Olá,
euzinha (Adla) estou de volta com mais uma resenha gatíssima para vocês. O
livro que escolhi para este post é A menina que roubava livros, que é bastante
conhecido pelo mundo inteiro, e é o meu livro favorito.
Autor: Markus Zusak
Editora: Knopf
Books for Young Readers
Editora
no Brasil: Intrínseca
Ano: 2006
Páginas: 480
Sinopse: Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.
Quando
mencionei que iria fazer uma resenha sobre este livro, já recebi um alerta da chefona
Lara, pois o autor, Markus Zusak, é um de seus favoritos, (ela até fez uma resenha de Eu sou o mensageiro, outro livro do Markus) e já existem muitas
resenhas sobre esse livro, então recebi o desafio de fazer uma resenha
diferente. Passei algum tempo pensando no que eu poderia fazer para deixar essa
resenha diferente, e não foi fácil.
Devo
admitir que no início dessa resenha, ali em cima, eu ainda não tinha ideia do
que eu ia escrever. Aliás, neste exato momento em que estou digitando esse
parágrafo, já tive umas duas ou três ideias, todas riscadas. Vou então fazer a
resenha normal, e espero que enquanto estou escrevendo, a ideia perfeita
apareça na minha cabeça.
Uma
coisa que todos devem saber antes de começar a ler A Menina Que Roubava Livros:
a narradora da história é a Morte. Sim, a Morte. Dona Morte, das histórias do
Penadinho? Grim Reaper? Não sei. No livro não é mencionada a aparência da
narradora. E nem se é homem ou mulher. Talvez seja algo indefinido, que nem o
autor mesmo sabe o gênero.
Outra
coisa sobre o livro: não pensem que é um O Pequeno Príncipe, ou outra história
bonitinha onde tudo dá certo e tudo é colorido. É um livro sombrio, que já
começa com a morte do irmão da personagem.
Não
considero a Liesel a personagem principal, apesar de a história do livro narrar
sobre ela. Para mim, a principal é a narradora, a Morte. Os leitores do livro
veem o mundo e a história de Liesel pelo olhar da “macabra” narradora. Então,
como já disse ali em cima, não comecem a ler pensando que se trata de uma
história num mundo de arco-íris e unicórnios, pelo contrário: o livro é
completamente “realista”, não contém nada de sobrenatural exceto a Morte né,
mas ela não conta para dar ar de literatura fantástica ao livro. A
narradora também faz uso de ótimas reflexões sobre a humanidade, de uma forma
que, se ela não fosse a Morte, não poderia fazer. A narradora também faz
comentários “engraçados”, que quebram a tensão do momento. Markus é
simplesmente brilhante, e eu considero esse livro sua obra-prima.

“Quando
a Morte conta uma história, você deve parar para lê-la.” Esse é o primeiro
contato do leitor com a forma em que a história de Liesel é contada, logo na
capa de trás. A partir daí, o leitor já começa a ter uma ideia de que esse
livro não é igual a nenhum outro.
A
história toda se passa durante a 2ª Guerra Mundial, no auge do Nazismo. A mãe
de Liesel era comunista, então vocês já devem saber o que aconteceu com ela. Morreu
Não
quero entrar na trama da história porque na sinopse já tem tudo o que eu
poderia falar nesta resenha. O que eu posso dizer é que a escrita do autor
envolve tanto o leitor, que parece que estamos ali, junto à Liesel, nas
estradas de Molching, uma pequena e fictícia cidade da Alemanha nazista.
O livro é emocionante, sombrio, triste ao mesmo tempo, e tudo na dose certa.
O
autor também apresenta a interação de Liesel com outras crianças de sua idade,
em especial Rudy Steiner, vizinho de Liesel que acaba se tornando seu melhor
amigo, o garoto de cabelos amarelos-limão e alhos azuis que ama se pintar de
carvão e fingir que é o famoso atleta negro Jesse Owens.
A
Menina Que Roubava Livros é uma verdadeira lição de história, de moral e de
vida. Mostra a coragem de uma garotinha na época sombria que foi o nazismo.
O
livro foi recentemente adaptado às telonas do cinema. Quem tiver interesse, o
trailer do filme é esse aqui:
Eu
termino essa resenha com a maravilhosa notícia de que eu finalmente pensei em
algo legal. Uma das minhas maiores dificuldades na leitura do livro foram as
inúmeras palavras em alemão que são ditas no decorrer da história, e eu não
fazia ideia do que significava. Resolvi então fazer uma pequena compilação com
algumas palavras muito recorrentes no livro, com seu significado (não está em
ordem alfabética óbvio):
·
Saumensch – Um
insulto, significa “porca”, feminino de Saukerl.
·
Saukerl – Um
insulto, significa “porco”, masculino de Saumensch.
·
Frau –
Mulher, senhorita.
·
Herr –
Homem, senhor.
·
Führer –
Líder, geralmente utilizado para se referir à Adolf Hitler.
·
Heil – Algo
como “Salve”, saudação nazista.
·
Mein Kampf – “Minha Luta”, livro
escrito por Adolf Hitler.
·
Nein – Não.
·
Schweigen
- Silêncio.
·
Schmunzel - Sorriso.
·
Dummkopf
– Um insulto, algo como
“cabeça estúpida”.
·
Bahnhof
– Estação de trem.
O
livro também menciona os anos de 1346 e 79 (sim, ano 79, século I). O ano de 1346 marca o início da
Peste Negra na Europa, que matou entre 75 a 200 milhões de pessoas, talvez a
metade de toda a população europeia daquele período; Em 79 foi o ano que o
Monte Vesúvio, um vulcão no golfo de Nápoles, Itália, entrou em erupção,
destruindo as cidades romanas de Pompeia e Herculano e matou,
repentinamente, umas 10 mil pessoas.
Sua resenha está fantástica, e gostei muito de você colocar explicações de palavras e datas que aparecem no livro. Eu li esse livro já faz uns 5 anos, quando estive operada e precisava ficar de castigo na cama,rsrsrs. Amei cada pedacinho do livro e recomendo. Vale a pena.
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