Autor:
Alan Moore
Editora:
DC Comics – Panini Books
Ano:
2011
Páginas:
79
Sinopse: Um dia ruim. É apenas isso que separa um homem são da loucura. Pelo menos segundo o Coringa, um dos maiores e mais conhecidos - se não o maior e mais conhecido - vilão do mundo dos quadrinhos. E ele quer provar o seu ponto de vista enlouquecendo ninguém menos que o principal aliado de seu maior inimigo: o Comissário Gordon. Cabe ao Cavaleiro das Trevas impedir.
Pareço legal, mas sou o tipo de pessoa que dá certos
presentes para pessoas queridas já pensando em pedir emprestado, principalmente
quando se trata de livros e HQs. Foi isso que aconteceu com essa edição de luxo
de A Piada Mortal, que vi meu namorado paquerar algumas vezes na vitrine da
banca de revistas, algo que me fez presenteá-lo com a mesma na páscoa do ano
passado (já pensando em pedir para ler depois dele).
Eu já sabia da fama dessa HQ, que é considerada por
muitos a melhor história sobre o Coringa e uma das melhores HQs de todos os
tempos, e depois de completar a leitura dessas poucas páginas confirmei o
boato. Além do roteiro de Alan Moore (Watchmen, V de Vingança), que te prende e
te envolve em cada página, a arte de Brian Bolland (Camelot 300) faz dessa HQ
um presente aos olhos.
A história não é nada mais do que mais uma das
armações do Coringa contra o Batman, mas o diferencial é a intensidade que há
nos crimes, já que o Coringa decide atacar diretamente o Comissário Gordon,
grande amigo e parceiro do Batman. A intenção do Coringa é provar que qualquer
pessoa sã pode ser levada a loucura com os estímulos corretos, o Comissário
Gordon é seu objeto de teste, e é submetido a métodos traumáticos de um modo visceral.
Uma das cenas mais polêmicas desse quadrinho é o que
muitos afirmam ter sido o estupro de Bárbara Gordon, filha do comissário, mas
ao meu ver não houve a consumação do estupro, até porque o Coringa não tem esse
tipo de desejo, apesar da humilhação que ele faz Bárbara passar ao tirar fotos nuas
da moça enquanto agoniza de dor (devido a um tiro na coluna que ele próprio
deu) e mostrar ao seu pai. Ao meu ver, foi mais o desejo de traumatizar o
Comissário do que de consumar o estupro da moça.
A HQ é
marcada pela filosofia muito bem findada e frases memoráveis do palhaço
assassino, ao mesmo tempo que mostra a forma com que Batman lida com o
adversário, demonstrando estar cansado com as brincadeiras insanas do Coringa,
e chegando cada vez mais perto de pôr um real fim à disputa.
Frente ao inegável fato de que a existência humana é louca, casual e sem finalidade, um em cada oito deles fica piradinho! E quem pode culpá-los? Num mundo psicótico como este... qualquer outra afirmação seria loucura! - Coringa
Talvez o que haja de mais polêmico na Piada Mortal
seja seu final. Para quem não conhece bem o Batman, é preciso saber que o
personagem não é um assassino (apesar de já ter algumas mortes em sua
contabilidade, teoricamente, ele não mata ninguém, mas nessa HQ ele mostra
estar disposto a matar o Coringa, que já foi longe demais. Devido a isso, no
final fica uma grande incógnita: O Batman matou ou não o Coringa? Essa é mais
uma daquelas dúvidas alá Machado de Assis que você vai carregar para sempre,
tire suas próprias conclusões quando for ler.
Estive pensando muito ultimamente. Sobre você e eu. Sobre o que vai acontecer no nosso fim. Vamos acabar matando um ao outro, não? Talvez você me mate. Talvez eu o mate. Talvez mais cedo... talvez mais tarde. - Batman
Falando nisso, há muitas referências a essa HQ no
segundo filme da trilogia de Christopher Nolan, inclusive essas várias versões
das causas de sua loucura podem ser vistas no filme “Batman – O Cavaleiro das
Trevas”, além da famosa cena do interrogatório do Coringa.
A leitura é super recomendada, o preço da HQ é bem
acessível e nessa edição de luxo que eu li, você também tem a oportunidade de
ler a primeira história do Batman, que apesar de ser meio boba e ter aquela narração
tosca que as HQs antigas tinham, vale a pena pelo teor histórico.
Muita sinistra essa HQ, eu era adolescente quando li e me lembro até hoje da sensação, arrepiante!
ResponderExcluirMuito boa a resenha, parabéns Lara!
Eu li essa Hq a muito tempo. O que mais me surpreendeu é que ela é uma hq diferenciada do Batman, focando mais no Coringa e tal. Achei interessante mas não é uma das minhas preferidas do Batman uahsuhsuahus Recomendo o Asilo Arkham, do Grant Morrison. Esse sem dúvida é o quadrinho mais sombrio que eu já li. E o final... Bem, eu fiz um curso de produção de HQs. É unanime: O Batman matou ele sim. uashuhsuhas Gostei da resenha :)
ResponderExcluirTambém acho que matou. Você citou o Asilo Arkham, muito boa essa hq. Tbm gosto de Ano Um, e claro, a incrível Cavaleiro das Trevas
ExcluirTambém acho que matou. Você citou o Asilo Arkham, muito boa essa hq. Tbm gosto de Ano Um, e claro, a incrível Cavaleiro das Trevas
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