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Um Menino em Um Milhão – Uma amizade inusitada



Título Original: The One-In-A-Million Boy
Autor: Monica Wood
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota: 4/5


Sinopse: 104 anos, 133 dias e um amigo Quinn Porter é um guitarrista de meia-idade que nunca conseguiu deslanchar na carreira. Enquanto aguardava sua grande chance na música, foi um marido e pai ausente, e jamais conseguiu estabelecer um vínculo afetivo com o filho, uma criança obcecada pelo Livro dos Recordes e algumas peculiares coleções. Quando o menino morre inesperadamente, alguém precisa substituí-lo em sua tarefa de escoteiro: as visitas semanais à astuta Ona Vitkus, uma centenária imigrante lituana. Quinn assume então o compromisso do filho durante os sete sábados seguintes e tenta ajudar Ona a obter o ­recorde de Motorista Habilitada Mais Velha. Através do convívio com a idosa, ele descobre aos poucos o filho que nunca conheceu, um menino generoso, sempre disposto a escutar e transformar a vida da sua inusitada amiga. Juntos, os dois encontrarão na amizade uma nova razão para viver.

É uma obra difícil de definir, por um lado sensível, poético e bem-humorado, e por outro triste, abordando o luto e luta pela aceitação de seus erros. Por isso, por mais que concorde (ou não) com minha visão, seria interessante que se não o leu ainda, faça o mais rápido possível.

 Esse é um livro diferente: o menino do título não é o protagonista; há uma relação entre um homem e uma mulher mas é apenas amizade, e não tem como ser outra coisa; e os personagens centrais, que são adultos, aprendem uma lição de vida de uma criança, que já está morta e, portanto, não lhes fala nada diretamente.

É uma história que fala sobre a dor do luto, os pais do menino (ele é chamado assim o tempo inteiro) mas não é triste porque é focada na aceitação dessa dor como cada pessoa lida com ela, sobre amizade, sobre perdão – principalmente o perdão de si mesmo, o mais difícil de conseguir.

Mas, não pense que é um livro pesado, apesar das várias reflexões que traz consigo, a autora consegue trazer leveza e cenas divertidas em várias ocasiões, como no momento em que Ona tenta aprender andar de motocicleta. Aliás, Ona é a personagem que mais me cativou, por fora parece ser uma velha rabugenta mas por dentro traz muita emoção: ela vive sozinha, o menino era o único que convivia com ela e quando ele deixa de vir, ela ainda não sabe que está morto, a senhora acredita que ele a abandonou, assim como todos os outros.

O enredo possui alguns deslizes, a história poderia ser bem mais. O livro é narrado em terceira pessoa o que deixa tudo mais impessoal e dificulta ao leitor se identificar com algum personagem, e tudo é mostrado de forma superficial: as pessoas e as coisas parecem que se resolvem muito facilmente. Mas, nada disso estraga o prazer da leitura, é um livro emocionante que faz os leitores mais sensíveis chorar em diversos momentos.

E a Editora Arqueiro disponibiliza junto com ele um apêndice, um conto centrado na personagem Ona Viktus, que tanto pode ser lido antes quanto depois do texto principal.

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