A viajante do Tempo: O começo de um vício

Autora: Diana Gabaldon

Editora: Editora Arqueiro

Ano: 2018

Páginas: 800

Nota: 5/5

Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro das Terras Altas, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo pelo escocês. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?

Há muito tempo que um livro não me envolvia tanto, até encontrar A Viajante do Tempo (Outlander para ser mais exata) e assim um novo vício começou na minha vida.

Um vício que começou com os livros, foi para TV por causa da série, invadiu minha casa (como podem ver na foto abaixo) e me fez viajar a Escócia para conhecer o país de origem dessa história emocionante.

não é uma foto recente, tem muito mais hoje

eu prestando homenagem aos mortos na batalha de Culloden

Publicado originalmente em 1991 nos EUA, Outlander alcançou fãs fervorosos com a série e teve o seu relançamento no Brasil em 2014, ganhando uma edição com capa da série em 2018.

Resumindo ao máximo: A trama é sobre Claire Randall, uma enfermeira inglesa, que ao passar sua lua de mel na Escócia após o fim da segunda guerra mundial, acidentalmente viaja no tempo, para a Escócia de 1743. Então é isso? Não...

É fantasia? Romance? Histórico? Drama?

Outlander é muito difícil de conceituar, é ficção porque o tema é uma viagem no tempo, mas não basta, a autora fez uma pesquisa intensa, a Escócia da época foi muito bem retratada, é como ler um romance histórico de Ken Follet, Philippa Gregory ou Bernard Cornwell. Todo o contexto histórico e detalhes foram tão bem explicados que somos levados para dentro da época em que se passa grande parte da história. Você vai terminar o livro buscando mais sobre a revolução jacobita, pesquisando sobre os red coats (soldados britânicos) e mega apaixonada por um país tão distante e diferente do nosso.

E não é só um livro histórico, também tem um romance muito bem escrito, Jamie Fraser o valente escocês, é o ideal de homem - é leal, corajoso, bonito e incrivelmente sensível para a época. Mas sozinho ele não é nada, Jamie e Claire são um dos mais poderosos casais da literatura e são perfeitos juntos, eles se completam perfeitamente, embora sejam de épocas e países diferentes.

É um drama que também te faz chorar e em vários momentos é uma leitura dura, com pontos de violência que te fazem doer o estômago. Afinal, a obra mostra as dificuldades de se viver mais 200 anos no passado e também as consequências da guerra na vida das pessoas; desde o primeiro capítulo quando Claire e o marido são apresentados (Frank Randall o marido dela no século XX) eles já estão mudados pelas experiências vividas na Grande Guerra e Claire tem ciência disso.

Mas, porque Outlander é tão bom?

Porque é a mistura de tudo que falei acima, é intensa, rica... e definitivamente não é uma história simples, não é só sobre viagem no tempo, é muito mais, a personagem principal, não é uma menina ingênua, é uma mulher madura, casada e que presenciou uma guerra e o mocinho Jamie Fraser, está longe de ser somente um herói, é um jovem que tem muito o que aprender e que aprende com Claire. Os outros personagens também são bem construídos, alias são muitos... Assim como a vida da gente que sempre tem gente indo e vindo do nosso convívio.

A escrita de Diana é um outro ponto de sucesso, ela nos brinda com uma descrição detalhista, mas sem ser chata, ela nos leva para a Escócia de 1743 e seus cheiros, imagens ficam impregnadas na leitura.

E sabe o que é melhor? Você termina um livro de 800 páginas e sente falta dos personagens e descobre que o universo é muito mais amplo: são 8 livros, com um nono a caminho e mais uns livros spin offs com personagens queridos que fazemos figa para serem lançados no Brasil.

Por tudo isso, eu convido com convicção: Aventure-se em Outlander!

Nota 5/5