Autor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota: 3,5/5
Sinopse: Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem. Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava. Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo.
Fantasia
é um gênero que me causa fascínio. Trata-se geralmente da construção de um
mundo inteiramente novo, com sua própria vida, história, magia. É o gênero que,
acredito eu, tem o poder de extrair o máximo da criatividade do autor, mas que
dele requer uma enorme responsabilidade ao tecer seus enredos e tramas.
O
livro Meio Rei, de Joe Abercrombie,
é o primeiro livro de uma trilogia ainda não concluída, mas que traz esse
ambicioso ideal de quase todos os livros fantasiosos: um mundo inteiramente
novo, visivelmente influenciado na região e cultura viking, com o diferencial de trazer uma digna introdução à sua
mitologia ao conseguir pincelar as características de todo o seu mundo sem se
perder na história.
Sua
narrativa se desenrola de forma bem rápida, objetiva, sem muitos detalhes de
cenas ou cenários, descrevendo apenas o necessário para o desenvolvimento da
trama (o que faz com que se perca uma boa parte da profundidade nas emoções dos
personagens e o desenvolvimento de empatia por eles), seguindo um ritmo linear (mas
não menos empolgante), durante uma boa parte do enredo, até um pouco depois da
metade do livro, quando o desenrolar da trama e a narrativa rápida traz aquele
pensamento conhecido e repetitivo: “só mais um capítulo”.
Apesar
disso, confesso que eu esperava mais. Não consegui sentir apego ao drama do
personagem principal do livro, muito provavelmente devido à superficialidade de
sua personalidade e emoções, esperando uma narrativa mais detalhada, como nas
Crônicas de Gelo e Fogo. Mas senti, sim, apego à proposta da história e seu
desfecho. Seus capítulos são curtos, o que deixa a leitura menos arrastada
e cansativa (à la Eragon, de Christopher Paolini), e há uma
influência curiosa das obras de autores como J. R. R. Tolkien e George R.
R. Martin, o que, para mim, serviu como interesse em continuar a obra.
Texto por: Hermes Queiroz
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