Após
ler minha postagem sobre a Barbie, uma leitora assídua do blog me pediu esse
tema. Eu já tinha ouvido algumas reclamações sobre o desenho da Peppa, mas não
sabia que ele era tão criticado, descobri que há muitas famílias contra ao
redor do mundo inteiro, então me convenci a pesquisar melhor e dar meu
veredito.
Você deve conhecer a Peppa, o
desenho inglês que segue a rotina de uma família de porquinhos em um mundo onde
os animais mamíferos são os dominantes, só há dois humanos no desenho: o Papai
Noel e a “Rainha” que é baseada na Elizabeth II. A Peppa de 4 ou 5 anos é a
filha mais velha dessa família, que convive com seus pais e seu irmãozinho
menor, o George. Além dessa família, há várias outras que interagem com eles,
todas compostas de animais como a Suzy Ovelha, que é a melhor amiga da Peppa.
Peppa e amigos |
Há várias críticas: as principais
são que ela é mal educada, que os pais a deixam fazer tudo o que ela quer e
isso não é educativo, e o fato dela chamar seu pai de “bobinho” (“silly daddy”,
no original) vou me ater a essas, as outras são menos pertinentes: é mal
desenhado, ela é muito “chata”, o George é chorão etc. Fora essas críticas há
outras teorias bizarras falando que ela é “coisa do diabo” ou que há uma
pesquisa em Harvard que comprova que ela faz danos ao cérebro das crianças,
essas teorias não passam de Hoaxes (boato da internet).
Pesquisando na Internet, a
maioria dos que fazem essas críticas são pessoas leigas na área, mães ou
pessoas interessadas em falar sobre TV e entretenimento mas que não possuem a
formação necessária. Claro que essas opiniões são importantes, afinal a família
é a primeira referência na Educação dos filhos; entretanto, para o texto não se
basear em palpites de internet, fui atrás de fontes técnicas, por isso resolvi
pedir ajuda aos universitários, isto é, pesquisar a opinião de pessoas formadas
nessas áreas e em Artigos Científicos.
Sobre a crítica que ela é má
educada e os pais muito permissivos, segundo um artigo traduzido no blog
http://maternidadenodiva.com/, de Maria Cecília Mattos, Psicóloga
Perinatal-Obstétrica, Psicóloga Clínica, Consultora em Aleitamento Materno,
Consultora do Sono Materno-Infantil e Doula:
“Eu respeito muito a Mamãe Pig, porque ela nunca se exalta e sempre fala em sua voz calma que, quando se está lidando com uma criança de 5 anos, pode ser de muito valor. (...) há mais boas do que ruins na Peppa Pig. Ela é uma líder, confiante para tentar coisas novas e é curiosa para aprender com seus pais e avós. Ela é um pouco mandona e rude. Na vida real, isso é bastante normal para crianças de cinco anos! E é bom ter um show que nem sempre é cansativo.”
Fonte: http://maternidadenodiva.com/nem-todo-mundo-ama-peppa-pig/
O problema do “papai bobinho” é uma questão cultural, de acordo com Maite Tosta - bacharel em Letras e especialista em Direito Constitucional, é serventuária de Justiça, tutora de cursos à distância, casada e mãe de quatro filhos no Rio de Janeiro/RJ.:
O problema do “papai bobinho” é uma questão cultural, de acordo com Maite Tosta - bacharel em Letras e especialista em Direito Constitucional, é serventuária de Justiça, tutora de cursos à distância, casada e mãe de quatro filhos no Rio de Janeiro/RJ.:
“Em inglês, o que Peppa diz é “silly daddy”, que não é pejorativo e está inserido no contexto cultural, pois no Reino Unido é comum dizer-se aos amigos e até aos pais “Silly you!” sem que isso seja entendido como um desrespeito.”
Mas, essa visão não é de uma
educadora, é de uma especialista em Direito e eu falei que citaria
especialistas? Usei essa fonte por se tratar de uma tradução e explicação
cultural, porém como não estamos no Reino Unido, é certo uma criança brasileira
ver uma filha chamar seu pai de bobo?
A psicóloga Débora Fava,
especialista em comportamento infantil, citada no portal Fralda Cheia, explica:
“Desenhos como os de super-heróis e diversos encontrados em canais infantis
fechados, podem ser ainda mais instigantes de maus comportamentos e padrões de
personalidade não saudáveis.” A psicóloga completa alertando que os pais devem
reduzir ao máximo o tempo da criança à TV, além de serem modelos adequados para
os filhos, “exercendo um excelente papel como educadores sociais”.
Para finalizar, gostaria de citar
o artigo “Análise de personagens midiáticos na prática pedagógica”, publicado
na Revista Anais da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS e disponível
no link: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-2759-1.pdf
Nesse artigo, os autores estão
investigando o uso de personagens de desenhos animados em aulas de
alfabetização, e a Peppa é um dos escolhidos para a análise, após entrevista
com professoras alfabetizadoras e ampla pesquisa bibliográfica, eles chegam à seguinte
conclusão:
“Em virtude da notável presença de personagens midiáticos e comparando as respostas produzidas pelas professoras alfabetizadoras, entende-se que a mídia se torna aliada da educação, visto que não há como rejeitar sua existência já que é algo latente no momento atual. Não fazer uso das mesmas significaria um afastamento do mundo real.(…)“Devido ao caráter persuasivo do meio, é importante que o mesmo seja interpretado eutilizado como aliado no processo de aprendizagem. Acerca da importância de trazer a mídia para dentro da sala de aula e discuti-la criticamente, ...”
Concordo que não deva ser proibido a criança, acho que assim como qualquer coisa não pode ser exagerado!! Trabalhei de babá com a minha mãe e percebi que é um desenho que realmente prende a atenção das crianças. Nesses momentos o controle e o ensinamento é o que faz a criança não ser influenciada por tudo que vê na tv.
ResponderExcluirGostei do assunto abordado!!! Sucesso com o blog.
Oiee ^^
ResponderExcluirEu cheguei a assistir alguns episódios desse desenho, mas achei a Peppa tão mimada e mandona que nem quis mais ver. É, eu sou apaixonada por desenhos...hehe' Tudo bem que, como diz o depoimento ali em cima, pode ser comum crianças de 5 anos serem assim, mas eu achei irritante e não quis mais ver. Mas, é claro, tem muitos desenhos por aí que incitam comportamentos piores e mais violentos, então Peppa não parece ser tão ruim.
MilkMilks ♥
Oi =)
ResponderExcluirDescobrir o que é "Hoaxes" agora. Haha'
Eu não gosto de Peppa. Nunca parei para pesquisar o assunto. Entre vários desenhos, Peppa não seria a primeira escolha que eu indicaria para meus filhos. "Super Why" e até mesmo "Dora Aventureira" acho melhores. A idade influencia muito que desenho uma criança deve assistir. E já encontrei muitas coisas em desenho que eu não achei corretos, até mesmo nos desenho da Disney, desenhos que eu costumo gostar. Como você mesmo disse, eu também acho importante ensinar a criança analisar criticamente, pois nem sempre estaremos por perto. Eu acho sim que os desenhos são importantes e devem ser integrados nos ensino. A mídia para dentro da sala de aula não é só importante para crianças, mas para todas as idades. Adorei sua abortamento sobre o assunto, como você trouce opiniões que você encontro pela internet, as reportagens e a fala de uma universitária em direito. O blog está de parabéns! Beijos'
Oii,
ResponderExcluirBom, nunca assisti a Peppa Pig mas sei que tem muitas crianças que são bem fãs desse desenho. Mas confesso que fiquei bem surpresa com as informações sobre o desenho no seu post, e também achei o mesmo bem informativo, ainda mais com as opiniões dos profissionais. Parabéns!!
beijos
Olá,
ResponderExcluirGosto muito das suas análises! Também penso assim, e acho que também cabe aos pais apontar as falhas que há no desenho. Todos os desenhos infantis tem lados positivos e negativos!
Abraços!
Olá! Minha filha assiste Peppa Pig e te confesso que mitas pessoas exageram demais, acho que o mundo está vendo tudo com exagero demais. A Peppa tem atitudes de muitas crianças birrentas que vemos no dia-a-dia, isso cabe aos pais falarem o quanto não é legal tais atitudes. MAs, também tem pontos positivos, em relação a palavras que as crianças podem aprender: sempre falam por favor, obrigada, mostra sempre ela brincando ao ar livre com os amigos e irmão entre outras coisas. CAbe aos pais ensinar e educar seus filhotes, e não deixar que um desenho eduque. Tudo tem que ser medido. Parabéns pelo texto.
ResponderExcluirOlá, adorei seu texto e as pesquisas que realizou. Eu gosto bastante do desenho da Peppa...uma pq ela é uma porquinha e eu adoro porquinhos <3
ResponderExcluirMuitas vezes ela é chata e mandona, mas quem é que não é? O desenho mostra o comportamento de uma criança de aproximadamente 5 anos...nem todas as crianças são um poço de candura nessa idade e acho super relevante mostrar ao público algo similar com o que encontramos no dia a dia...é um desenho educativo, sim. Acho interessante a forma como o desenho trata alguns assuntos, como o comportamento da Peppa com os avós, o modo como interage com sua família de modo geral, eles são a família moderna, aquela onde os filhos brincam com os pais, respeitam-os, mas sem sentir medo ou serem oprimidos.
Esse povo que fica arrumando desculpas para falar do desenho deveria arrumar mais tempo para passar com seus filhos e deixa-los menos tempo na frente da tv, já que se importam tanto com o conteúdo educativo dos mesmos...pare de reclamar e vá ler um livro para o seu filho!
Abraços
Oi!
ResponderExcluirAdorei seu texto, tenho um sobrinho que ama a Peppa e confesso que nunca encontrei motivos para proibí-lo de ver. No fundo, acho que não existem desenhos perfeitos, que só tragam bons exemplos, afinal são criados por humanos e nós somo muito imperfeitos. O correto é os pais acompanharem os filhos e corrigirem esses maus exemplos.
Bjs!
Minha filha assisti muito ela tem dois anos e meio e tudo que me pede fala "mamãe pig me isso por favor" kkk eu vejo que ela pede por favor pra todos por causa da Peppa.Eu gosto de assistir o desenho com ela.
ResponderExcluirEsse desenho é um desastre na educação familiar, como os pais são responsáveis direto da educação moral dos filho e sabem bem onde aperta o calo com os filhos. Proibi logo, pais nunca serão leigos na educação de filhos, cada processo familiar tem seu rumo e padrão que casa família exerce. Infelizmente desenho interfere na formação cognitiva.
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