Autor: Ursula K. Le
Guin
Editora: Arqueiro
Ano: 2016 (Original de
1968)
Páginas: 176
Nota: 4/5
SINOPSE: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda. Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Alguma vez você já se
perguntou o que faz um mago? Quando lemos um livro de fantasia, estamos
acostumados com a figura de mago no estilo de Gandalf ou Dumbledore, com chapéu
e barba pontudos, cabelos brancos e muita sabedoria. Entretanto, nenhum mago
nasce velho e sábio, em algum momento antes de ter todos esses aspectos, um
mago foi um garoto, precisou aprender magia, precisou cometer erros e com eles saber o que é
preciso temer e o que é preciso ser combatido.
Quando peguei O
Feiticeiro de Terramar para ler, eu fui cegamente, mergulhando em universo
fantástico que narra a história de Ged, um jovem que ainda na infância percebe
que possui habilidades para a magia. Criado apenas pelo pai, um simples
ferreiro, Ged aprende alguns feitiços com a ajuda da bruxa de sua vila e
posteriormente usa seu pouco conhecimento para defender o vilarejo de ladrões
assassinos. A partir daí, Ged busca o aprendizado mais profundo da escola de
magia na ilha de Roke, bem longe de seu simples vilarejo.
O que me chama a
atenção sobre o personagem de Ged é definitivamente sua personalidade. A
princípio, ele é um rapaz curioso e ambicioso, que anseia avidamente por
conhecimento e poder. Embora tenha bondade em seu coração, Ged se deixa levar
facilmente por seu ego, criando rivalidades e arriscando drasticamente sua
própria vida apenas para mostrar vantagem diante dos outros.
O fato de ele não ser o
típico protagonista bonzinho e sim um jovem inexperiente e tolo que crê ser o
mais poderoso, mas que apanha de seu destino e aprende e amadurece com os erros
foi algo surpreendente sobre a obra. Definitivamente meu ponto favorito.
Quanto à escrita de Le
Guin, algumas coisas me incomodaram particularmente, como o fato de ela usar
parágrafos muito longos, para descrever alguns aspectos que poderiam ficar
melhor arranjados em parágrafos separados, tornando a leitura menos cansativa. Entretanto, esse aspecto não chega a ser um empecilho à leitura, que mantém ritmo em função dos acontecimentos empolgantes.
Como o livro se trata
de uma fantasia para jovens, não é uma obra pesada com muitos personagens ou
intensamente descritiva como “As Crônicas de Gelo e Fogo”, o que pode ser um
bom ponto inicial para leitores que tem interesse em iniciar a leitura do gênero fantástico,
mas sem encarar logo de início uma obra pesada como a de George R. R. Martin.
Por outro lado, o Ciclo
Terramar ainda tem muito a se expandir. É um universo grande, com muitas terras
a serem exploradas por Ged, o que também torna a obra muito emocionante. Nesse
primeiro volume, acompanhamos o protagonista pelo mar em uma busca perigosa por
algo que ele imprudentemente liberta em seu momento de egoísmo e ego exacerbado.
Somos levados numa
viagem de amadurecimento do personagem, mas também pelas terras de Terramar a serem
exploradas pelo olhar do leitor. Também temos encontros com dragões e
transformações mágicas de magos em animais, entre vários feitiços de tirar o
fôlego.
É uma obra simples,
porém que não deixa a desejar em nenhum aspecto, possui um universo promissor e
que pode ser uma ótima porta de entrada para jovens leitores no mundo da
fantasia medieval.
Outro ponto que devo
comentar é a capa incrível da edição publicada pela Editora Arqueiro, que traz
a ilustração de Ursula SulaMoon Dorada e retrata o encontro de Ged com o Dragão
de Pendor, um momento incrível tanto para se ler, quanto para ter na capa de um
livro.
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