Autor: Julia Quinn, Suzane Enoch, Karen
Hawkins, Mia Ryan
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota: 4,5/5
Sinopse: Quem roubou o bracelete de lady Neeley? Terá sido o caça-dotes? O apostador? A criada? Ou o libertino? Londres está fervendo com as especulações, mas, se ainda restam muitas dúvidas, pelo menos uma coisa é certa: um desses quatro está envolvido no crime. Crônicas da sociedade de lady Whistledown, maio de 1816
Depois de algum tempo sem Lady Whistledown nos livros de Julia Quinn, nós enfim temos essa querida
personagem de volta em uma antologia magnífica, repleta de romance e mistério.
Escrita por quatro autoras, o livro se entrelaça de uma forma inesperadamente
uniforme. Apesar de personagens com personalidades bem distintas, o livro segue
sempre em um caminho comum, o que é um tanto interessante, levando em
consideração que foi escrito por quatro autoras com estilos distintos.
O livro tem como pontapé o sumiço de um
bracelete no jantar de lady Neely, o mistério que envolve o desaparecimento da
joia ronda todos os contos, acrescentando pequenas doses interessantes de
mistério e intriga.
O primeiro conto, ‘O primeiro beijo’, é
escrito pela Julia Quinn. Conta a história de Mathilda ‘Tilly’ Howard e Peter
Thompson, ela, irmã de um oficial morto durante a batalha de Waterloo, e ele, companheiro de batalhão e amigo de seu irmão, Harry. O que mais me chamou a
atenção nessa história foi a personalidade de Harry. Apesar de claramente amar
Tilly, ele se mostra um tanto difícil por conta de sua condição social ser
inferior à dela. Ao mesmo tempo, ele tenta constantemente provar que seu caráter
é digno dela e trava uma luta interna entre deixar Tilly para alguém com mais bens e
tentar o que for preciso para ficar com ela (mesmo que leve alguns anos).
No decorrer da história, eu me senti
muito encantada por esse personagem. Em alguns momentos chegou a ser um tanto
enfurecedor que ele coloque ela num pedestal tão imenso enquanto se vê como
indigno. Em contrapartida, Tillie é muito decidida sobre os seus sentimentos e
para ela isso é o que importa. É um romance encantador, em que os personagens
tem ótimas personalidades e quando o desfecho enfim chega, senti meu coração
aliviado, talvez por realmente ter me apegado ao personagem do Peter.
O segundo conto, ‘A última tentação’,
de Mia Ryan, é talvez um dos mais divertidos do livro. Eu fiquei muito
encantada pela personagem feminina e me senti contente por ela não pertencer à
alta sociedade, isso deu um certo tempero ao livro. Esse conto narra a história da
criada Isabella Martin e Anthony Doring, lorde Roxbury. Dois personagens de
classes sociais distintas, mas com personalidades que se encaixam muito bem.
A
Bella é uma personagem muito divertida, eu dei muitas risadas com ela. Algumas
situações peculiares ganharam um toque divertido pelo modo que ela
contornava a situação rindo (talvez por não ser uma dama da alta sociedade e
não se escandalizar com tudo). Bella definitivamente foi minha personagem
feminina favorita do livro, não apenas por sua personalidade, mas por ser uma
mulher independente, decidida.
Apesar de ser um senhor um tanto
libertino e provocante, as reações de Anthony à personagem da Bella foram
divertidas na mesma medida, talvez pelo fato de ele não estar acostumado com
mulheres que não se classifiquem como damas ou senhoras interessadas em sexo.
Bella foi uma personagem que o intrigou e o incitou a ir mais a fundo, até
fazer com que seus sentimentos aflorassem e isso, para mim, tornou essa
história muito encantadora, acho que foi a que devorei mais depressa.
O conto seguinte é ‘O melhor de dois
mundos’, de Suzanne Enoch. Honestamente, esse foi o que menos me marcou. Talvez
pela sobriedade excessiva dos personagens, por falta de um romance mais intenso
ou de personagens com personalidades mais marcantes. Não achei o conto ruim,
mas achei ele ‘ok’. O conto narra a história de Charlotte Birling e Xavier, o
conde Matson. Ela, é uma moça recatada de uma família ultra-conservadora que,
apesar de não priorizar o dinheiro, condena absolutamente pessoas com passado
escandaloso, incluindo o lorde Matson, considerado um libertino. Ambos
despertam interesse um pelo outro e desenrolam um romance um tanto morno, na
minha opinião.
Charlotte é a típica garota deslumbrada
e sonhadora, Matson é um conquistador. Poderia ser uma fórmula interessante se,
ao meu ver, a história não fosse tão vazia de pontos e personalidades marcantes.
É uma história neutra, com desenrolar e romance neutros.
O último conto (e definitivamente um
dos melhores) é ‘O único para mim’, de Karen Hawkins. Aqui vemos enfim a
história de dois personagens de fizeram pequenas pontas nos contos anteriores e
que enfim podemos conhecê-los mais a fundo, Sophia Throckmorton Hampton e
Maxwell Hampton, o lorde Easterly. O diferencial dessa história, como deve ter
percebido pelos sobrenomes, é que Sophia e Max já são casados, entretanto,
devido à um mal entendido do passado, Max foge para um exílio, deixando a
esposa sozinha em Londres por doze anos. Entretanto, com a possibilidade de
Sophia querer anular o casamento, Max retorna decidido a reconquistá-la.
Essa história, para mim, foi uma das
que teve mais cores e nuances, personagens com personalidades intrigantes,
marcantes e pontos realmente emocionantes e tocantes. Sophia tem uma
personalidade forte e sua coragem é encantadora. Talvez pelo fato de ser um
romance mais amadurecido, de dois personagens marcados por mágoas, mas
alimentados por um amor profundo, esse conto tenha sido o meu favorito do
livro. Em meio a tudo, Easterly também é um dos principais suspeitos do crime
que tem início com o livro e é aqui que vemos tudo ser desvendado.
Por fim, em todos os contos temos o
inigualáveis trechos das Crônicas da Sociedade de Lady Whistledown, dando
toques divertidos de tempero e malícia às tramas. Eu realmente estava com
saudade dessa personagem e tê-la de volta é um verdadeiro presente. No geral,
eu adorei ler essa antologia, há histórias para todos os gostos e todas elas se
completam de uma forma envolvente e deliciosa. Para fãs da Julia Quinn e de
romances de época, definitivamente é uma leitura muito recomendada.
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