão em alguma competição esportiva, mas quando não estão deixam as diferenças de lado e não querem “passar a perna” uma nas outras, a única personagem que tenta “roubar" o namorado da Barbie é a Raquelle, mas ela é a antagonista e este comportamento é repudiado por todas, não é apresentado como “coisa de mulher” que deve ser aceito como normal. 

Por tudo isso, eu não só deixo como incentivo à minha filha a assistir os filmes e o seriado da Barbie e recomendo a todos os pais de meninas a fazerem o mesmo.